SNS: transformar os desafios em oportunidades
Facebook Twitter LinkedIN WhatsApp Messenger Email O crescimento da despesa pública com medicamentos, de forma sustentável e acompanhada pelo farmacêutico – de forma a garantir que o investimento se transforma em ganhos em saúde –, é o garante de uma sociedade que responde continuamente às necessidades e expetativas das pessoas.
Os desafios do Serviço Nacional de Saúde são conhecidos, as soluções têm sido amplamente debatidas e as conclusões são praticamente consensuais. Sabemos que a pandemia nos trocou as prioridades, mas deixou a descoberto necessidades há muito identificadas.
Chegados a 2023, estamos conscientes de que os medicamentos e, em particular, as vacinas tiveram um papel preponderante no regresso a uma normalidade que, não sendo igual à que conhecíamos antes, é aquela na qual podemos continuar a perspetivar progresso e crescimento socioeconómico.
Estamos, ainda, a constatar o que se antecipava num contexto de utilização intermitente dos serviços de saúde durante a pandemia, associado aos desafios demográficos que já conhecíamos: além do aumento da mortalidade que se observou no curto prazo, somos agora confrontados com o acréscimo de morbilidade associada ao aumento da carga de doença, observável num grande número de países.
Isto leva-nos, por um lado, a observar dois fenómenos: a escassez de medicamentos e o crescimento da despesa com os mesmos. O medicamento é um investimento da sociedade para mais e melhor saúde. Não apenas contribui para a qualidade de vida das pessoas, como assegura e aumenta a produtividade do país, diminuindo gastos em intervenções desnecessárias, quando por ele prevenidas.
O crescimento da despesa pública com medicamentos, de forma sustentável e acompanhada pelo farmacêutico – de forma a garantir que o investimento se transforma em ganhos em saúde –, é o garante de uma sociedade que responde continuamente às necessidades e expetativas das pessoas.
Por outro lado, neste contexto de pressão continuada sobre o SNS, as farmácias continuarão a ser uma porta de entrada para o sistema de saúde e um recurso importante para o acompanhamento da população. Será importante definir, de forma estruturada, de que forma os farmacêuticos e as farmácias serão envolvidos nesta estratégia, e como se deverão posicionar para facilitar o percurso das pessoas no sistema de saúde, em conjunto com os outros profissionais de saúde.
A nível internacional, temos assistido a um movimento no sentido da contratualização e remuneração por serviços prestados, à semelhança que se observou em Portugal para a testagem, e que contribuiu comprovadamente para a redução das desigualdades de acesso ao serviço por parte dos cidadãos.
A rede de farmácias está capacitada para prestar um conjunto de serviços, como a renovação da terapêutica e a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade, já incluídos no Orçamento do Estado para 2023, mas também serviços de avaliação e referenciação de situações clínicas ligeiras e consultas farmacêuticas de revisão da medicação.
Mais do que nunca, precisamos de uma visão para as políticas de Saúde que transforme os desafios em oportunidades. Precisamos de um Governo que orquestre a execução, em conjunto com os parceiros do Setor. Precisamos de soluções efetivas que melhorem a vida dos portugueses.
✅Presidente da Associação Nacional de Farmácias
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