FMI aumenta projeção para o PIB do Brasil, que permanece abaixo da média global

Logotipo do FMI é visto do lado de fora do prédio da sede em Washington — Foto: Yuri Gripas/Reuters 1 de 1 Logotipo do FMI é visto do lado de fora do prédio da sede em Washington — Foto: Yuri Gripas/Reuters

Logotipo do FMI é visto do lado de fora do prédio da sede em Washington — Foto: Yuri Gripas/Reuters

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou nesta terça-feira (11) a atualização de seu relatório de monitoramento da economia global e elevou a expectativa de crescimento para o PIB do Brasil em 2022.

Para o órgão, 💥️a economia brasileira deve crescer 2,8% neste ano, aumento de 1,1 ponto percentual em relação à edição de julho do World Economic Outlook (WEO). Para 2023, a projeção é de crescimento de 1%, uma diminuição de 0,1 ponto contra sua projeção anterior.

Mesmo com resultados melhores, a economia do Brasil fica atrás da média global e regional de crescimento.

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Nesta edição, o FMI decidiu manter a projeção de 3,2% de crescimento para a economia global, mas reduziu a expectativa para 2023, de 2,9% para 2,7%. A estimativa é de que cerca de um terço do PIB global tenha contração no próximo ano.

Já a região da América Latina e Caribe deve crescer 3,5% de acordo com os cálculos do FMI. Para 2023, a projeção de crescimento é de 1,7%.

Já em termos de inflação, as projeções brasileiras são melhores que a média global. 💥️O FMI espera 6% ao fim de 2022 e 4,7% para 2023. A média global, pelos cálculos do fundo, deve ser de 8,8% neste ano e de 6,5% no próximo.

O fundo elenca três fatores de preocupação para o momento turbulento da economia global. São eles a continuidade da invasão russa na Ucrânia, os choques inflacionários que persistem e a desaceleração chinesa.

A guerra da Ucrânia havia causado desde o início um impacto no mercado internacional de alimentos e combustíveis, especialidades de exportação daquela região. Mas a escalada do conflito desencadeou uma grave crise energética na Europa, pela dependência do continente no comércio com os russos.

Os preços de energia — em especial, do gás natural — têm gerado pressão extra no custo de vida da população europeia, que vê os índices de inflação nos patamares mais altos em quase 50 anos.

💥️A mistura de efeitos da Covid na cadeia produtiva global e a crise causada pelo conflito no Leste Europeu resultaram em pressão inflacionária espalhada pelas mais diversas economias.

O FMI diz que essa condição causou um “aperto sincronizado” da política monetária global e uma consequente valorização do dólar, que bate ainda mais forte na atividade e em investimentos de países emergentes.

É um cenário que leva à desaceleração das principais economias, o que contribui para a redução das projeções para 2023. O FMI espera que a inflação global atinja seu pico no fim deste ano, mas que persista em patamares mais altos por mais tempo. A expectativa é de que chegue a 4,1% até 2024.

Por fim, há incerteza vinda da economia chinesa por conta das quebras de produção em virtude das políticas de “Covid zero”. O país ainda recorreu em 2022 a firmes lockdowns contra o espalhamento do vírus, que interromperam as cadeias logísticas globais.

A China é um importante componente do comércio global. Em ritmo mais lento, traz impactos à atividade de uma gama de países, inclusive os emergentes. “Além disso, o setor imobiliário, que representa cerca de um quinto da atividade econômica na China, está enfraquecendo rapidamente”, diz o FMI.

Dentro dos desafios apresentados pelo relatório, o FMI destaca o papel minucioso dos criadores de políticas econômicas de cada país. Isso porque o combate a inflação depende de desacelerar a economia, mas não pode ser feito a ponto de prejudicar demais as condições econômicas do país.

Apesar do cenário geral, os desafios são muito diferentes em economias desenvolvidas ou emergentes. Estados Unidos, Reino Unido e a zona do euro, por exemplo, mantêm um mercado de trabalho preenchido e precisam evitar que espiral de salários cause mais pressão sobre e inflação.

Os países emergentes, por outro lado, têm que lidar com alta dos juros, custo de serviço da dívida em alta, pouco espaço fiscal para seguridade social e números mais altos de desemprego. Tudo isso prejudica as condições de vida da população e bota pressão sobre os tomadores de decisão.

“Para muitos mercados emergentes, a força do dólar está causando grandes desafios, apertando as condições financeiras e aumentando o custo dos produtos importados. (...) A resposta apropriada na maioria dos países é calibrar a política monetária para manter a estabilidade de preços, deixando as taxas de câmbio se ajustarem, conservando valiosas reservas cambiais para quando as condições financeiras realmente piorarem”, diz o FMI.

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