Escola de Ciências da Universidade do Minho alerta para causas e tratamentos da miopia
A iniciativa, que teve apoio da Rede Casas do Conhecimento, contou com José Gonzalez-Méijome, coordenador do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) e presidente da ECUM, de María Mechó García, estudante de doutoramento no âmbito da Rede Europeia OBERON, de Sara Leite, investigadora do CEORLab, e de Alexandre Monteiro, investigador de doutoramento no Laboratório da Ciência da Cor no Centro de Física da UMinho e representante da direção da Associação Profissional de Licenciados de Optometria (APLO).
A iniciativa permitiu sensibilizar a comunidade e dar a conhecer os tratamentos que permitem a correção da miopia, já que ainda não é possível a recuperação total. “Este problema é global e atinge cada vez mais pessoas, estima-se que, em 2050, mais de metade da população possa sofrer desta anomalia visual que impede de ter uma boa visão ao longe”, referiu José Gonzalez-Méijome.
Aumentar as atividades ao ar livre, diminuir o tempo de exposição a ecrãs, nomeadamente, telemóveis e ✅tablets, respeitar o número de horas de sono de acordo com a idade, fazer pausas frequentes durante o trabalho de leitura e com computadores, entre outros, e consultar regularmente um optometrista ou um oftalmologista são atitudes que podem contribuir para uma prevenção eficaz, deteção precoce e tratamento desta condição visual. “Antes de a miopia se manifestar, pode reduzir-se o risco do seu aparecimento”, avançou, acrescentando que “não vai ser possível que as crianças deixem de usar ✅tablets e telemóveis, mas devem reduzir os tempos de utilização em benefício de outras atividades que sejam preventivas como as atividades ao ar livre”.
💥️Mercado disponibiliza vários tratamentos
Já existem gotas oftalmológicas, que, no nosso país, só podem ser prescritas por médicos oftalmologistas e não por optometristas, bem como cirurgia laser e lentes intraoculares, oftálmicas e de contacto que travam a progressão da miopia. “O objetivo é que o olho não cresça. A miopia que nos preocupa mais relaciona-se com o crescimento excessivo do olho, que normalmente mede entre 23 e 24 milímetros e que na miopia pode alcançar valores de 26 a 30 milímetros ou mais”, relembraram os membros do painel.
Além da perda de visão ao longe, característica desta condição, é possível que as pessoas também se queixem da eventual diminuição da visão ao perto. “Quando a miopia é muito forte, as pessoas têm que se aproximar demasiado dos objetos e poderão considerar que, à distância normal a que gostariam de ler ou ver o computador, veem mal”, concluiu José Gonzalez-Méijome.
Identificado o problema, é importante que os pacientes optem por consultas regulares de optometria ou oftalmologia e sigam os tratamentos prescritos, para evitar outras patologias oculares. “Sem alarmismos, mas há patologias oculares associadas com maior probabilidade às pessoas que têm miopia. Podem vir a ter glaucoma, cataratas, descolamento de retina e maculopatia miópica com maior probabilidade”, referiram os oradores da sessão.
No mundo estima-se que 5000 milhões de pessoas sofram de perda de visão potencialmente evitável e de um risco aumentado de complicações que ameaçam a visão. A investigação mais recente em que a UMinho tem participado de forma ativa tem permitido conhecer melhor esta anomalia visual, compreender de que forma se pode reduzir a sua incidência nos jovens, como abrandar a sua progressão e como prevenir e detetar precocemente os seus efeitos adversos na idade adulta e senil. O representante da APLO confirmou que Portugal tem profissionais dos cuidados primários da visão perfeitamente capacitados para intervir eficazmente neste contexto e com a proximidade que a população necessita.
A Semana de Consciencialização para a Miopia decorre de 22 a 26 de maio, é uma iniciativa do✅ Brien Holden Vision Institute (Austrália) e tem o apoio da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira. Além desta sessão, foram promovidas pela UMinho ações presenciais de esclarecimento para a comunidade, no ✅campus de Azurém, em Guimarães (dia 24), e no de Gualtar (dia 25).
Foto: UM.
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