Justiça ouvirá mais 14 testemunhas do caso Colmeia Mágica em SP; donas e funcionária de escola são acusadas de torturar 9 crianç

Da esquerda para a direita: Roberta e Fernanda Serme, donas da Colmeia Mágica, e Solange Hernandez, funcionária. As três foram responsabilizadas por tortura, maus-tratos e outros crimes contra 9 crianças que aparecem amarradas e chorando em vídeos e fotos — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/g1 1 de 5 Da esquerda para a direita: Roberta e Fernanda Serme, donas da Colmeia Mágica, e Solange Hernandez, funcionária. As três foram responsabilizadas por tortura, maus-tratos e outros crimes contra 9 crianças que aparecem amarradas e chorando em vídeos e fotos — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/g1

Da esquerda para a direita: Roberta e Fernanda Serme, donas da Colmeia Mágica, e Solange Hernandez, funcionária. As três foram responsabilizadas por tortura, maus-tratos e outros crimes contra 9 crianças que aparecem amarradas e chorando em vídeos e fotos — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/g1

A Justiça marcou para as 13h30 desta quinta-feira (13) no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, os depoimentos de mais 14 testemunhas do 💥️caso Colmeia Mágica. Segundo informou o 💥️Tribunal de Justiça (TJ), por meio de sua assessoria de imprensa, a previsão é a de que essa etapa do processo, chamada de audiência de instrução, termine por volta das 19h.

Pais das vítimas já tinham sido ouvidos antes, em 27 de julho, e professoras prestaram depoimentos em 26 de agosto. Educadoras da escola particular de educação infantil na Zona Leste da capital também deverão falar nesta quinta.

O processo apura a acusação de que duas donas e uma funcionária torturaram, cometeram maus-tratos e outros crimes💥contra nove crianças, sendo duas meninas e sete meninos alunos da Colmeia Mágica. Elas também são acusadas por associação criminosa, perigo de vida e constrangimento. As três rés sempre negaram os crimes às autoridades e à imprensa desde que o caso veio à tona.

O caso foi revelado em março deste ano pelo 💥️g1, depois que vídeos mostravam alunos chorando e amarrados em lençóis, presos a cadeirinhas de bebês dentro de um banheiro da Colmeia Mágica. As imagens viralizaram nas redes sociais.

Se houver tempo, as irmãs 💥️Roberta e Fernanda Serme, respectivamente diretora e sócia da escolinha, e 💥️Solange Hernandez, funcionária da Colmeia Mágica, serão interrogadas ainda nesta quinta. Caso contrário, as três talvez poderão ser ouvidas nesta sexta (14).

Por decisão da Justiça, Roberta e Fernanda estão presas preventivamente acusadas pelos crimes. Solange também responde pelas mesmas acusações, mas em liberdade.

Essas etapas do processo precedem o julgamento das rés. Depois disso, a juíza do caso poderá absolvê-las ou condená-las pelos crimes. Ainda não há uma previsão de quando essa decisão ocorrerá.

Procurado nesta quinta pelo 💥️g1 para comentar o assunto, o advogado 💥️André Dias, que defende as irmãs Serme, afirmou que poderia falar "talvez depois da audiência".

A reportagem entrou em contato com a defesa de Solange, feita pelo advogado 💥️Leonardo Luiz Fiorini, mas ela não se pronunciou até a última atualização dessa matéria.

A Polícia Civil de São Paulo abriu em junho deste ano outro inquérito para apurar novas denúncias de tortura e maus-tratos, desta vez, supostamente contra mais 34 crianças (20 meninos e 14 meninas) da Colmeia Mágica. Esta é a segunda investigação envolvendo a escolinha.

Entenda abaixo como estão as duas investigações:

No primeiro inquérito, aberto no início deste ano, a 8ª Delegacia Seccional concluiu que as duas donas da Colmeia Mágica e uma funcionária cometeram tortura e maus-tratos contra nove alunos (duas meninas e sete meninos). Essas crianças aparecem em vídeos e fotos que circularam nas redes sociais. As imagens mostram elas chorando, amarradas com lençóis, e presas a cadeirinhas de bebês dentro do banheiro da escola. As cenas teriam sido gravadas por funcionárias descontentes. Foram a partir dessas imagens que a polícia passou a investigar os crimes.

A Colmeia Mágica atendia crianças de 0 a 5 anos, do berçário ao ensino infantil. O caso provocou indignação nos pais de alunos. Atualmente a escolinha, fundada em 2002, está fechada.

Pais de alunos protestaram na frente da Colmeia Mágica nesta terça (15) na Zona Leste de São Paulo — Foto: Reprodução/Redes sociais 2 de 5 Pais de alunos protestaram na frente da Colmeia Mágica nesta terça (15) na Zona Leste de São Paulo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Pais de alunos protestaram na frente da Colmeia Mágica nesta terça (15) na Zona Leste de São Paulo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Além de tortura e maus-tratos contra nove crianças, Roberta e Fernanda Serme, respectivamente diretora e sócia da Colmeia Mágica, e Solange Hernandez, empregada da escolinha, também foram acusadas por associação criminosa, perigo de vida e constrangimento no mesmo caso.

O MP e a Polícia Civil estão convictos de que as nove crianças sofreram violência física e psicológica dentro da Colmeia Mágica. Para esses órgãos, além dos vídeos das crianças amarradas, fotos de algumas delas machucadas após saírem da escola e laudos periciais comprovam as lesões.

As três já são rés neste processo na Justiça. As irmãs Serme estão presas preventivamente em Tremembé, interior paulista; Solange responde aos crimes em liberdade. Todas elas negam as acusações.

A audiência de instrução do caso, como é chamada essa etapa do processo antes do julgamento, já ouviu pais das vítimas em 27 de julho e professoras em 26 de agosto. Nos dias 13 e 14 de outubro, mais testemunhas darão depoimentos. Por último, estão previstos os interrogatórios das acusadas. Depois caberá à Justiça julgá-las e decidir se as condena ou absolve. Ainda não há data para o julgamento delas.

Perícia constatou, no primeiro inquérito, lesões em pelo menos dois alunos da Colmeia Mágica. Imagens acima mostram braço machucado de uma mesma criança — Foto: Reprodução 3 de 5 Perícia constatou, no primeiro inquérito, lesões em pelo menos dois alunos da Colmeia Mágica. Imagens acima mostram braço machucado de uma mesma criança — Foto: Reprodução

Perícia constatou, no primeiro inquérito, lesões em pelo menos dois alunos da Colmeia Mágica. Imagens acima mostram braço machucado de uma mesma criança — Foto: Reprodução

Já o segundo inquérito contra a Colmeia Mágica foi aberto em 13 de junho pela polícia a pedido do 💥️Ministério Público (MP) e por determinação da Justiça. Ele ainda não foi concluído. A Promotoria quer saber, por exemplo, se a delegacia consegue esclarecer nesta nova investigação se as duas donas e a funcionária da Colmeia Mágica tiveram ajuda de professoras na tortura e nos maus-tratos contra as nove crianças.

O MP ainda pediu para a polícia apurar se as 34 novas denúncias realmente aconteceram e quem participou delas. Essas outras queixas haviam sido feitas na delegacia pelos pais dos alunos logo que o caso veio à tona. Mas como elas não foram apuradas a fundo à época, o promotor pediu que o inquérito sobre a escola fosse desmembrado.

Foto mostra criança dormindo no chão da Colmeia Mágica, no primeiro inquérito — Foto: Reprodução/ Redes sociais. 4 de 5 Foto mostra criança dormindo no chão da Colmeia Mágica, no primeiro inquérito — Foto: Reprodução/ Redes sociais.

Foto mostra criança dormindo no chão da Colmeia Mágica, no primeiro inquérito — Foto: Reprodução/ Redes sociais.

Ele então denunciou à Justiça as três acusadas por crimes contra nove crianças. E pediu a abertura de uma nova investigação para apurar a veracidade das novas denúncias. O MP quer saber se essas outras acusações ocorreram e quem são as responsáveis por elas: seja cometendo os crimes ou sendo conivente com eles, pela omissão em não denunciá-los.

Além de Roberta, Fernanda e Solange, professoras da escolinha também serão investigadas pela polícia para saber se tiveram algum envolvimento.

No primeiro inquérito: Menino com hematoma perto do olho e garoto internado no respirador. Ambos chegaram feridos e doentes em casa após saírem do berçário da Colmeia Mágica, em São Paulo — Foto: Reprodução/Divulgação 5 de 5 No primeiro inquérito: Menino com hematoma perto do olho e garoto internado no respirador. Ambos chegaram feridos e doentes em casa após saírem do berçário da Colmeia Mágica, em São Paulo — Foto: Reprodução/Divulgação

No primeiro inquérito: Menino com hematoma perto do olho e garoto internado no respirador. Ambos chegaram feridos e doentes em casa após saírem do berçário da Colmeia Mágica, em São Paulo — Foto: Reprodução/Divulgação

No primeiro inquérito, as educadoras foram ouvidas como testemunhas e não como investigadas. Naquela ocasião, elas negaram ter participado dos crimes. Haviam dito que presenciaram as cenas de violência e, por este motivo, decidiram denunciar as donas e a funcionária da escolinha.

Elas haviam contado à época que Roberta amarrava as crianças, acreditando que com isso elas parariam de chorar. Segundo elas, a diretora não suportava ouvir choros dos alunos. Segundo os depoimentos, Fernanda era conivente com a situação. Há ainda relatos de que Solange chegou a cobrir a cabeça de um bebê com uma coberta, e ele ficou internado num hospital após sentir dificuldades de respirar.

Roberta Serme é diretora da Escola Infantil Colmeia Mágica — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal 6 de 5 Roberta Serme é diretora da Escola Infantil Colmeia Mágica — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Roberta Serme é diretora da Escola Infantil Colmeia Mágica — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

💥️Roberta chegou a confirmar em seu depoimento à polícia que os vídeos foram gravados na sua escola e que as crianças que aparecem lá são seus alunos. Mas negou que as amarrasse ou ordenasse a alguém para amarrá-las. Disse ainda que desconhecia quem teria feito isso. Mas desconfiava que as cenas pudessem ter sido montadas por alguma funcionária insatisfeita para prejudicar ela e sua irmã.

💥️Fernanda também se mostrou surpresa com os vídeos quando foi ouvida na delegacia.

💥️Solange também negou ter cometido algum crime. Além de acusar Roberta de "embalar'" as crianças, a funcionária falou à polícia, e em entrevista à 💥️TV Globo e ao 💥️g1, que as professoras da Colmeia Mágica eram orientadas pela diretora a fazer o mesmo "procedimento". Ela ainda falou que não ajudou a patroa a amarrar os alunos. E negou que tivesse jogado uma coberta na cabeça de uma criança, a sufocando.

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