Advogado, empresários e bilionários do agro são os maiores doadores de Tarcísio; campanha de Lula, vaquinha virtual e tesoureiro
Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad — Foto: Celso Tavares/g1
O perfil de doadores de recursos das campanhas de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo é diferente. Até esta sexta-feira (14), o candidato petista recebeu mais verba pública e menos apoio de pessoas físicas, enquanto a lista de doadores do ex-ministro de Bolsonaro é mais ampla e vai de bilionários a ex-piloto de Fórmula 1.
Desde 2016, a lei impossibilita a doação de empresas, pessoas jurídicas, para as campanhas eleitorais. A mudança foi introduzida na Reforma Eleitoral (Lei nº 13.165/2015).
Segundo a lei, os recursos destinados às campanhas eleitorais somente serão admitidos quando vierem de: recursos próprios dos candidatos; doações financeiras ou estimáveis em dinheiro de pessoas físicas; doações de outros partidos e de outros candidatos; comercialização de bens e/ou serviços ou promoção de eventos de arrecadação realizados diretamente pelo candidato ou pelo partido; e receitas decorrentes da aplicação financeira dos recursos de campanha.
Tarcísio tem 458 registros de doações para a campanha até esta sexta. No topo, está o advogado Luciano Ramos Volk com R$ 700 mil. Volk também doou R$ 50 mil para a direção estadual do PSD Paraná 💥️(veja mais abaixo a lista dos maiores doadores).
O empresário José Salim Mattar Junior está em segundo lugar na lista de Tarcísio, com R$ 500 mil. O dono de uma das maiores locadoras de carro do país também está no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o total de R$ 3,925 milhões repassados para outros 30 candidatos.
José Salim aparece em 4º no ranking dos maiores doadores das eleições no Brasil. Os valores variam de R$ 25 mil a R$ 250 mil para nomes como o vereador Fernando Holiday, que não foi eleito deputado federal, o ex-ministro Ricardo Salles, eleito deputado federal, Onyx Lorenzoni, que disputa o segundo turno do governo do Rio Grande do Sul, Vinicius Poit, que tentou o cargo de governador de São Paulo pelo Novo, e o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, que foi o deputado federal mais votado do Paraná.
A empresária do agronegócio Maribel Golin também desembolsou meio milhão à campanha de Tarcísio em São Paulo. Em 119º lugar no ranking de doações deste ano no país, o empresário Luciano Maffra de Vasconcellos repassou R$ 300 mil ao candidato do Republicanos pelo governo de São Paulo. Outros três candidatos da Bahia receberam dele de R$ 50 mil a R$ 100 mil.
O bilionário Abilio dos Santos Diniz está em 58º no ranking dos maiores doadores eleitorais e doou para nove políticos. Tarcísio e Rodrigo Garcia, candidato derrotado à reeleição do governo paulista, aparecem na ponta, com R$ 200 mil cada um, seguidos de Vinicius Poit.
As outras doações de Diniz são para candidatos a deputados em São Paulo, Rio Grande do Sul e do Espírito Santo.
O candidato Fernando Haddad, que tenta o governo de São Paulo, tem 12 registros de doações de campanha, e 74% da receita é oriunda da direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), totalizando R$ 23,930 milhões. Na sequência de doadores está a direção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), legenda a que pertence Lúcia França, candidata a vice na chapa do petista, que repassou R$ 5 milhões.
Na sequência, vem a campanha de Lula à presidência, com um R$ 1, 2 milhão. Depois da direção estadual do PT, Haddad recebeu quase R$ 30 mil de um financiamento coletivo, a "vaquinha virtual".
Francisco Macena, tesoureiro da campanha, e que ocupou a mesma função nas eleições de 2012, quando Haddad foi eleito prefeito de São Paulo, doou R$ 17,2 mil. O petista ainda tem o apoio de R$ 10 mil de um primo, João Daoud.
A campanha de Haddad também aparece como doadora de R$ 555 mil para outras 26 pessoas. Quem recebeu o maior valor, o de R$ 100 mil, foi Luiz Marinho (PT), eleito deputado federal. Na sequência, estão a direção estadual do PT, Eduardo Suplicy, Josemundo Dario Queiroz, entre outros.
O campeão de doações nas eleições no país é o bilionário do agro Rubens Ometto Silveira Mello. Ao todo, 26 beneficiários receberam uma fatia dos R$ 8,7 milhões que ele depositou nas campanhas.
Mello doou para o Republicanos, o PSD, bem como à direção estadual do PP da Paraíba e a Tarcísio, que ganhou R$ 200 mil. Na lista do magnata aparecem também Onyx Lorenzoni, Campos Machado e Ricardo Salles.
O ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet distribuiu R$ 501 mil para a campanha de Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição, e R$ 200 mil para Tarcísio. Outro valor de R$ 200 mil foi direcionado para a direção nacional do PP.
No caso de Tarcísio, 70% dos gastos são com a empresa contratada para a prestação de serviço na produção de programas de rádio, televisão ou vídeo. O restante são para serviços advocatícios, publicidade por materiais impressos e despesa com impulsionamento de conteúdos, entre outros.
Já Haddad gastou 56% com a produtora até quinta-feira (13), pesquisas ou testes eleitorais, serviços advocatícios, despesa com impulsionamento de conteúdos e publicidade por materiais impressos.
Segundo a advogada especialista em direito eleitoral e membro da comissão de direito eleitoral da OAB-SP, Carla Maria Nicolini, os candidatos em segundo turno devem prestar contas até 30 dias após a realização das eleições. Até o momento, foram feitas as prestações parciais.
O candidato petista recebeu R$ 32 milhões em recursos e gastou a faixa de R$ 20 milhões. Até agora, Tarcísio gastou R$ 26 milhões e recebeu o líquido em recursos de R$ 27 milhões.
Leonardo Freire, advogado especialista em direito eleitoral, explica que as campanhas tem que abrir pelo menos três contas e não pode haver trânsito entre elas: “outros recursos”, “fundo partidário” e “FEFC” (recursos do fundo eleitoral).
Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) podem gastar mais R$ 13.341.604,62 cada um neste segundo turno na disputa pelo governo de São Paulo. O total líquido recebido pelas campanhas até quinta-feira (13) foi de R$ 32.000.378,25 pelo petista e R$ 27.061.646,39 para o ex-ministro de Bolsonaro.
Maior colégio eleitoral do país em São Paulo, as duas candidaturas poderiam gastar até R$ 40.024.813,86 cada um, tendo como limite do primeiro turno R$ 26.683.209,24 e agora contam com o acréscimo de R$ 13 milhões.
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