Justiça mantém prisão de PM reformado e esposa acusados de compra de votos em Três Rios

Audiência de custódia foi realizada no Fórum da cidade — Foto: Valber Matias 1 de 1 Audiência de custódia foi realizada no Fórum da cidade — Foto: Valber Matias

Audiência de custódia foi realizada no Fórum da cidade — Foto: Valber Matias

O policial militar reformado Carlos Augusto da Silva e a esposa dele tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça na tarde desta quinta-feira (6).

Os dois são acusados de participar de um esquema de compra de votos nas eleições do último domingo (2) no município de Três Rios (RJ).

A decisão pela manutenção da prisão foi definida durante uma audiência de custódia no Fórum da cidade, realizada nesta tarde.

Outras nove pessoas acusadas de vender o voto, que também haviam sido presas em flagrante, foram liberadas e poderão cumprir pena de seis meses de serviço comunitário, caso aceitem a proposta de acordo. O caso tramita junto à 40ª Zona Eleitoral, em Três Rios.

Procurado por uma equipe de reportagem da TV Rio Sul, o advogado responsável pela defesa do casal preferiu não se manifestar.

O PM reformado Carlos Augusto, que é ex-vereador, seria o interlocutor entre os candidatos beneficiados e as pessoas que aceitaram vender seus votos.

Na quarta-feira (5), a Justiça Eleitoral determinou a busca e apreensão na casa do militar reformado. Quando a Polícia Militar chegou ao local, encontrou várias pessoas revoltadas com o fato de o PM reformado não ter pago o dinheiro referente a compra de votos.

No imóvel, os agentes encontraram R$ 18 mil, que seriam para pagar os votos comprados, e títulos de eleitores, além de anotações com informações sobre os acordos.

Ainda na operação, foram encontrados santinhos dos candidatos Marcos Tavares (PDT-RJ), eleito deputado federal, e Fabrício Baião (Podemos-RJ), que não conseguiu se eleger como deputado estadual — Baião foi prefeito de Sapucaia (RJ) de 2016 a 2023, além de vereador por dois mandatos, eleito em 2004 e reeleito em 2008.

Além da prática criminosa, os suspeitos também são acusados de não pagar os valores combinados por cada voto. O calote provocou revolta em muitos moradores do município que toparam participar do esquema.

Em um vídeo, é possível ver moradores cercando o PM reformado para reclamar da quebra do acordo. Em áudios, alguns moradores ameaçaram agredir e destruir bens do policial.

"Não deu dinheiro, pau nele. Não adianta que ele não vai ficar escondido. Ele pode esconder o carro. mas e a mercearia dele? e a cara dele? A cara dele vai estar aí daqui a pouco. Mete o pau nele", disse um morador que se sentiu prejudicado.

Em 2005, Carlos Augusto foi preso acusado de fazer parte da chamada quadrilha da farda, que esteve envolvida em homicídios, tráfico de drogas e roubo de cargas.

Segundo a legislação eleitoral, a tentativa de influenciar a vontade do eleitor, com a compra de votos, é crime eleitoral que pode ser punido com a cassação do registro ou do diploma do candidato envolvido, além de multa e da inelegibilidade do político por oito anos.

O eleitor que aceita vender seu voto também pode ser preso por até quatro anos.

O PDT alegou que a assessoria do deputado Marcos Tavares é quem deveria responder sobre o caso.

Em nota, a assessoria de Tavares disse que ele não tem qualquer ciência dos fatos que não dizem respeito a sua campanha.

Afirmou também que o deputado não é alvo de investigação de qualquer operação e que a base eleitoral dele é na Baixada Fluminense. Alegou ainda que, nesta eleição, Tavares não esteve em Três Rios e reforçou que ele é advogado e não compactua com qualquer ilegalidade.

O Podemos, partido de Fabrício Baião, disse que repudia totalmente a atitude e que não compactua com o ato repugnante e antidemocrático.

Em nota, Baião se colocou à disposição da Justiça e disse "que nunca houve qualquer tratativa com o sargento reformado Carlos Augusto em relação a compra de votos ou qualquer outro tipo de conduta ilícita".

Afirmou ainda que o militar reformado "foi um dos auxiliares de minha campanha, não tendo recebido nada em troca além do compromisso de que o apoiaria nas eleições municipais". Sobre Marcos Tavares, Baião disse que ele "não tem relação nenhuma com o sargento Carlos Augusto".

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