Mónica de Miranda, Prémio idealista de arte contemporânea 2023
A artista apresentará o projeto “✅South Circular”, uma reflexão sobre a cidade de Lisboa, mais especificamente sobre a muralha defensiva militar que foi construída em 1899 para afastar os franceses da capital portuguesa e que, um século depois, se tornou um território habitado por africanos das ex-colónias portuguesas juntamente com povos de áreas rurais sem meios para viver na prosperidade desejada.
Esta linha fortificada, denominada Campo de Trincheiras, consiste numa linha circular que contorna o lado norte da capital lusa e percorre grande parte da margem sul. Nestes espaços, a artista Mónica de Miranda visitou ruínas e áreas recentemente habitadas por comunidades africanas e foi desenvolvendo um enquadramento narrativo e visual de lugares e momentos de significado histórico, onde coexistem a memória, a nostalgia e a visão da cidade moderna e os seus habitantes.
A exposição “✅South Circular”, com curadoria de Elisa Hernando e coordenação da Arte Global, é composta por 3 fotografias, um vídeo e um mapa da estrada militar da cidade de Lisboa que convida o espectador a refletir sobre as construções da paisagem urbana e das ruínas épicas da cidade. Neste novo espaço com identidade própria, Miranda apresenta-nos uma combatente de uniforme, enquanto ouve na rádio as notícias da revolução angolana; ou o cavaleiro que monta o seu animal ao longo da antiga estrada militar, passando por antigos postos de defesa que agora abrigam os sem abrigo. Estas são algumas das personagens que Miranda nos apresenta como metáforas de tempos e espaços opostos em constante cruzamento.
O Prémio idealista de Arte Contemporânea é uma iniciativa do ✅marketplace imobiliário líder em Portugal, Espanha e Itália com o qual a empresa quer reconhecer o talento e a visão de jovens criadores e procura incentivar e apoiar a produção artística contemporânea. Na sua primeira edição, em 2018, o prémio foi para o artista basco Ismael Iglesias (Durango 1974), com a obra “✅Streetfighter”; a segunda, em 2023, foi ganha pelo artista Huesca David Latorre (Huesca, 1973) com o seu projeto “✅Arquitetura, Corpo e Vestuário”; em 2023 não houve convocatória devido à pandemia e em 2023 ganhou o prémio Jorge Yeregui (Santander, 1975) com “✅Comunidades“. O artista cubano Hamlet Lavastida (✅La Habana, 1983) foi galardoado com o prémio idealista em 2022.
💥️O porquê do prémio idealista
O idealista tem vindo a apoiar, há muito anos, autores nacionais e internacionais e promove a produção artística de arte contemporânea através da aquisição de obras de arte que traduzem o impacto do “urbanismo” na vida das pessoas. A sua coleção inclui peças de autores como Panos Kokkinias (Atenas, Grécia, 1965), Teresa Margolles (Culiacán, México, 1963), Maider López (San Sebastián, Espanha, 1975), Olaf Breuning (Schaffhausen, Suíça, 1970) ou Massimo Vitali (Como, Itália, 1944). As obras participam num percurso itinerante entre os escritórios que a empresa tem nos três países onde opera. Para a criação do “Prémio idealista”, e coordenação do prémio nas próximas edições, o idealista selecionou Elisa Hernando, diretora da Arte Global, curadora da intervenção de Mónica de Miranda no SIMA Madrid.
💥️Sobre a Arte Global
A Arte Global é uma consultoria internacional de arte dedicada ao colecionismo artístico e projetos de gestão cultural para instituições, empresas e particulares. Fundada em 2003 por Elisa Hernando, a Arte Global conta com clientes de referência como ✅Uría Menéndez Abogados, ✅Fundación Banco Santander, ✅ARCOmadrid, Repsol, idealista, entre outros.
💥️Sobre Mónica de Miranda
Artista e pesquisadora, seu trabalho é baseado em temas de arqueologia urbana e geografias pessoais. Trabalha de forma interdisciplinar com desenho, instalação, fotografia, cinema, vídeo e som, em suas formas expandidas e nas fronteiras entre ficção e documentário.
Possui graduação em Artes Visuais pela ✅Camberwell College of Arts. Mónica fundou em 2014 o projeto Hangar – Centro de Investigação Artística, em Lisboa.
As suas exposições mais destacadas incluem: Construir o Tempo (Centro Cultural Camões, Luanda, Angola, 2022), ✅Berlin Biennale (2022), ✅No longer with the memory but with its future (✅Oratorio di San Ludovico de Nuova Icona, ✅biennale de Veneza, Itália 2022), ✅The Island (✅Autograph , Londres , 2022 ) Europa Oxalá (Fundação Gulbenkian, Lisboa; Mucem, França, 2022), ✅Thinking about possible futures, (✅Biennale del Sur, 2023), ✅African Cosmologies, ✅Houston Fotofest (2020), ✅Tales from the water margins, (✅Biennale Internationale de l’Art Contemporain de Casablanca,2018), ✅Taxidermy of the future (✅Biennale Lubumbashi, 2023); Arte Contemporânea Africana e Estética das Traduções (Bienal de Dakar, Senegal, 2016); ✅Addis Foto Fest (Adis Abeba, Etiópia, 2016); Hotel Globo (Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa, Portugal, 2015); Ilha de São Jorge (14ª Bienal de Arquitetura de Veneza, Itália, 2014), ✅Line Trap (Bienal de São Tomé e Príncipe, 2013);
Em 2023, foi nomeada para o Prémio EDP no Museu Maat (Lisboa, Portugal) e em 2016 foi nomeada para o Prémio de Fotografia Novo Banco e expôs no Museu Coleção Berardo (Lisboa, Portugal) como finalista.
O seu trabalho está representado em diversas coleções públicas e privadas, incluindo: Calouste Gulbenkian, MNAC, MAAT, FAS, Centro Cultural de Lagos, Arquivo Fotográfico de Lisboa.
Foto: DR.
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