Catarina Martins diz que recusar xenofobia e ódio "é o mínimo da decência&am
“A democracia tem que dizer que não à xenofobia, tem que dizer que não à política do ódio, tem que dizer que não ao racismo e isso é o mínimo da decência”, afirmou a responsável do BE, à margem da marcha pelos direitos dos animais, em Lisboa.
Catarina Martins comentava a posição do líder social-democrata que rejeitou, em entrevista à CNN Portugal, que o PSD possa fazer acordos de Governo ou ter o apoio de “políticas ou políticos racistas ou xenófobos, oportunistas ou populistas”.
A coordenadora do BE considerou que a direita “não tem nada para dizer ao país” e, por isso, “está sempre a falar da sua relação com o Presidente da República ou entre os vários partidos”.
“Quando as pessoas dizem que não conseguem pagar uma casa, o que é que a direita diz? Que faria o mesmo que o Governo. Quando as pessoas dizem que não conseguem ter acesso à saúde, o que é que a direita diz? Que faria o mesmo que o Governo. Quando as pessoas dizem que não conseguem pagar a conta do supermercado, o que é que a direita diz? Que faria o mesmo que o Governo e, portanto, não consegue falar do país, fala de outra coisa qualquer”, declarou.
A líder do BE lembrou que “o Presidente da República já afastou” o cenário de eleições antecipadas “por enquanto” e considerou que é melhor discutir “as coisas que estão realmente em cima da mesa”, como colocar o bem-estar animal já nesta revisão da Constituição que está agora a acontecer.
Este foi o lema da marcha pelos animais, que juntou cerca de 300 ativistas em Lisboa, e durante a qual a coordenadora do Bloco de Esquerda enfatizou que na próxima semana terá lugar na Assembleia da República a primeira discussão sobre a inclusão do bem-estar animal na Constituição.
“É um passo civilizacional muito importante, as pessoas têm sido confrontadas com notícias, por exemplo, sobre a lei que criminaliza os maus-tratos a animais de companhia e o facto de o Tribunal Constitucional ter anulado algumas sentenças por considerar que era preciso uma previsão constitucional dessa proteção”, apontou.
Colocar a questão da Constituição da República Portuguesa “é importante” também para o BE “para que essa lei de maus-tratos aos animais de companhia possa ter mais eficácia, não seja posta em causa”.
E também, como disse, para que haja um avanço “em matérias fundamentais de civilização” em que “a tortura de animais não pode ser um espetáculo como continua a ser, por exemplo na tourada, com apoios púbicos e com crianças a assistir” ou o transporte de animais vivos “a morrerem de formas terríveis”.
“Algo que é absolutamente inaceitável no nosso país e que é preciso avançar claramente, outros países da Europa já não fazem este tipo de coisas e Portugal ainda faz”, salientou.
Catarina Martins acredita que desta vez é possível encontrar uma maioria de dois terços na Assembleia da República para que o bem-estar animal faça parte da Constituição.
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