China planeja acelerar incorporação de Taiwan, segundo os EUA

Navios de guarda e Taiwan perto da linha de separação entre a ilha e a China — Foto: Ann Wang/Reuters 1 de 1 Navios de guarda e Taiwan perto da linha de separação entre a ilha e a China — Foto: Ann Wang/Reuters

Navios de guarda e Taiwan perto da linha de separação entre a ilha e a China — Foto: Ann Wang/Reuters

O governo da China quer tomar Taiwan em um prazo muito mais rápido do que se havia considerado anteriormente, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na segunda-feira (17). Segundo ele, o presidente Xi Jinping está levando a China em uma direção "mais difícil".

"Vimos surgir uma China muito diferente nos últimos anos sob a liderança de Xi Jinping, é mais repressiva em casa, é mais agressiva no exterior, e, em muitos casos, isso representa um desafio aos nossos próprios interesses, assim como aos nossos próprios valores", disse ele.

Blinken fez essas declarações em um fórum da Universidade de Stanford com a ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice.

Xi, que está prestes a garantir um terceiro mandato de cinco anos como chefe da nação mais populosa do mundo, fez um discurso histórico no Congresso do Partido Comunista no domingo (16). Nele, elogiou as conquistas de sua década no poder e reafirmou sua promessa de "reunificar" Taiwan, um dia, ou tomar à força.

Blinken disse que Xi pretende "criar uma tremenda tensão", ao mudar sua postura em relação à autonomia do governo de Taiwan, uma ilha que o Partido Comunista da China (PCC) nunca controlou, mas que considera como uma província rebelde e reivindica como sua.

Sem fazer uma estimativa de datas, o secretário americano ressaltou que a China tomou uma "decisão fundamental de que o 'status quo' não era mais aceitável e que Pequim está determinada a buscar a reunificação em um prazo muito mais rápido".

A postura da China foi, durante muito tempo, a busca da "reunificação pacífica" com Taiwan, mas se reserva o direito do uso da força, em caso de necessidade, especialmente, se a ilha algum dia declarar formalmente sua independência.

No governo de Xi, no entanto, a retórica e as ações contra Taiwan se tornaram mais duras.

Em resposta ao discurso de Blinken, o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, acusou Washington de mudar sua própria postura em relação a Taiwan, citando exemplos como a visita da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, e a venda de armas à ilha, em setembro.

"A resolução pacífica do problema de Taiwan não pode coexistir com o separatismo de Taiwan", afirmou Wang.

Xi deve se reunir com o presidente americano, Joe Biden, à margem de uma cúpula do G20 no próximo mês, em Bali. Se acontecer, será seu primeiro encontro desde que o presidente dos EUA assumiu o cargo.

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