Famílias atingidas pelas chuvas do início do ano denunciam situação insalubre em imóveis pagos com aluguel social em Petrópolis

Dez famílias atingidas pelas chuvas do início do ano em Petrópolis, Região Serrana do Rio, denunciam as péssimas condições dos imóveis onde foram abrigadas, pagos com aluguel social. O caso veio a público depois de uma vistoria de três vereadores da cidade na última quarta-feira (5). O imóvel, um prédio de três andares, fica na Rua Pernambuco, no bairro Quitandinha.

Em vistoria no local, os vereadores encontraram uma situação preocupante: a construção, que tem 14 apartamentos, tem infiltrações por todos os lados, mofo, problemas no telhado e até na rede interna de esgoto, que vaza pelos ralos dos corredores.

Uma das moradoras, emocionada, fez um apelo pedindo uma solução.

Forro do teto de apartamento onde vivem vítimas da chuva de Petrópolis está caindo — Foto: Cedida pela Câmara Municipal de Petrópolis 1 de 2 Forro do teto de apartamento onde vivem vítimas da chuva de Petrópolis está caindo — Foto: Cedida pela Câmara Municipal de Petrópolis

Forro do teto de apartamento onde vivem vítimas da chuva de Petrópolis está caindo — Foto: Cedida pela Câmara Municipal de Petrópolis

Ao todo, são 33 famílias beneficiadas com aluguel social que vivem no local, entre elas crianças e idosos. Os moradores dizem que querem sair do prédio porque temem que o risco no local seja tão grande quanto nas áreas de onde foram retirados em função das chuvas do início do ano.

“Tenho medo de morrer aqui. Nós não nos sentimos seguros. Quando chove, a água entra e escorre pelas paredes. Parece uma cachoeira. Em alguns apartamentos a água desce pelos buracos das lâmpadas. Há problemas na rede elétrica e o esgoto sai pelo ralo, inclusive nos andares mais altos. O cheiro fica insuportável. Os apartamentos têm uma única janela e todos têm muito mofo. As paredes e até o teto ficam pretos. Já chamamos a Defesa Civil, mas não conseguimos o laudo. Isso aqui não é vida. Nos tiraram da barreira para trazer a gente para morrer debaixo de concreto”, desabafa a moradora Ana Carolina.

No local, os relatos de todos os moradores são semelhantes. Dizem que, logo que entraram no prédio, identificaram vários problemas, mas nem o proprietário nem a prefeitura dão solução.

Moradores vítimas da chuva de Petrópolis relatam problemas estruturais em prédio pago com aluguel social — Foto: cedida pela Câmara Municipal de Petrópolis 2 de 2 Moradores vítimas da chuva de Petrópolis relatam problemas estruturais em prédio pago com aluguel social — Foto: cedida pela Câmara Municipal de Petrópolis

Moradores vítimas da chuva de Petrópolis relatam problemas estruturais em prédio pago com aluguel social — Foto: cedida pela Câmara Municipal de Petrópolis

O presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, Hingo Hammes, classificou a situação como inaceitável.

“Estamos falando de pessoas que chegaram até aqui com inúmeros traumas. Perderam suas casas e, em muitos casos, familiares e amigos. Não podemos admitir que sejam colocados em um imóvel que mais parece um depósito de pessoas, sem o mínimo de dignidade".

Um dos critérios para a liberação do aluguel social é a vistoria da Defesa Civil, que precisa garantir que o local é seguro e habitável.

Questionada sobre a situação dos apartamentos no bairro Quitandinha, a prefeitura informou, em nota, que todas as famílias beneficiadas pelo aluguel social podem pedir distrato do contrato. A Prefeitura diz que garante o aluguel social em um novo local para todas as famílias que pedirem o distrato. O proprietário do imóvel na rua Pernambuco foi acionado pela prefeitura, cabe a ele proceder com os reparos necessários.

Há um setor de aluguel social da Secretaria de Assistência Social, na Rua Dom Pedro, 199, Centro, que está à disposição da população para tirar dúvidas sobre o benefício e receber reclamações sobre problemas nos imóveis. No setor, também são tratados os distratos (dissolução do contrato), sempre que é procurado pelos beneficiários ou pelos proprietários. A Secretaria de Assistência Social lembra também que cada família beneficiária do aluguel social visitou o imóvel antes de assinar o contrato de aluguel.

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