Fazer da política um prolongamento da religião é ambição iliberal e anticristã
A Páscoa sempre traz memórias. Os almoços em família, as visitas à aldeia do meu pai, no norte de Portugal. As conversas com o padre Manuel. Pobre homem. Santo homem. O que ele teve de suportar.
Nessas conversas, um Little Couto com 14 ou 15 anos pretendia saber o que significava a frase "pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem", que Jesus profere na cruz segundo o Evangelho de Lucas.
Quem eram "eles"?
E qual era a "ignorância" que Jesus perdoava?
"Eles" eram os assassinos de Cristo, dizia o padre. "Eles" desconheciam que matavam o filho de Deus, acrescentava.
O pequeno teólogo não desarmava. "Eles" eram os judeus? Era Caifás? Era o governador romano Pôncio Pilatos?
"Eram todos, porra!", berrava o padre, e a conversa ficava por ali, após intervenção parental.
A explicação não me satisfazia. Mal eu imaginava que o saudoso padre Manuel, homem simples e bom, era também um sábio.
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