Ucrânia faz plano para economizar energia após bombardeio da rede elétrica
A Ucrânia impôs restrições ao consumo de luz para tentar economizar energia elétrica depois que quase 30% das usinas de energia foram destruídas em ataques de mísseis ou drones das forças russas.
As medidas foram anunciadas nesta quinta-feira (20). O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, pediu para que a população, as empresas e os negócios economizem o máximo possível em iluminação e publicidade.
"Mesmo pequenas economias de cada família vão ajudar a estabilizar o sistema de energia do país", disse ele.
Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, é bombardeada há meses. A operadora do metrô anunciou que vai aumentar os intervalos entre os trens para economizar eletricidade.
1 de 1 Uma câmera no painel de um veículo capturou o momento em uma explosão atingiu a cidade de Dnipro, na Ucrânia — Foto: Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia/ReproduçãoUma câmera no painel de um veículo capturou o momento em uma explosão atingiu a cidade de Dnipro, na Ucrânia — Foto: Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia/Reprodução
Após uma reunião com as empresas de energia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que estão preparando todos os cenários possíveis para o inverno e trabalhando na criação de pontos móveis de fornecimento de energia para infraestrutura crítica.
Para combater a contraofensiva ucraniana no sul e no leste, a Rússia lançou, na semana passada, uma campanha de bombardeio contra infraestruturas. De acordo com os ucranianos e seus aliados, para isso têm sido empregados drones fabricados pelo Irã.
A Rússia e o Irã negam o uso desses drones, mas a União Europeia impôs, nesta quinta-feira, sanções a três generais iranianos e uma empresa acusada de fornecer essas armas. O Reino Unido aderiu a estas medidas.
A Ucrânia comemorou a resposta rápida do bloco. Os russos por outro lado, acusaram os países ocidentais de quererem pressionar o Irã.
Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia e é aliado da Rússia, está aumentando seu papel no conflito, especialmente desde que anunciou na semana passada uma força conjunta com Moscou.
As autoridades ucranianas indicaram, por outro lado, que viam um risco "crescente" de que a Rússia abra outra frente a partir de Belarus.
O país, que é aliado de Moscou, já servia de base para as tropas russas quando a invasão da Ucrânia começou, no final de fevereiro.
O presidente russo, Vladimir Putin, impôs na quarta-feira a lei marcial nos quatro territórios ucranianos anexados pela Rússia: Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson.
Assim, autoridades russas podem reforçar o poder dos militares nessas áreas, impor toques de recolher, limitar o deslocamento e proibir as concentrações públicas.
Em uma das áreas anexadas, Kherson, autoridades pró-Rússia ordenaram a evacuação da região diante da pressão da contraofensiva ucraniana.
Nesta quinta-feira, cerca de 15 mil pessoas foram levadas para a outra margem do rio Dnieper, que contorna a cidade de Kherson, capital da região de mesmo nome.
"Acredite em mim, tudo vai ficar bem. A região de Kherson está agora para sempre liberta do nazismo", disse Kiril Stremeusov, o governante pró-Rússia que foi colocado no poder. Ele disse que as regiões de Dnipro, Odessa e Mikolaiv seriam libertadas "em breve".
No total, as autoridades de ocupação planejaram a retiradas de 60 mil civis em Kherson nos próximos dias.
Para Kiev, trata-se de uma "deportação em massa" que visa a mudar "a composição étnica do território ocupado", nas palavras de Oleksiy Danilov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia.
Putin visitou um campo de treinamento para soldados mobilizados na região de Ryazan, a sudeste de Moscou, nesta quinta-feira, segundo imagens transmitidas pela televisão.
A contraofensiva que permitiu à Ucrânia recuperar grandes porções de território no leste e no sul do país ganhou recentemente força em seu flanco sul.
Nas áreas retomadas por Kiev, os moradores iniciam as tarefas de reconstrução. Muitos ainda dependem de ajuda humanitária para sobreviver.
Além disso, nada funciona", lamenta Ivan Zakharchenko, um morador de 70 anos na fila para receber ajuda em Izium, recuperada há um mês.
O sofrimento causado pela guerra foi reconhecido pelo Parlamento Europeu, que na quarta-feira concedeu o Prêmio Sakharov de Liberdade de Pensamento deste ano "ao bravo povo da Ucrânia".
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