Morreram mais de 3.900 pessoas desde o início da guerra no Sudão 24
De acordo com a agência espanhola de notícias Europa Press, que cita o último relatório da ACLED, de 14 de junho a 17 de julho houve pelo menos 880 mortos, entre os quais estão 220 civis, e durante essas quatro semanas “o exército sudanês sofreu importantes reveses e perdeu território nas regiões de Cartum, Nilo Azul e Darfur” para os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF).
O estado de Cartum, onde está a capital do país com o mesmo nome, continua a ser a região mais violenta, com mais de 500 mortes registadas em quatro semanas, seguida do Darfur, com 115 mortos, resultado dos fortes combates, “que subiram de intensidade ao ponto de duplocar o número de ataques registados nas quatro semanas anteriores”.
No relatório, a ACLED assinala que o último mês foi também marcado pela entrada de novos grupos armados no conflito, como a fação do Movimento de Libertação do Povo do Sudão (SPLM-N), liderado por Abdelaziz al Hilu, que tem levado a cabo vários ataques contra o governo no sul do país.
A violência aumentou também no centro do Darfur, onde o número de ataques quase triplicou face às quatro semanas anteriores a 14 de junho, com as RSF, apoiadas por milícias árabes, a ganharem o controlo de cidades como Zalingei, Umm Dukhun e Garsila, deixano um rasto de saques e destruição.
Na avaliação, a ACLED chama ainda a atenção para a possível internacionalização do conflito, salientando que o exército do Chade já foi chamado a intervir com artilharia pesada para interromper os confrontos entre milícias, que estavam a por em perigo a saída de civis, e nesse mesmo dia, 30 de junho, homens armados não identificados entraram em combates com o exército do Chade na cidade fronteiriça de Adikon, depois de um soldado ter sido ferido.
A guerra pelo poder no Sudão, deflagrada em 15 de abril, entre o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, lideradas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, já causou quase 4 mil mortos e mais de 3,3 milhões de deslocados e refugiados, números que devem ser significativamente maiores, devido às dificuldades de acesso a informação atualizada nas zonas de conflito.
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