Em testes, bombardeiros russos sobrevoam mares do norte do Pacífico por 12 horas, diz Moscou

O Ministério da Defesa da Rússia disse nesta terça-feira (18) que dois de seus bombardeiros estratégicos Tu-95MS realizaram um voo de mais de 12 horas sobre o Oceano Pacífico e os mares de Okhotsk e Bering - onde fica a costa do Alasca, nos Estados Unidos.

A Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) realizam esta semana exercícios militares.

O voo das aeronaves russas, com capacidade nuclear, ocorreu em um momento de alta tensão na guerra da Rússia com a Ucrânia. Esta semana, a Otan e os Estados Unidos também disseram prever que a Rússia teste suas forças nucleares em breve.

O Ministério não especificou a rota realizada nas manobras. O mar de Okhotsk fica perto do Japão, e o de Bering, dos Estados Unidos.

Imagem de 2018 mostram bombardeio russo Tu-95MS sendo reabastecido no ar. — Foto: Ministério da Defesa russa via AP 1 de 1 Imagem de 2018 mostram bombardeio russo Tu-95MS sendo reabastecido no ar. — Foto: Ministério da Defesa russa via AP

Imagem de 2018 mostram bombardeio russo Tu-95MS sendo reabastecido no ar. — Foto: Ministério da Defesa russa via AP

As aeronaves foram escoltadas por aviões de combate MiG-31 e reabastecidas enquanto estavam no ar, disse o Ministério, que descreveu a missão como "um voo programado sobre águas neutras", de acordo com as regras internacionais do espaço aéreo.

A Otan também está realizando exercícios de preparação nuclear esta semana e disse que espera que a Rússia faça o mesmo. O Kremlin afirmou nesta terça-feira que não tinha informações sobre esse tipo de teste.

O presidente russo, Vladimir Putin, alertou em um pronunciamento em 21 de setembro que estava preparado para defender a "integridade territorial" da Rússia por todos os meios, incluindo armas nucleares, se necessário.

Na semana seguinte, Putin proclamou que a Rússia estava absorvendo quatro regiões ucranianas após referendos ilegais - uma ação amplamente condenada como ilegal pela Assembleia Geral das Nações Unidas - e as colocando sob seu guarda-chuva nuclear.

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Também nesta terça-feira, a Rússia voltou a bombardear Kiev. Há mais de uma semana, a capital ucraniana, que vivia uma relativa calma desde o fim de março, voltou a ser alvo de mísseis russos.

Na semana passada, Moscou fez seu pior ataque à capital ucraniana desde o início da guerra, em 24 de fevereiro.

A ofensiva é uma dura resposta do presidente russo, Vladimir Putin, à explosão registrada dias antes na ponte que liga a Crimeia, península ucraniana anexada ilegalmente pela Rússia em 2014. A via, a única ligação da Crimeia com território russo, é também um forte símbolo da ocupação russa, e foi inaugurada pelo próprio Vladimir Putin em 2018.

Oficialmente, o governo ucraniano não reivindicou autoria da explosão na ponte, mas Kiev já esperava uma forte reação da Rússia.

Também nesta terça-feira, a Ucrânia recebeu 2 bilhões de euros (cerca de R$ 10 milhões) de ajuda da União Europeia.

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