Musk volta atrás e diz que continuará financiando rede de internet Starlink na Ucrânia
Dono da SpaceX foi alvo de intensas críticas nas redes sociais chinesas depois que estação espacial do país teve dois "encontros imediatos" com os satélites Starlink neste ano, afirmou Pequim — Foto: Getty Images via BBC
O diretor executivo da SpaceX, Elon Musk, anunciou neste sábado (15) que continuaria financiando a rede de internet Starlink na Ucrânia, voltando atrás em relação às declarações do dia anterior, quando pediu ao governo dos Estados Unidos que assumisse a tarefa.
"Não importa", tuitou o homem mais rico do mundo. "Embora a Starlink ainda esteja perdendo dinheiro e outras empresas estejam recebendo bilhões de dólares dos contribuintes, continuaremos financiando o governo ucraniano gratuitamente."
Musk havia dito na sexta-feira que a SpaceX não poderia arcar com os custos do Starlink na Ucrânia indefinidamente.
O exército dos Estados Unidos confirmou que está em contato com a empresa do bilionário para o financiamento da rede-chave.
As conversas acontecem no momento em que Musk vê-se envolvido em trocas de farpas públicas com líderes ucranianos, que se irritaram com as propostas controversas do magnata para resolver o conflito, que incluíam o reconhecimento da soberania russa sobre a península da Crimeia.
A Starlink, uma constelação de mais de 3.000 pequenos satélites em órbita baixa da Terra, tem sido vital para as comunicações da Ucrânia em sua luta contra a invasão russa de seu território.
A SpaceX doou cerca de 25.000 terminais terrestres para a Ucrânia, de acordo com um número atualizado fornecido por Musk na semana passada.
Segundo o bilionário, a ajuda à Ucrânia já custou US$ 80 milhões à empresa, uma conta que deve chegar a US$ 100 milhões até o final do ano.
Musk garante que, exceto por uma "pequena porcentagem", todos os custos de implantação e manutenção dos terminais Starlink na Ucrânia foram arcados pela SpaceX.
No entanto, a emissora CNN informou que os números da SpaceX compartilhados com o Pentágono mostram que cerca de 85% dos primeiros 20.000 terminais na Ucrânia foram parcialmente pagos por países como Estados Unidos, Polônia ou outras entidades, que também pagaram por cerca de 30% da conectividade da internet.
A vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, disse na sexta-feira que o Departamento de Defesa dos EUA está em contato com Musk sobre a questão do financiamento.
Musk recentemente entrou em conflito com autoridades ucranianas, incluindo o presidente Volodimir Zelensky, depois de sugerir um acordo de paz que envolveria a realização de novos referendos controversos em territórios ucranianos ocupados pela Rússia, uma ideia bem recebida por Moscou.
O embaixador de Kiev na Alemanha, Andriy Melnyk, opinou no Twitter, dizendo a Musk para "se ferrar".
Em um tuíte na sexta-feira, que incluiu um emoji 'dando de ombros', em claro sinal de deboche, Musk disse: "Estamos apenas seguindo sua recomendação".
"Goste ou não, Elon Musk nos ajudou a sobreviver aos momentos mais críticos da guerra", tuitou o conselheiro presidencial ucraniano Mikhailo Podolyak.
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