Sindicatos acusam Portway de "amedrontar" e condicionar greve dos trabalhadores 24

O jornal ‘online’ Observador noticiou hoje que a administração da Portway enviou aos trabalhadores uma carta em que realça que com as greves marcadas para 30 e 31 de julho e 5 e 6 de agosto “não é apenas a imagem do país que está em causa, é também a estabilidade futura” da empresa.

De acordo com a administração, estão a decorrer negociações para a renovação entre a Portway e a Easyjet, o seu maior cliente — que “seria sempre um processo exigente e arriscado”. “Desta vez poderá ser ainda mais devido à ameaça de greve nos dias 30 e 31 de julho e 5 e 6 de agosto”, refere a Portway na carta citada pelo Observador.

Em resposta, num comunicado conjunto, Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação (SINDAV), Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (SIMAMEVIP), criticaram a postura da empresa.

No comunicado, os quatro sindicatos criticam “mais um vergonhoso comunicado da Vinci/Portway” que tenta “amedrontar os trabalhadores, condicionar o exercício do seu direito à greve e colocar nos sindicatos o ónus da destruição da empresa”.

Concluindo que “estiveram sempre de boa-fé” nas negociações e que apresentaram “várias propostas que permitissem, de forma faseada, que a empresa pagasse os 800.000 euros que deve aos seus trabalhadores, SINDAV, STHA, SITAVA e SIMAMEVIP apelam para uma “forte mobilização dos trabalhadores” para as greves convocadas.

Na semana passada, o Governo decretou serviços mínimos para as greves dos trabalhadores da Portway.

Nos termos do despacho dos ministérios do Trabalho e das Infraestruturas, agora publicado, os trabalhadores da empresa Portway — Handling de Portugal terão de assegurar, em cada um dos dias de greve, serviços mínimos de assistência em escala para voos nos aeroportos afetados, nomeadamente de Lisboa e Porto.

No caso do aeroporto de Lisboa, aqueles serviços mínimos terão de assegurar a assistência a passageiros em um voo diário entre Lisboa-Funchal-Lisboa, bem como um voo por dia de e para Genebra, Londres, Luxemburgo e Paris.

Também no caso do aeroporto do Porto os serviços mínimos terão de garantir as condições para a realização de um voo diário deste aeroporto para os mesmos destinos, bem como o respetivo regresso.

Da lista de serviços mínimos faz ainda parte a assistência em escala nos voos de Estado (nacional ou estrangeiro), militares ou impostos por situações críticas relativos à segurança de pessoas e bens, como é o caso de voos-ambulância ou por razões de ordem técnica ou meteorológica.

Em causa está uma greve ao trabalho em dia feriado que seja dia normal de trabalho, a partir do dia 1 de agosto e por tempo indeterminado e uma greve total a partir das 00:00 do dia 30 de julho até às 24:00 do dia 31 de julho e das 00:00 do dia 5 de agosto até às 24:00 do dia 6 de agosto.

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