Saída de Celsinho da Vila Vintém da cadeia é adiada devido a uma pendência no processo de liberação, diz advogado
💥️Celsinho da Vila Vintém, conhecido como um dos principais traficantes do Rio nos anos 1990, teve a saída da prisão, prevista para esta terça-feira (18), adiada. Segundo seu advogado, o processo de liberação precisava do aval da Polícia Civil, o que não tinha sido concedido.
A saída, ainda de acordo com a defesa de Celsinho, deve ocorrer, agora, nesta quarta. "No momento de finalização do alvará de soltura (encontraram) alguns mandados de prisão antigos, bem antigos, da própria VEP. Já foi certificado que não há problema nenhum, só que não deu tempo de chegar até a Secretaria de Administração Penitenciária para o devido cumprimento", disse o advogado Max Marques.
"Eram três (processos), mas já foi certificado que não há prejuízo. Só que vai ficar o cumprimento pra amanhã. São processos da execução dele antiga, pela própria Vara de Execuções Penais. Já tem a certidão dizendo que não há prejuízo nenhum, mas por conta do tempo curto vai ser cumprido amanhã", acrescentou.
1 de 2 Max Marques, advogado de Celsinho da Vila Vintém — Foto: Raoni Alves/g1Max Marques, advogado de Celsinho da Vila Vintém — Foto: Raoni Alves/g1
Nesta segunda (17), 💥️Marcello Rubioli, juiz da Vara de Execuções Penais, concedeu liberdade a Celsinho no único processo que o mantinha preso.
Celsinho cumpria pena no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, e vai seguir respondendo ao processo em liberdade.
2 de 2 Celsinho da Vila Vintém em julgamento em 2017 — Foto: Brunno Dantas / TJ-RJCelsinho da Vila Vintém em julgamento em 2017 — Foto: Brunno Dantas / TJ-RJ
A prisão dele se deu por uma condenação, em primeira instância, a 15 anos de regime fechado por ter comandado a invasão da Rocinha, em 2017.
Em 11 de outubro, a 3ª Câmara Criminal revogou a prisão, e Celsinho ganhou o direito de recorrer em liberdade.
O alvará de soltura foi condicionado, no entanto, à ausência de outras pendências judiciais do réu.
A prisão de Celsinho pela invasão na Rocinha ficou em xeque a partir da operação do Ministério Público deflagrada em setembro, que teve como um dos alvos o delegado Maurício Demétrio, acusado de envolvimento com o jogo do bicho.
Segundo os promotores, Demétrio teria usado de sua condição de autoridade policial para favorecer o grupo do bicheiro 💥️Fernando Iggnácio. Para isso, de acordo com a denúncia, em setembro de 2017, Demetrio teria negociado a transferência de Celsinho da Vila Vintém para a Penitenciária de Catanduvas, no Paraná, a fim de tirá-lo do caminho do bicheiro.
O nome de Celsinho foi incluído no inquérito de uma invasão da Rocinha, naquele ano, com a suposta ajuda do delegado 💥️Antônio Ricardo Lima Nunes, na época, titular da 11ª DP (Rocinha), quando não havia nada contra o chefe do tráfico da Vila Vintém, na Zona Oeste.
Entre 2002 e 2017, Celsinho esteve no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, por outras condenações, mas o prazo para sua permanência acabou, e ele retornou para o Rio.
Em nota, a defesa de Antônio Ricardo afirmou que “a investigação seguiu todos os trâmites legais, com depoimentos e perícias que comprovaram a participação de diversos criminosos de várias regiões do Rio de Janeiro, incluindo-se a Vila Vintém, Estácio e Pedreira, todos interessados em retomar o controle do narcotráfico na Rocinha”.
Apontado como um dos fundadores de uma das principais facções criminosas do Rio, a 💥️Amigos dos Amigos (ADA), ele participou como testemunha de defesa em um processo contra 💥️Luiz Fernando da Costa, o 💥️Fernandinho Beira-Mar, de uma facção rival, em outubro do ano passado.
Beira-Mar era julgado em relação à participação em uma das maiores rebeliões do complexo prisional de Bangu, na qual quatro presos foram assassinados.
Na época, Celsinho disse que tentou se proteger do ataque dos presos e que o Beira-Mar não estava junto. Ao ser encontrado, ouviu de traficantes rivais que não seria assassinado. “Vim aqui, como testemunha dele, para pagar a dívida, por terem me deixado vivo”, disse, sob olhar e sinais de concordância de Beira-Mar.
Celsinho ironizou a qualidade da penitenciária durante uma das perguntas em que foi citado o "presídio de segurança máxima" de Bangu 1. Antes de responder à questão, ele debochou: "Segurança máxima é brincadeira, né?”, afirmou, provocando risos.
Na rebelião, ocorrida em 2002, e que Beira-Mar foi acusado de comandar, foram mortos os traficantes, aliados a Celsinho, Ernaldo Pinto Medeiros (Uê), Carlos Alberto da Costa (Robertinho do Adeus), Wanderlei Soares (Orelha) e Elpídio Rodrigues Sabino (Pidi).
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