Operação do MP fecha bingo que seria de Rogério de Andrade e mira servidores da Seap
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou a segunda fase da “Operação Calígula” – contra uma rede de jogos de azar explorada pelo bicheiro 💥️Rogério Andrade e pelo PM reformado 💥️Ronnie Lessa –, na madrugada desta sexta-feira (14).
A operação fechou um bingo em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, que seria de Andrade, 💥️prendeu cinco pessoas e conduziu outras sete para a delegacia para prestar declarações.
1 de 7 Bingo em São Conrado foi fechado — Foto: DivulgaçãoBingo em São Conrado foi fechado — Foto: Divulgação
Também foram apreendidas 💥️79 máquinas de caça-níquel, bem como de vasta quantidade de aparelhos celulares, computadores, máquinas de jogo do bicho, chips telefônicos, documentos, valores em espécie, que serão analisados.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada no Combate ao Crime Organizado do Rio de Janeiro, em endereços localizados em bairros das Zonas Oeste e Sul da capital fluminense.
2 de 7 Máquinas apreendidas na segunda fase da Operação Calígula — Foto: DivulgaçãoMáquinas apreendidas na segunda fase da Operação Calígula — Foto: Divulgação
A nova fase da operação foi embasada nas investigações do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (💥️GAECO/MPRJ), com apoio da 💥️Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Os promotores apuraram que os negócios de Rogério de Andrade seguiram normalmente nas localidades dominadas pela organização criminosa, mesmo depois da prisão dele e de seu filho, Gustavo Andrade - também envolvido no esquema -, no dia 4 de agosto.
3 de 7 Rogério Andrade: investigação segue no MP — Foto: ReproduçãoRogério Andrade: investigação segue no MP — Foto: Reprodução
As investigações mostraram ainda que o grupo passou a aliciar servidores da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro (SEAP), responsável pela administração da unidade prisional em que se encontram as lideranças do grupo.
Agentes estariam sendo contemplados na folha de pagamento do grupo, recebendo mensalmente valores em troca de atender aos interesses de Rogério e seus subordinados.
4 de 7 Agentes penitenciários estariam ligados a Rogério de Andrade — Foto: Divulgação/SeapAgentes penitenciários estariam ligados a Rogério de Andrade — Foto: Divulgação/Seap
A primeira fase da 'Operação Calígula' foi deflagrada em maio desse ano com base nas investigações do Gaeco, que mostravam que Rogério de Andrade se uniu a Ronnie Lessa, preso pelo atentado à vereadora Marielle Franco, e abriram casas de apostas e bingos em diversos estados pelo menos desde 2018.
No dia 10 de maio, 14 pessoas foram presas e 24 dos 29 mandados de prisão foram cumpridos – alguns alvos já estavam detidos.
Entre os presos estavam 💥️os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém. Na casa💥️ dela, a força-tarefa apreendeu 💥️R$ 1.750 milhão em espécie.
Ela foi detida em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) expediu o mandado de prisão após o início da operação, quando o valor foi encontrado.
5 de 7 Dinheiro apreendido na casa da delegada Adriana Belém, no Rio — Foto: Reprodução; InstagramDinheiro apreendido na casa da delegada Adriana Belém, no Rio — Foto: Reprodução; Instagram
"O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é Delegada de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm-se sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva (capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias)", diz a decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliere.
O juiz cita ainda que o dinheiro achado dá "credibilidade ao receio de que, em liberdade, a ré destrua ou oculte provas ou crie embaraços aos atos de instrução criminal".
💥️MAIS DA OPERAÇÃO CALÍGULA:
Agentes saíram para cumprir, no total, 💥️29 mandados de prisão e 119 mandados de busca e apreensão. Foram denunciadas 30 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Um dos endereços visados é a casa de Ronnie Lessa no 💥️Condomínio Vivendas da Barra, onde o presidente Jair Bolsonaro tem um imóvel. O presidente não é alvo da operação. Pelo menos dois bingos foram estourados pela força-tarefa.
6 de 7 Adriana Belém e Marcos Cipriano — Foto: Reprodução/TV GloboAdriana Belém e Marcos Cipriano — Foto: Reprodução/TV Globo
“A parceria entre Rogério e Ronnie para a prática de ações criminosas é apontada nas denúncias como antiga”, afirma o MPRJ. “Há elementos de prova de sua existência ao menos desde 2009, quando Ronnie, indicado como um dos seguranças de Rogério, perdeu uma perna em atentado a bomba”, descrevem os promotores.
“Em 2018, ano da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, os dois denunciados se reaproximaram e abriram uma casa de apostas no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, havendo elementos indicando a previsão de inauguração de outras casas na Zona Oeste.”
7 de 7 Rogério de Andrade e Ronnie Lessa — Foto: ReproduçãoRogério de Andrade e Ronnie Lessa — Foto: Reprodução
Segundo narram as denúncias oferecidas pelo MPRJ, Rogério e o filho, 💥️Gustavo, comandam uma estrutura criminosa organizada, voltada à exploração de jogos de azar não apenas no Rio de Janeiro, mas em diversos outros estados.
O domínio das localidades se baseia “na habitual e permanente corrupção de agentes públicos” e “no emprego de violência contra concorrentes e desafetos”. O MPRJ afirma que a quadrilha é “suspeita da prática de inúmeros homicídios”.
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