Tarcísio muda discurso e diz que vai 'chamar as forças de segurança para avaliar a efetividade ou não' do uso de

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mudou o tom sobre a retirada das câmeras nos uniformes dos policiais militares do estado e afirmou nesta sexta-feira (14) que vai “chamar as forças de segurança para avaliar, do ponto de vista técnico, a efetividade ou não” do uso do equipamento.

“É uma questão que eu considero que hoje que inibe o policial. Acho que ela tem atrapalhado a produtividade. Mas isso é uma percepção. Então, o que a gente vai fazer, caso a gente seja eleito? Chamar as forças de segurança, avaliar do ponto de vista técnico a efetividade ou não, e aperfeiçoamento da política pública”, declarou o candidato.

“Não existe nenhuma política pública que não possa ser reavaliada, que não possa sofrer melhorias. Ou mesmo, a gente avaliando que isso está atrapalhando de maneira importante a produtividade, retirar. Mas é uma coisa que a gente vai discutir junto com os especialistas”, completou.

O tom usado por Tarcísio nesta sexta (14) é bem diferente do 1º turno, quando ele dizia com veemência que tiraria as câmeras dos uniformes da corporação.

Em entrevista ao 💥️g1 em 22 de agosto, o candidato havia afirmado que “em alguma medida [a câmera] é prejudicial à política de Segurança Pública” e “precisa ser reanalisada” 💥️(veja vídeo abaixo).

O candidato disse ainda que policiais da Rota não devem usar câmera. "Na minha opinião, não [deve usar câmera], na minha opinião, é incompatível com o tipo de atuação, com a natureza de atuação que ela tem. E quem disse que ela não vai seguir a lei não estando com a câmera. Por que você não acredita que ela não vai seguir a lei não estando com a câmera?"

A ideia do candidato de retirar as câmeras dos PMs recebeu críticas nas redes sociais e do adversário Fernando Haddad (PT).

No último debate na tv entre os dois, Haddad havia apontado que as câmeras haviam diminuído em mais de 80% a letalidade policial em São Paulo e que a retirada do equipamento dos uniformes “desafiava os dados da própria polícia”.

O 💥️g1 checou a informação com as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública (SSP) no estado, que apontam que quando consideramos o 1º semestre de 2023, 2023 e 2022, os mortos em confronto com policiais militares tiveram redução de 72%.

As câmeras corporais começaram a ser usadas pela Polícia Militar em agosto de 2023. No primeiro semestre de 2023, antes da implantação das câmeras corporais nas fartas, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) havia registrado 435 mortes em confronto com policiais militares em serviço.

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante evento na sede da ROTA, no Centro de São Paulo, em 14 de outubro de 2022. — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 2 O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante evento na sede da ROTA, no Centro de São Paulo, em 14 de outubro de 2022. — Foto: Reprodução/TV Globo

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante evento na sede da ROTA, no Centro de São Paulo, em 14 de outubro de 2022. — Foto: Reprodução/TV Globo

Esse número caiu para 272 no mesmo período de 2023 e, em 2022, o total de mortes praticadas por PMs em serviço caiu para 123.

A morte de policiais também caiu, de acordo com levantamento do Instituto Sou da Paz, tanto em serviço quanto em dias de folga. No primeiro semestre de 2018, foram registradas 21 mortes de policiais de folga, enquanto no mesmo período de 2022 foram 12 policiais, uma redução de 38,1%.

O candidato do Republicanos esteve durante a manhã num evento na sede das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), onde participou da entrega da medalha para autoridades e personalidades que contribuíram com a manutenção da tropa nos últimos anos.

Entre os homenageados estiveram o governador Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado no 1º turno das eleições para o governo paulista, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB). Os dois declaram apoio a Tarcísio contra Fernando Haddad (PT) no segundo turno da corrida eleitoral.

O governador Rodrigo Garcia (PSDB), o presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em evento da Rota em SP em 14 de outubro de 2022. — Foto: Reprodução/TV Globo 2 de 2 O governador Rodrigo Garcia (PSDB), o presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em evento da Rota em SP em 14 de outubro de 2022. — Foto: Reprodução/TV Globo

O governador Rodrigo Garcia (PSDB), o presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em evento da Rota em SP em 14 de outubro de 2022. — Foto: Reprodução/TV Globo

No evento, o candidato do Republicanos afirmou que pretende fazer agendas conjuntas com Rodrigo Garcia na reta final do 2º turno, reunindo prefeitos de vários municípios do interior do estado que o apoiam para um grande evento na capital paulista.

Vídeos: Veja a entrevista completa de Tarcísio de Freitas ao g1 no 1º turno

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