Mau tempo: Portugal continental com 598 ocorrências e dois fenómenos extremos de vento 24
Num balanço à agência Lusa pelas 19:40, Pedro Araújo, oficial de operações na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), referiu que a zona da Grande Lisboa foi a mais afetada e que entre as principais ocorrências devido ao mau tempo estiveram quedas de árvore (263 ocorrências), inundações (137), quedas de estruturas (110) e limpezas de via (60).
As ocorrências incidiram sobretudo no litoral Norte e Centro, sendo as sub-regiões mais afetadas a Grande Lisboa (197) e Algarve (47), que ao final do dia estava a ser afetado com maior precipitação e ventos fortes, e ainda Lezíria do Tejo (40).
Foram empenhados no terreno 2.362 operacionais, com o apoio de 838 veículos, acrescentou.
De acordo com Pedro Araújo, Portugal continental registou hoje dois fenómenos extremos de vento, o primeiro destes, na bacia do Tejo, afetando os concelhos do Montijo (Setúbal), Moita (Setúbal) e gerando precipitação na margem norte do Tejo, na zona de Lisboa, sendo responsáveis pelas cerca de 200 ocorrências.
Este fenómeno está a ser analisado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) pois poderá configurar do ponto de vista técnico um tornado, sublinhou o comandante da ANEPC.
O meteorologista Alessandro Marraccini tinha adiantado à Lusa que “por volta das 14:00, uma célula convectiva que fazia parte do sistema frontal que atravessou a costa portuguesa durante a tarde, apresentava uma atividade bastante vigorosa e atravessou a região sul de Lisboa”, acrescentando que o IPMA começou de imediato a receber relatos do fenómeno meteorológico.
Já no final do dia, pelas 18:20, o concelho de Silves, distrito de Faro, foi afetado por outro fenómeno extremo de vento, que causou “queda de árvores de grande porte, veículos afetados e telhados habitações afetadas”, revelou Pedro Araújo.
“Estão a ser feitos levantamento de danos por parte dos corpos de bombeiros”, acrescentou o comandante da ANEPC, lembrando a classificação deste fenómeno do ponto de vista técnico cabe ao IPMA, enquanto autoridade meteorológica.
Até ao momento a Proteção Civil não tinha registo de qualquer vítima associada a estes fenómenos.
A tempestade Nelson está a afetar o estado do tempo em Portugal continental, onde até ao domingo de Páscoa, a “precipitação será uma constante, ocorrendo com mais intensidade até final de hoje”, de acordo com o comunicado mais recente do IPMA.
“Esta precipitação pode ser acompanhada de trovoada e queda de granizo, com maior probabilidade nos dias 29 e 30. Prevê-se queda de neve nas serras da região Norte e na Serra da Estrela, principalmente nos pontos mais altos desta elevação”, alertou.
O vento será moderado do quadrante oeste, soprando por vezes forte e com rajadas até ao final da tarde de hoje, sendo estas rajadas até 85 km/h, podendo atingir 100 km/h nas serras do Gerês e da Estrela. Nos dias seguintes, 29 e 30, o vento deverá diminuir de intensidade, voltando a intensificar no dia 31, com rajadas até 65 km/h, podendo atingir 75 km/h nas terras altas, detalhou ainda este instituto.
“Os valores de temperatura não deverão ter variações significativas até ao dia 31. Assim, os valores de temperatura mínima vão variar, de um modo geral, entre 6 e 10°C, sendo entre -1 e 6°C no interior Norte e Centro. A temperatura máxima vai oscilar entre 09 e 16°C e sendo inferiores a 10°C em alguns locais do interior Centro”, acrescentou.
O IPMA prevê agitação marítima forte na costa ocidental até dia 30, sendo o período mais critico até à madrugada de dia 29, onde se esperam ondas de noroeste entre 5 e 7 metros de altura significativa, podendo atingir uma altura máxima de 12 metros.
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