Bolsonaro diz que 'não se justifica passar fome' porque população pode requerer Auxílio Brasil

Presidente Jair Bolsonaro participa de entrevista no podcast Inteligência Ltda — Foto: Reprodução/YouTube 1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro participa de entrevista no podcast Inteligência Ltda — Foto: Reprodução/YouTube

Presidente Jair Bolsonaro participa de entrevista no podcast Inteligência Ltda — Foto: Reprodução/YouTube

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou durante entrevista nesta quinta-feira (20) ao podcast Inteligência Ltda que "não se justifica passar fome" porque a população carente pode requerer o Auxílio Brasil.

"Então, tem gente que passa fome, passa. Mas não se justifica passar fome porque você pode requerer [Auxílio Brasil]. E, com R$ 20 por dia, eu sei que não é muita coisa, mas dá pra você comprar por exemplo 2 quilos de frango no supermercado", apontou o candidato à reeleição.

A participação do presidente no canal atingiu a maior audiência simultânea de um podcast, no YouTube. Às 21h04, 1.728.691 espectadores acompanhavam a transmissão.

Até então, o recorde era do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que acumulou a marca de 1,1 milhão de acessos simultâneos durante entrevista ao Flow Podcast.

Para receber o Auxílio Brasil, é necessário que o beneficiário atualize o Cadastro Único, usado pelo governo federal para saber quais são as famílias de baixa renda que podem ter acesso ao programa social.

No entanto, os beneficiários estão enfrentando filas para cumprir essa exigência. Por esse motivo, o prazo para a atualização foi prorrogado por 30 dias.

Bolsonaro já havia negado a escalada da fome em outras entrevistas. Ao participar em agosto do programa Pânico, da Jovem Pan, o presidente disse que no Brasil, não se vê gente "pedindo pão" na porta de padaria.

Ele comentava uma declaração da senadora Simone Tebet (MDB-MS), que citou que 33 milhões de pessoas passam fome no país.

Um levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, divulgado em junho, apontou que o Brasil soma cerca de 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer diariamente.

Uma outra pesquisa, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas, também de junho deste ano, mostrou que quase um terço dos brasileiros tem menos de meio salário mínimo para passar o mês.

Segundo a fundação, o contingente de pessoas com renda domiciliar per capita até R$ 497 mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros em 2023, cerca de 29,6% da população total do país. O dado corresponde a 9,6 milhões a mais que 2023.

Na entrevista, o presidente foi questionado sobre sua declaração a respeito das meninas venezuelanas em uma casa que ele visitou no Distrito Federal.

Bolsonaro vem tentando se justificar após a forte repercussão negativa da frase em que ele chegou a dizer que "pintou um clima" e, por isso, resolveu entrar no local. Nesta quinta-feira, ele afirmou que "pintou um clima para conversar".

"Sempre usei 'pintou um clima', 'tem clima', sempre usei isso daí. E eu estava lá em uma comunidade e vi umas meninas bem arrumadas, etc., e pintou um clima. [...] Pintou um clima para eu conversar com elas. [...] O estado difícil delas, abandonaram seus países, vieram para cá e ganham a vida, mas não dessa forma."

Na terça-feira (18), o presidente gravou um vídeo em que pediu desculpa pela declaração. Depois de dizer que as jovens se arrumavam para fazer programa, Bolsonaro, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, afirmou agora que eram trabalhadoras.

Ao fim da entrevista, o presidente fez um apelo para que o eleitor compareça às urnas no dia 30 de outubro e que não anule o voto.

A pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (19) apontou que o ex-presidente Lula tem 49% de intenção de votos no 2º turno e que o presidente Jair Bolsonaro tem 45%.

A diferença dos candidatos está no limite da margem de erro, com o petista em vantagem, disse o Datafolha.

Mais cedo, Bolsonaro esteve em um evento com prefeitos em São Paulo, no ginásio do estádio do Canindé, na capital paulista. Na ocasião, ele afirmou que a eleição não decide apenas o presidente, mas o destino do país.

"Daqui a poucos dias, mais que o presidente, os senhores vão escolher o destino que vocês querem para o país. No tocante à gestão, não existe comparação. Lá atrás, o rastro de corrupção, de descaso, de endividamento de um povo sofrido", afirmou Bolsonaro.

O presidente estava acompanhado do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (PL), seu ex-ministro, e do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). Garcia declarou apoio a Tarcísio no 2º turno das eleições estaduais.

Bolsonaro cumpre agendas de campanha em São Paulo até domingo. O presidente terá encontros com lideranças políticas do estado, além de conceder entrevistas e participar de debates eleitorais.

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