Tavares quer fundo para habitação proposto pelo Livre a ajudar sem-abrigo já 24

Numa ação de campanha para as legislativas antecipadas realizada no Saldanha, em Lisboa, Rui Tavares manifestou preocupação com o aumento de 17% em 2023 do número de pedidos de despejo noticiado hoje e com o fenómeno dos sem-abrigo no país e em certas zonas da capital.

O dirigente lembrou que na última sessão legislativa o Livre impôs como exigência nas negociações orçamentais com o PS a criação de um fundo de emergência para a habitação, que entrou em vigor no passado dia 01 de janeiro e cujas verbas têm origem em 25% do Imposto de Selo cobrado em transações imobiliárias.

Tavares afirmou que, segundo cálculos confirmados pelo secretário de Estado do Tesouro, estão em causa “cerca de 100 milhões de euros por ano” que podem ajudar pessoas que muitas vezes trabalham e “têm um rendimento mas já não têm casa”.

“Nos dois primeiros meses do ano esta consignação de um quarto do imposto de selo já está a ser feita e, portanto, neste momento não sabemos quais são os montantes exatos. Aliás, vamos dirigir uma pergunta ao Governo no sentido de saber qual é o montante exato, mas à proporção pode andar entre os 10 e os 20 milhões de euros e já poderiam ser carreados para precisamente fazer face a esta emergência que estas pessoas estão a viver”, defendeu.

O historiador mostrou-se confiante na eleição de mais deputados em Lisboa, círculo que encabeça nestas eleições e pelo qual foi eleito em 2022, e ‘puxou os galões’ ao historial recente do Livre, que negociou medidas com o PS como o passe ferroviário nacional ou o subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica.

“Ao contrário de outros que dizem umas coisas, e que às vezes parece muito importante, o Livre não diz umas coisas, o Livre ajuda as pessoas”, salientou.

Sobre o facto de o presidente do PSD, Luís Montenegro, não ter respondido esta manhã no debate das rádios quando Rui Tavares desafiou a direita a dizer se aprovará ou não uma moção de rejeição do Chega a uma eventual governação de esquerda, o deputado único manifestou preocupação.

Na ótica do Livre, se a Aliança Democrática e a IL “se juntarem à extrema-direita para mandar abaixo uma governação suportada pela esquerda”, tal seria “uma traição à intenção dos eleitores”.

Tavares salientou que “a política de alianças é muito importante em qualquer país da Europa porque não há maiorias absolutas em geral”.

No que toca à esquerda, o Livre insiste na necessidade de um acordo multilateral e escrito.

“A esquerda pode oferecer uma diferença muito grande em relação à direita que é não dar nem incerteza nem instabilidade”, considerou.

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