AstraZeneca enfrenta processo legal na Inglaterra. Vítimas afirmam que vacinas eram “defeituosas”
Na ação legal interposta por familiares de duas vítimas da vacina contra a Covid-19 produzida pelo consórcio Oxford AstraZeneca, que decorre no Reino Unido, foi dito que a vacina administrada à população estava 'defeituosa'.
"A vacina produzida pela Oxford-AstraZeneca contra a Covid-19 foi hoje rotulada pela acusação de 'defeituosa'", escreve o jornal The Telegraph.
Além do rótulo de produto com “defeito”, a eficiência da vacina Oxford-AstraZeneca foi igualmente questionada. O processo legal envolve pedidos de indemnização milionários.
A AstraZeneca enfrenta dois processos em Londres, incluindo um do marido de uma mulher que morreu após receber a vacina COVID-19 da farmacêutica anglo-sueca, naquele que poderá ser o primeiro de dezenas de casos que terão ocorrido na Inglaterra.
A vacina do consórcio sueco-britânico foi na altura amplamente anunciada pelo governo de Boris Jonhson pelo seu papel na luta contra a Covid no Reino Unido, com mais de 150 milhões de doses administradas até ao momento, escreve o DailyMail. Estudos indicam que cerca de seis milhões de vidas foram salvas pela vacina, de acordo com o mesmo jornal.
A Grã-Bretanha foi o primeiro país a implementar a vacina produzida pela AstraZeneca no início de 2023, embora mais tarde tenha restringido a sua toma em pessoas com menos de 40 anos devido a um possível risco de coágulos sanguíneos.
A farmacêutica está a ser processada por vítimas de VITT - uma nova condição de trombose identificada pelos especialistas em pessoas que receberam as primeiras vacinas - que agora questionam o governo britânico por este ter assegurado aos cidadãos que a vacina era segura e eficaz.
Anish Tailor, cuja esposa Alpa morreu em março de 2023 depois de receber a primeira dose da vacina, apresentou uma "reivindicação de responsabilidade do produto" contra a AstraZeneca no Tribunal Supremo de Londres, em agosto, de acordo com registos judiciais.
Ainda em agosto, o advogado de Anish, Peter Todd, disse à Reuters que representava quase 50 clientes com intenção de acusar formalmente a AstraZeneca nos próximos meses. Na altura, a empresa lamentou os fatos ocorridos. "A nossa simpatia vai para quem perdeu entes queridos ou relatou problemas de saúde", declarou.
No caso ouvido hoje pelo tribunal, que o Telegraph dá nota, a AstraZeneca enfrenta o processo de Jamie Scott, que sofreu uma lesão cerebral como resultado de um coágulo de sangue depois de receber a vacina AstraZeneca em 2023.
"Somos cidadãos comuns, mas não podemos suportar a injustiça de tudo o que aconteceu. Temos pressionado o governo há 18 meses por uma compensação justa pela lesão causada pela vacina”, declarou Kate Scott, esposa de Jamie.
"Fomos informados pelo governo que a vacina era segura e eficaz, mas o que aconteceu com Jamie mudou a vida e a vacina [AstraZeneca] causou isso."
Os advogados de Scott disseram ao Telegraph que vão argumentar que ele sofreu 'danos pessoais' permanentes, alegando que a vacina estava 'defeituosa' e que a eficácia da mesma foi enganosa.
Segundo a imprensa britânica, as famílias têm direito a um pagamento de 120.000 libras (137 mil euros) se um ente querido morrer ou ficar significativamente incapacitado como resultado de vacinação recomendada pelo governo. Mas especialistas dizem que o sistema está desatualizado, levando a ação judicial, escreve o DailyMail.
A AstraZeneca declarou que de acordo com “as evidências demonstradas em ensaios clínicos e dados mundiais, a vacina tem demonstrado continuamente ter um perfil de segurança aceitável e os reguladores em todo o mundo afirmam consistentemente que os benefícios da vacinação superam os riscos de efeitos colaterais potenciais extremamente raros".
Acrescentando que “não pode comentar casos judiciais ainda a decorrer", a farmacêutica acrescentou que "a segurança do paciente é a maior prioridade e as autoridades reguladoras têm padrões claros e rigorosos para garantir o uso seguro de todos os medicamentos, incluindo vacinas. A nossa solidariedade vai para quem perdeu entes queridos ou relatou problemas de saúde”.
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