Justiça decreta prisão preventiva dos quatro investigados pela morte de líder ambiental em SP

A Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva dos quatro investigados pela morte do líder ambiental Adolfo Duarte, o Ferrugem, e aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público, nesta quarta-feira (19). Todos são réus por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

A Polícia Civil havia indiciado por homicídio triplamente qualificado os quatro jovens. As qualificadoras foram motivo torpe (ciúme), impossibilidade de defesa da vítima e asfixia.

Para a delegada Jakelline Barros, responsável pelo inquérito, os depoimentos de todos são contraditórios e não coincidem com tudo o que foi identificado pela perícia no corpo da vítima, no barco e nos celulares dos suspeitos.

O inquérito foi relatado para a Justiça na segunda-feira (18). Anteriormente, o advogado André Nino, que defende os dois rapazes, disse que está analisando o caso e que os clientes dele mantêm a versão de que a morte de Ferrugem foi um acidente. A 💥️TV Globo não conseguiu contatar os advogados das duas jovens.

O líder ambiental Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 1 O líder ambiental Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem — Foto: Reprodução/TV Globo

O líder ambiental Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem — Foto: Reprodução/TV Globo

No mês passado, um dos jovens presos temporariamente sob suspeita de participação no crime prestou novo relato à polícia e passou a acusar o amigo dele pelo assassinato.

O corpo de Ferrugem foi localizado em 6 de agosto na represa Billings, no Cantinho do Céu, na Zona Sul, cinco dias após desaparecer. No dia 1º, ele caiu do barco que comandava durante um passeio que ofereceu a quatro jovens (dois homens e duas mulheres).

Até 7 de setembro, todos davam a mesma versão, que a morte foi um acidente. Diziam que Ferrugem caiu do barco junto com uma das jovens após um “tranco”.  

O laudo do Instituto de Criminalística, no entanto, mostrou que Ferrugem morreu por asfixia e não por afogamento. No último dia 24, a Justiça determinou a prisão temporária dos quatro no inquérito que passou a investigar homicídio  qualificado.

Em 6 de setembro, os quatro participaram da reconstituição do crime, ainda mantendo a versão de acidente. O trabalho Começou às 17h e só acabou às 2h do dia seguinte.

Após a simulação, porém, Mauricius da Silva prestou novo depoimento. Segundo a polícia, ele quis falar na ausência de advogados.

Em depoimento gravado em vídeo — que também foi transcrito e assinado por Mauricius — o jovem disse que Vithorio Alax Silva Santos disse a ele na carceragem que “zoou” a vítima. 

Segundo Mauricius, o amigo teria atacado a vítima por ciúme. Ferrugem dançava com uma das jovens, Mikaelly da Silva Santos, quando ambos caíram na água.

De acordo com o depoimento, eles só caíram porque Vithorio assumiu o comando do barco e causou um tranco propositadamente para que Ferrugem caísse. 

O jovem preso afirmou ainda que tanto Mikaelly como Ferrugem conseguiram subir no barco após a queda. 

Mauricius relatou que, assim que ela subiu, passou a auxiliar a jovem junto com a outra jovem, Katielle Souza Santos, na parte da frente do barco. Vithorio e Ferrugem teriam ficado na parte de trás. E, a partir daí, não viu mais o que ocorreu. Alega que não presenciou a agressão de Vithorio contra Ferrugem.

Mauricius afirmou ainda que assumiu o comando do barco para tentar achar Ferrugem, dando uma volta, mas que o amigo o apressou para ir embora. 

A polícia também usa trocas de mensagens entre os suspeitos para sustentar que eles tentaram articular versões.

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