Diretor Nacional da PSP diz que não foi informado do aumento na PJ

O Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), o superintendente-chefe Barros Correia, afirmou, num email enviado a todos os polícias, que “não foi informado”, pelo Governo, do aumento do suplemento de risco na Polícia Judiciária (PJ).

Barros Correia promete continuar a “alertar a Tutela para a necessidade de revisão das tabelas salariais” e defender os “direitos de todos quantos servem na PSP”.

No email que foi enviado a todos os polícias PSP, o superintendente-chefe Barros Correia começa por explicar que nem ele, nem a Direção Nacional, foram informados ou solicitados a “pronunciar-se” sobre o aumento do suplemento de Risco na PJ.

“Sobre a polémica que veio a público, relativa ao suplemento de missão que o Governo decidiu atribuir aos profissionais que servem na Polícia Judiciária, quero dizer-vos que, como Diretor Nacional, não fui informado desta intenção do Governo, nem a Direção Nacional foi solicitada a pronunciar-se”, explica.

O Diretor Nacional da PSP reconheceu todo o esforço realizado, diariamente pelos agentes da força de segurança, que garantem a “segurança de pessoas e bens 365 dias por ano, 24 horas por dia”, independentemente das “condições meteorológicas”, acrescentando que tem a “convicção de que a PSP tem sido fundamental para que Portugal se consolide como um dos países mais seguros e pacíficos do mundo”.

“Os polícias da PSP atuam em cenários e circunstâncias de elevado risco, demonstrando grande espírito de sacrifício, coragem e profissionalismo face à penosidade e imponderabilidade própria da missão policial. Muitos dos nossos polícias perderam a vida, no cumprimento da missão. Muitos outros ficaram feridos e foram vítimas de todo o tipo de violência, seja física, seja verbal”, sublinha o superintendente-chefe.

Barros Correia aponta que, apesar disso, os esforços do Governo têm sido insuficientes. “As inalações policiais ainda são deficitárias e outras estão degradadas”, explica o Diretor Nacional da PSP, elencando outras razões, como o “parque automóvel da PSP” que, apesar das últimas aquisições “ainda está envelhecido” e os processos de compra são “complexos e demorados”.

O líder da PSP considera que: “Por isso, como Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública senti que era meu dever alertar a Tutela para a necessidade de revisão das tabelas salariais dos polícias da PSP, seja através do aumento dos índices remuneratórios, seja do aumento do suplemento das forças e serviços de segurança, bem como continuar o esforço de melhoria das instalações, dos equipamentos e viaturas policiais”.

O superintendente-chefe tem esperança de que “a situação conjuntural que o país vive não seja apontada como motivo para que as necessárias alterações às condições remuneratórias”, sendo este um assunto que é conhecido e justo de ser resolvido, “face à qualidade do trabalho desempenhado pelos policias que tenho honra de comandar”.

“É justo que o Estado reconheça o risco próprio da condição policial, não apenas com palavras, mas com políticas públicas e iniciativas concretas, tratando uma Instituição secular e os seus polícias com a necessária justiça, dignidade e equilíbrio face a outras entidades”, concluiu.

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