Governo quer trocar diretores da Petrobras para evitar aumento dos combustíveis antes do 2º turno
Presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, vota no Rio de Janeiro no primeiro turno — Foto: Reprodução/ TV Globo
O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, articula a troca de diretores da Petrobras para evitar que haja aumento nos preços dos combustíveis antes do segundo turno da eleição.
O novo presidente da estatal, Caio Paes de Andrade, quer mudar as diretorias que cuidam da análise de preços na companhia: Finanças e Comercialização e Logística. Andrade também quer trocar o comando da Diretoria de Governança e Conformidade
Para a diretoria de Finanças, por exemplo, o nome cotado é o do atual secretário especial do Tesouro Nacional, Esteves Colnago, a quem Caio Paes de Andrade já foi subordinado antes de assumir o comando da empresa.
Nesta semana, Caio Paes de Andrade chegou a discutir, segundo fontes da empresa, a possibilidade de uma redução dos preços da gasolina e do diesel, na busca de gerar notícias positivas para o presidente Jair Bolsonaro neste segundo turno.
Os dois diretores, porém, foram contra, segundo interlocutores deles, alegando que, neste momento, o valor destes produtos no Brasil está abaixo do preço no mercado internacional.
Já fazia parte da estratégia de Caio Paes de Andrade trocar esses diretores, só que o cenário recente, de queda no preço do barril do petróleo no mercado internacional, permitiu a redução no valor do diesel e gasolina. Foram cinco reduções no preço da gasolina e três do diesel desde que ele assumiu o comando da empresa.
Só que o cenário atual mudou. O preço do petróleo voltou a subir, principalmente depois que a Opep reduziu a produção de óleo, gerando pressão de alta. Com isso, não haveria possibilidade de corte no valor do diesel e da gasolina no mercado interno, mas de alta. Por enquanto, é possível segurar os preços por algumas semanas, mas se a tendência de alta no petróleo se mantiver a regra da Petrobras determina aumento nos produtos no país.
Segundo assessores da Petrobras, se a estatal reduzisse os preços hoje iria contra a regra atual, de paridade de preços de importação. Com isso, a diretoria ficaria sujeita a uma ação na Justiça por parte de acionistas minoritários.
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