Dólar fecha em queda com alívio externo e eleições domésticas no radar

Notas de dólar. — Foto: Hafidz Mubarak/Reuters 1 de 1 Notas de dólar. — Foto: Hafidz Mubarak/Reuters

Notas de dólar. — Foto: Hafidz Mubarak/Reuters

O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (17), em meio à pausa no movimento global de fuga para a segurança da moeda, enquanto investidores repercutiam o debate presidencial da véspera a menos de duas semanas do segundo turno das eleições.

A moeda norte-americana caiu 0,38%, cotada a R$ 5,3028. Veja mais cotações.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,97%, cotada a R$ 5,3231. Com o resultado de hoje, acumulou queda de 1,69% no mês e de 4,88% no ano frente ao real.

Já o Ibovespa fechou em alta nesta segunda, com exterior favorável.

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Apesar da desvalorização da moeda dos Estados Unidos nesta sessão, participantes do mercado alertavam para uma semana turbulenta em meio a temores globais de aperto monetário, tensões geopolíticas e incertezas político-fiscais domésticas.

No cenário local, o Banco Central divulgou que o Índice de Atividade Econômica, considerado a "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou retração de 1,13% em agosto na comparação com o mês anterior. Foi o maior tombo mensal desde março de 2023, quando foi registrada queda de 3,6%. O resultado negativo também interrompeu dois meses de expansão do indicador.

Ainda dentro dos dados econômicos, o mercado financeiro reduziu de 5,71% para 5,62% a estimativa de inflação para este ano - 16ª queda seguida da estimativa. Os economistas elevaram de 2,70% para 2,71% a previsão de alta do PIB em 2022. Já a projeção para o dólar para o fim de 2022 permaneceu estável em R$ 5,20, mesmo valor para 2023.

Investidores acompanham ainda os desdobramentos eleitorais à medida que se acirra a disputa entre Bolsonaro e Lula para o segundo turno. No domingo, foi realizado o primeiro debate presidencial após o primeiro turno das eleições.

No cenário externo, ajudava no sentimento dos mercados internacionais a notícia de que o novo ministro das Finanças do Reino Unido reverteu boa parte de um plano de corte de impostos que desencadeou ondas de estresse no mercado de títulos britânico e contaminou o apetite por risco global nas últimas semanas.

Investidores também descreviam o bom humor mundial como um ajuste em relação ao forte tombo de ativos considerados arriscados na sexta-feira, destaca a Reuters.

"Apesar de (o dólar) estar abrindo em queda, essa é uma semana um tanto quanto turbulenta quando a gente olha o cenário externo", disse à Reuters Renan Mazzo, chefe de câmbio da SVN Investimentos, citando preocupações com a guerra da Rússia na Ucrânia e a disseminação da Covid-19 na China.

A Rússia atacou cidades ucranianas com drones nesta segunda-feira, na segunda grande onda de ataques aéreos em um semana, enquanto, na China, o presidente Xi Jinping reiterou no fim de semana a eficácia de sua política de Covid-zero.

"Essas questões, somadas à questão da inflação global, preocupação com recessão, os bancos centrais subindo juros, (formam) um cenário bem turbulento... Tende a haver bastante volatilidade ao longo da semana", disse Mazzo.

O Goldman Sachs disse em relatório recente que "o dólar tem muita coisa jogando a favor dele no momento", já que dados econômicos norte-americanos têm se mostrado relativamente resilientes e há um forte apelo global por segurança em um ambiente de risco instável, ao mesmo tempo que "é difícil encontrar um candidato para ser substituto" da divisa norte-americana.

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