‘Quanto mais cheio, mais estes casos acontecem’, diz pesquisadora sobre assédio no transporte público

A pesquisadora Rafaela Albergaria, idealizadora do Observatório dos Trens, afirmou em entrevista ao Bom Dia Rio na manhã desta sexta-feira (7) que a superlotação nos trens e ônibus favorecem os casos de assédio.

“Quanto mais cheio, mais estes casos acontecem. Porque agressores, como o caso do agressor ontem, se utilizam dessa superlotação para nos encoxar, para tecer falas com conotação sexual, para fotografar o nosso corpo. Tudo isso é assédio e crime previsto no Código Penal”, disse a pesquisadora.

Na quinta-feira (6), um homem foi preso em flagrante na Estação Maracanã da Supervia por ejacular em uma passageira dentro de um trem.

“Eu senti algo quente atrás de mim. Quando me virei, estava suja”, conta a vítima.

O homem foi agredido por outros passageiros.

Passageiros agridem homem que teria ejaculado em passageira em vagão de trem da Supervia — Foto: Reprodução/ TV Globo 1 de 2 Passageiros agridem homem que teria ejaculado em passageira em vagão de trem da Supervia — Foto: Reprodução/ TV Globo

Passageiros agridem homem que teria ejaculado em passageira em vagão de trem da Supervia — Foto: Reprodução/ TV Globo

Na manhã desta sexta, era possível ver os vagões destinados às mulheres em horários de grande lotação cheios de homens.

Segundo Rafaela, as concessionárias e o poder estadual devem buscar iniciativas efetivas para evitar novos casos de assédios no transporte.

“Desde que a gente começa a se deslocar pela cidade, essa realidade de violência sempre nos atravessa. A gente vai estabelecendo uma série de estratégias para não sofrer violência dentro do trem, dentro dos ônibus. E a superlotação ajuda esses casos de violência a aumentarem e se transformarem em cotidiano nas nossas vidas”, ressaltou a pesquisadora.

Ela destacou ainda que dados mostram que é difícil encontrar uma mulher que não tenha passado por algum episódio de violência no transporte.

“Dificilmente você vai conseguir conversar com uma mulher que não tenha sofrido assédio no transporte. Uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão levantou que 97% das mulheres entrevistadas já sofreu alguma forma de violência dentro do transporte público”, finalizou.

Homens em vagão destinado às mulheres na manhã desta sexta-feira (7) — Foto: Reprodução/ TV Globo 2 de 2 Homens em vagão destinado às mulheres na manhã desta sexta-feira (7) — Foto: Reprodução/ TV Globo

Homens em vagão destinado às mulheres na manhã desta sexta-feira (7) — Foto: Reprodução/ TV Globo

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