Lula se reúne com aliados do PSD; partido anunciou neutralidade no 2º turno
Lula se reúne com aliados do PSD — Foto: YouTube/Reprodução
Lideranças do PSD declararam nesta quinta-feira (6) apoio ao candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, no 2º turno da eleição presidencial.
O partido decidiu, no início da semana, não aderir às campanhas de Lula ou do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e liberou os filiados a declarar apoios por conta própria. A decisão abriu caminho para que o governador do Paraná, Ratinho Júnior, anunciasse apoio a Bolsonaro.
Ao lado de Lula, em um hotel na capital paulista, anunciaram o posicionamento a favor da chapa Lula-Alckmin:
Apesar de não estarem presentes, os senadores Omar Aziz (AM) e Angelo Coronel (BA) também declararam voto no ex-presidente.
Em nome do PSD e do diretório estadual da Bahia, o senador Otto Alencar afirmou que a lista de apoiadores ainda pode crescer e defendeu a eleição do petista.
“Nós vamos trabalhar para ampliar esse apoio em outros estados, temos conversado com vários companheiros. Nossa posição é muito clara, sabendo que a eleição do presidente Lula vitoriosa é o resgate da cidadania, da democracia, do Estado Democrático de Direito”, disse.
Segundo o deputado federal Marcelo Ramos, ainda não é possível saber quantos integrantes do partido vão se aliar a Lula na nova rodada das eleições.
Nos últimos dias, a candidatura petista também foi endossada por economistas e nomes do PDT, PSDB, MDB e Cidadania. Entre eles, Carlos Lupi, Edmar Bacha, Pedro Malan, Persio Arida, Armínio Fraga, Fernando Henrique Cardoso e Simone Tebet.
O desejo de ter o PSD aliado à campanha petista, no entanto, é antigo. Ainda durante a articulação da pré-campanha ao Planalto, no ano passado, Lula e lideranças do PT tentaram atrair o apoio formal do partido. Na legenda, o ex-presidente tinha apoio de uma ala declaradamente lulista – composta por senadores e deputados federais.
Na tentativa de firmar um acordo, o ex-presidente chegou a participar de conversas com o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, e de um almoço com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A aliança, no entanto, não avançou.
Em convenção nacional no final de julho, o partido optou pela neutralidade no primeiro turno, o que permitiu que o petista seguisse com apoios declarados dos senadores Omar Aziz (AM), Otto Alencar (BA) e Carlos Fávaro (MT), e do deputado Marcelo Ramos, por exemplo. Mais tarde, Fávaro passou a ser conselheiro e interlocutor de Lula com o agronegócio
Ao mesmo tempo, nos dois maiores colégios eleitorais, o PSD consolidou aliança com um aliado de Bolsonaro na disputa ao governo de São Paulo, Tarcisio de Freitas, e com o próprio PT em Minas Gerais.
O Rio de Janeiro, um dos estados em que Lula deverá focar nas próximas semanas, terá a adesão de Eduardo Paes na coordenação de campanha. Paes tem articulado a aliança de outros partidos no RJ, a exemplo do diretório fluminense do União Brasil, que deve aderir à chapa Lula-Alckmin nesta quinta.
No estado, Lula foi derrotado por Bolsonaro por 51% a 40%. Integrantes da campanha petista avaliam que a ausência de atos de campanha e acenos ao eleitorado do subúrbio carioca podem ter ajudado a elevar a diferença.
O prefeito da capital entra em campo para melhorar a intermediação com as lideranças políticas desses locais. O ex-presidente tem agenda marcada para a Baixada Fluminense no próximo dia 11.
"Nós vamos trabalhar incessantemente. [...] Esse segundo turno vai ser muito diferente do que aconteceu nessas áreas", declarou Eduardo Paes.
O senador Carlos Fávaro anunciou que vai reunir lideranças progressistas do Mato Grosso nesta sexta-feira (7) para organizar a nova frente de campanha petista no estado. "Não é terra arrasada", afirmou Fávaro ao mencionar que o petista venceu em uma dezena de cidades do estado.
Lula agradeceu aos apoios recebidos nesta quinta e voltou a dizer que sairá vitorioso em São Paulo e Rio, vencidos por Bolsonaro no primeiro turno.
"Posso dizer a vocês que vamos aumentar a diferença no segundo turno", afirmou o ex-presidente que ainda disse esperar elevar o percentual de votação no Nordeste.
O petista fez acenos ao eleitorado fluminense ao relembrar investimentos no estado e as Olimpíadas do Rio. "Vamos voltar a recuperar a indústria naval no Rio de Janeiro. Vamos voltar à construção de plataformas [de petróleo]", apontou.
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