Universidade do Minho envolvida na reforma curricular do ensino básico e na formação avançada de médicos na Guiné-Bissau
Esta formação teve a duração de 13 meses, sendo que 10 destes foram cumpridos na Guiné-Bissau e três em Portugal, em estágios observacionais em contexto clínico que envolveram seis hospitais portugueses. Este modelo integrou a realização de um pré-curso de proficiência de língua portuguesa e informática médica e de uma formação online teórica médico-cirúrgica.
Os 24 médicos envolvidos no programa foram orientados por médicos especialistas de hospitais portugueses numa ação formativa que ajudou a reforçar a capacidade local de formação médica, reconhecendo de forma progressiva a competência dos clínicos guineenses, abrindo portas a futuras formações de especialização. Em simultâneo, foi, ainda, garantida formação a seis médicos na área da medicina interna. De acordo com o coordenador do projeto na Escola de Medicina, professor Pedro Morgado, “o projeto permitiu uma aprendizagem multidirecional em que todos, médicos portugueses e guineenses, saem altamente valorizados para o trabalho a desenvolver juntos das populações de ambos os países”.
Na sessão de encerramento do Projeto, em que intervieram o Ministro da Saúde Pública, Dionísio Cumba, o Embaixador de Portugal, José Rui Velez Caroço, o Reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, e a Diretora do Programa Parcerias com África da Fundação Calouste Gulbenkian, Maria Hermínia Cabral, foi valorizada a qualidade da parceria e a importância dos resultados obtidos para a melhoria do sistema de saúde da Guiné-Bissau e da prestação de cuidados de saúde à população.
O Ianda Guiné Saúde – Reforço do Sistema de Saúde da Guiné-Bissau é um projeto financiado pela União Europeia, gerido e cofinanciado pelo Camões & Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., e cofinanciado pela Fundação Calouste Gulbenkian.
💥️Reforma Curricular do Ensino Básico da Guiné-Bissau
Um grupo da UMinho liderado pelo Reitor cumpriu, na última semana de abril, uma ação de acompanhamento da experimentação dos materiais pedagógicos elaborados no âmbito da Reforma Curricular do Ensino Básico (RECEB) da Guiné-Bissau. A ação teve lugar em escolas-piloto deste projeto que foi iniciado em 2015/16 e do qual a UMinho é parceira, com a Fundação Calouste Gulbenkian, o Ministério da Educação Nacional da Guiné-Bissau, a UNICEF e o Banco Mundial, tendo colaborado ativamente em diversas ações. Ao longo dos anos, o projeto envolveu cerca de 40 docentes do Instituto de Educação, Instituto de Ciências Sociais, Escola de Ciências e Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas.
O trabalho, em curso, da equipa da UMinho contemplou a elaboração, em colaboração com o Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Educação (INDE), de um documento orientador da RECEB, que apresenta a filosofia subjacente à reforma e os planos de estudos para os três ciclos do ensino básico, de programas para as cinco disciplinas do 1º ciclo e para as oito disciplinas do 2º ciclo e de conteúdos para os respetivos manuais escolares, destinados aos alunos, e guias dos professores. Os manuais e os guias do professor do 1º ciclo começaram a ser testados em escolas piloto em 2022/23, tendo duas dessas escolas sido visitadas pela comitiva, que dialogou com dirigentes escolares, professores e alunos sobre a RECEB e os materiais do 1º ciclo produzidos no seu âmbito.
Este projeto tem promovido a formação pedagógica de mais de 150 professores, diretores de escola, inspetores e outros agentes educativos, bem como a formação científica de cerca de 3000 professores. O projeto iniciado em 2015/16 viu recentemente o seu âmbito ser alargado à educação pré-escolar e a programas de educação destinados a crianças que não completaram os seis anos de escolaridade obrigatória e que estão fora do sistema educativo.
No âmbito desta iniciativa, foram visitadas duas escolas de formação de educadores e de professores do 1º ciclo que têm colaborado no RECEB. A comitiva da UMinho manteve, ainda, reuniões com parceiros e responsáveis da educação na Guiné-Bissau, ficando patente nas mesmas a satisfação com o trabalho realizado e a vontade de continuarem a desenvolver trabalhos em conjunto com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Universidade do Minho.
Segundo a coordenadora do RECEB na UMinho, professora Laurinda Leite, o projeto tem colocado grandes desafios à equipa da UMinho, mas, também, permitido a realização de muitas aprendizagens, sendo a chegada da Reforma às salas de aula da Guiné-Bissau um motivo de grande satisfação para todos os intervenientes no projeto, pois vai contribuir, decisivamente, para a consecução do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 4 naquele país, aumentando a qualidade da educação facultada às suas crianças.
Foto: UM.
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