Em ato em São Gonçalo, Lula pede a evangélicos que não permitam que pastores mintam

Lula participa de ato em São Gonçalo, no Rio de Janeiro — Foto: Stephanie Rodrigues/g1 1 de 7 Lula participa de ato em São Gonçalo, no Rio de Janeiro — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Lula participa de ato em São Gonçalo, no Rio de Janeiro — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu nesta quinta-feira (20) a eleitores evangélicos que não permitam que pastores mintam nas igrejas.

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Lula deu a declaração durante discurso ato em São Gonçalo (RJ), cidade na região metropolitana do Rio de Janeiro que é o segundo maior colégio eleitoral do estado.

O candidato do PT tenta conquistar votos dentro do eleitorado evangélico. De acordo com as pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro tem ampla maioria no segmento.

Levantamento feito pelo instituto Datafolha divulgado nesta quarta-feira (19) aponta que o candidato do PL à reeleição tem 66% das intenções de voto no eleitorado evangélico, enquanto Lula tem 28%.

Para ele, líderes religiosos que apoiam Bolsonaro estão fazendo campanha para o atual presidente e atacando a candidatura do PT.

Nesta quarta-feira (19), o pastor André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, mentiu ao dizer que havia sido intimado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a se retratar por falsas acusações contra Lula. A Corte Eleitoral negou a existência de uma decisão contra o religioso.

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O candidato Lula (PT) ao lado da esposa, Janja, e dos políticos Marcelo Freixo e Rodrigo Neves. — Foto: Stephanie Rodrigues/g1 2 de 7 O candidato Lula (PT) ao lado da esposa, Janja, e dos políticos Marcelo Freixo e Rodrigo Neves. — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

O candidato Lula (PT) ao lado da esposa, Janja, e dos políticos Marcelo Freixo e Rodrigo Neves. — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

De um trio elétrico, Lula também pediu aos apoiadores nesta quinta-feira que convençam pessoas que não foram votar no primeiro turno a ir às urnas no próximo dia 30 de outubro.

"Agora a gente precisa de novo votar no 13 e aumentar o número de pessoas que votaram. Tem pouca gente indecisa, então é importante que a gente busque as pessoas que ainda não foram votar", disse.

Lula afirmou ainda que, se voltar à Presidência, ampliará investimentos na educação. "Queremos voltar para fazer mais universidades, fortalecer o Prouni, fortalecer o Fies", disse.

Apoiadora do petista segura cartaz com a frase: 'No governo Lula, comprei minha casa; no governo Lula, conquistei a minha formação superior (Fies); no governo Lula, eu era feliz' — Foto: Stephanie Rodrigues/g1 3 de 7 Apoiadora do petista segura cartaz com a frase: 'No governo Lula, comprei minha casa; no governo Lula, conquistei a minha formação superior (Fies); no governo Lula, eu era feliz' — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Apoiadora do petista segura cartaz com a frase: 'No governo Lula, comprei minha casa; no governo Lula, conquistei a minha formação superior (Fies); no governo Lula, eu era feliz' — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Torcedor do Corinthians (SP), Lula brincou com os apoiadores e disse estar "triste" porque seu time foi derrotado pelo Flamengo (RJ) na final da Copa do Brasil nesta quarta-feira (19). Lula destacou, no entanto, que sua esposa, Janja, que é flamenguista, estava feliz.

Lula cumprimenta apoiador em ato em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. — Foto: Stephanie Rodrigues/g1 4 de 7 Lula cumprimenta apoiador em ato em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Lula cumprimenta apoiador em ato em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Já no início da noite, Lula participou de uma caminhada com apoiadores em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. O candidato do PT foi acompanhado no carro de som pela mulher, Rosângela da Silva, a Janja, pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) e pelo ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT).

Parlamentares como Lindbergh Farias (PT), Jandira Feghali (PCdoB), Benedita da Silva (PT) e Pedro Paulo (PSD) também participaram do ato.

Lula usou um boné escrito "Zona Oeste" – um gesto similar ao adotado no Complexo do Alemão, também no Rio, quando usou um boné com a sigla "CPX" – e uma camisa do Bangu.

Em discurso, o ex-presidente criticou a possibilidade aventada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de desvincular o reajuste do salário mínimo e da aposentadoria do índice de inflação registrado no ano anterior.

“Isso significa que já faz cinco anos que eles não dão aumento real para o salário mínimo. No meu governo, tinha aumento real todo ano. E ele [Paulo Guedes] não dá aumento real nem para os trabalhadores que estão trabalhando e ganham o mínimo, e, muito menos, para os aposentados e pensionistas. A gente não pode permitir que as pessoas que recebem o salário mínimo não tenham o reajuste da inflação e o aumento de salário”, afirmou.

"Semana passada, o Guedes anunciou que ele estava pensando em privatizar as praias desse país. Imagina você não poder tomar banho na praia de Copacabana porque ela vai ter um dono e o dono vai fazer uma cerca para que as pessoas não possam ir à praia. A praia é o lugar mais democrático do mundo, onde pobre é rico se confunde, onde ninguém repara se o cara é branco, negro, amarelo. Todos na praia são praianos, basta ter 5 reais pra tomar uma caipirosca".

Em um evento no Rio de Janeiro, Guedes afirmou que o governo estuda a mudança por meio de proposta de emenda à Constituição (PEC) que deve garantir recursos para a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600.

Lula também criticou a postura do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, de dedicar dias inteiros à campanha eleitoral.

"Eu fui presidente e candidato à reeleição, a Dilma foi presidente e candidata à reeleição, o Fernando Henrique foi presidente e candidato à reeleição. A gente só fazia campanha depois das 18h e dia de sábado e domingo. Isso porque durante o dia a gente tinha que governar esse país. Esse atual presidente não está preocupado em governar esse país. Ele está apenas preocupado em cuidar dos seus milicianos e cuidar dos seus filhos. Mas não está preocupado em governar esse país", disse.

Lula faz ato em carro de som usando boné 'Zona Oeste' e camisa do Bangu — Foto: Raoni Alves/g1 5 de 7 Lula faz ato em carro de som usando boné 'Zona Oeste' e camisa do Bangu — Foto: Raoni Alves/g1

Lula faz ato em carro de som usando boné 'Zona Oeste' e camisa do Bangu — Foto: Raoni Alves/g1

O candidato do PT também disse que, se eleito, pretende fortalecer as relações internacionais do Brasil. Lula diz que, embora a eleição ainda não tenha terminado, representantes da Alemanha, França, Espanha, China e Estados Unidos acenaram para possíveis visitas do petista em um novo mandato.

“A gente vai voltar a estabelecer relação com todos os países do mundo. Nós ainda nem ganhamos as eleições, nós já temos convites para ir à Alemanha, França, Espanha, China, Estados Unidos”, disse.

O presidenciável afirmou que o objetivo das visitas será “atrair investimento direto” para o país. “Não para comprar as empresas públicas. [...] [Será para] investir em coisas novas”, acrescentou.

O candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista no Rio de Janeiro. — Foto: Stephanie Rodrigues/g1 6 de 7 O candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista no Rio de Janeiro. — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

O candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista no Rio de Janeiro. — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Antes do ato em São Gonçalo, Lula concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. Ele disse que os decretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro que facilitaram acesso a armas no país estão permitindo ao narcotráfico se modernizar com a autorização do governo.

O acesso mais fácil da população às armas de fogo foi uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro em 2018. Os decretos editados pelo presidente facilitam a compra de armas de fogo e munição, além da posse de armamento no país.

Esses decretos foram questionados na Justiça e, em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) limitou os efeitos deles.

"Agora não precisa mais se preocupar com tráfico de armas nas fronteiras porque os decretos do Bolsonaro liberou (sic) armas para todo mundo. E quem está adquirindo armas não são as pessoas honestas nesse país, não são as pessoas de família, os trabalhadores desse país", disse Lula durante entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro.

"Quem está tendo acesso a arma, que antes era obrigado a invadir um arsenal da Marinha, do Exército, da Aeronáutica ou da Polícia Militar do estado. Hoje não. Hoje o narcotráfico, o crime organizado vão livremente comprar armas. Pode comprar quantos fuzis quiser, quantas metralhadoras, quantas pistolas, e pode comprar milhares de cartuxos", continuou o candidato do PT.

"O que nós estamos vendo é o narcotráfico se preparando, se modernizando com autorização do governo para poder enfrentar não só a polícia, mas enfrentar a tranquilidade da sociedade brasileira", completou ele.

Lula voltou a dizer que, se eleito, irá recriar o Ministério da Segurança Pública e que irá trabalhar junto com os governos estaduais no combate à criminalidade. Ele também propôs "estabelecer um novo padrão de controle" sobre as armas em circulação no país.

O candidato do PT defendeu ainda uma revisão das leis sobre drogas para evitar a prisão de dependentes químicos, além do investimento em estrutura de saúde para tratar esses usuários.

"O usuário precisa de tratamento, de recuperação, de centros de excelência pra gente tratar e não simplesmente achar que a cadeia resolve o problema de uma pessoa que é viciada. Ele é um dependente químico, portanto nós temos que cuidar da saúde dele e tentar prepara-lo", disse o petista.

Lula exibe camisa do Brasil com seu nome durante ato em São Gonçalo (RJ) — Foto: Reprodução/YouTube Lula 7 de 7 Lula exibe camisa do Brasil com seu nome durante ato em São Gonçalo (RJ) — Foto: Reprodução/YouTube Lula

Lula exibe camisa do Brasil com seu nome durante ato em São Gonçalo (RJ) — Foto: Reprodução/YouTube Lula

A mais recente pesquisa Datafolha aponta que Lula tem 49% das intenções de voto no segundo turno. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 45%.

Encomendada pela 💥️Globo e pela "Folha de S.Paulo", a pesquisa mostra que a diferença entre os candidatos está no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com o petista em vantagem.

O novo levantamento foi feito entre segunda (17) e quarta (19), e os resultados se referem à intenção de voto no momento das entrevistas.

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