Plano econômico recusado foi peça-chave para a queda de Liz Truss; entenda

A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (20). Após conversa com um dos responsáveis pelas eleições internas do Partido Conservador, Truss fez um discurso do lado de fora da sede do governo e anunciou sua saída.

O governo dela foi conturbado e repleto de dificuldades. Sua instabilidade, em grande parte, foi fruto dos diversos problemas econômicos gerados pelo planejamento apresentado pela premiê para um corte amplo e severo de impostos no país e, em paralelo, um empréstimo bilionário para cobrir o rombo nas contas públicas.

1 de 5 Lápide de Elizabeth II é oficialmente revelada — Foto: Reuters

Lápide de Elizabeth II é oficialmente revelada — Foto: Reuters

A morte da rainha Elizabeth II ocorreu apenas dois dias após a monarca participar da cerimôniande posse de Truss. Depois disso, o país viveu um longo período de 10 dias de luto.

2 de 5 Ex-ministro das finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, em Londres — Foto: Toby Melville/REUTERS

Ex-ministro das finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, em Londres — Foto: Toby Melville/REUTERS

Após esse período, o então ministro das Finanças de Truss, Kwasi Kwarteng, apresentou um "mini-orçamento" que incluía 45 bilhões de libras (R$ 265 bilhões) de cortes de impostos não financiados e enormes aumentos nos empréstimos do governo, enviando libras esterlinas e títulos do governo britânico em queda livre.

Por conta disso, o Banco da Inglaterra procurou conter a tempestade nos mercados de títulos da Grã-Bretanha, dizendo que compraria o máximo de dívidas do governo necessárias para restaurar a ordem.

3 de 5 A primeira-ministra britânica Liz Truss e ex-ministro das finanças Kwasi Kwarteng visitam um canteiro de obras para um campus de inovação médica — Foto: Stefan Rousseau/Pool via REUTERS

A primeira-ministra britânica Liz Truss e ex-ministro das finanças Kwasi Kwarteng visitam um canteiro de obras para um campus de inovação médica — Foto: Stefan Rousseau/Pool via REUTERS

Mesmo com esse contexto, Truss disse estar preparada para tomar decisões controversas e difíceis para fazer a economia crescer. Entretanto, volta atrás quando encara a oposição de muitos de seus próprios legisladores do Partido Conservador.

Apesar da repressão, o governo disse que não iria reverter seus grandes cortes de impostos ou reduzirá os gastos públicos.

4 de 5 Ministra do Interior britânica, Suella Braverman — Foto: Toby Melville/REUTERS

Ministra do Interior britânica, Suella Braverman — Foto: Toby Melville/REUTERS

A situação levou à renúncia do então ministro das Finanças e a convocação de Jeremy Hunt para substituí-lo. O novo ministro da Finanças decidiu refazer por completo o plano econômico.

Na ocasião Truss também anuncia que o imposto corporativo aumentará para 25%, revertendo um plano anterior de congelá-lo em 19%, e diz que os gastos públicos terão que crescer menos rapidamente do que o planejado anteriormente.

Menos de uma semana depois, Truss perde a ministra do Interior, Suella Braverman, que renunciou após quebrar as regras ao enviar um documento oficial de seu e-mail pessoal.

5 de 5 Primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, diante de fundo preto em Londres — Foto: Toby Melville/REUTERS

Primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, diante de fundo preto em Londres — Foto: Toby Melville/REUTERS

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