Após 2 meses preso, homem acusado por taxista de roubo deixa a cadeia: 'Temos provas da inocência', diz irmã

A família do entregador de bebidas 💥️Gilson Soares de Carvalho, de 35 anos, esteve na porta do presídio Tiago Teles, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, para reencontrar o trabalhador depois de dois meses de prisão por um crime que ele diz não ter cometido.

Gilson, que é negro, foi acusado por um taxista de ter tentado roubar dinheiro durante uma corrida. Segundo o trabalhador, no último dia 20 de agosto, ele estava de folga e, depois de um evento em Madureira, na Zona Norte do Rio, pegou o táxi para voltar para casa, em Bangu, na Zona Oeste.

De acordo com Gilson, os policiais e o juiz na audiência de custódia💥️ só ouviram a versão do taxista, que disse que o trabalhador tinha roubado R$ 88.

O pai do entregador, Gilmar Soares de Carvalho, contou que o filho estava em um pagode e que chegou a mandar uma mensagem avisando que estava voltando para casa.

"Ele estava lá bebendo, se divertindo quando foi por volta das 19h, 20h, ele mandou um vídeo pra mim. Eu falei pra ele: 'você está vindo embora?'. O último áudio dele foi assim: 'pai, já estou indo embora'", contou Gilmar.

Na versão do taxista, Gilson entrou em seu carro na Estrada do Portela, em Madureira. O entregador teria dado R$ 50 para pagar a corrida até a estação de Bangu. Ainda segundo o motorista, Gilson teria anunciado o assalto, 💥️fazendo menção de que estaria armado.

O taxista disse em seu depoimento à polícia que entregou R$ 88 das corridas anteriores e mais os R$ 50 que seria de Gilson. O motorista disse também que conseguiu desembarcar do táxi e sair correndo. Em seguida, o motorista teria ficado escondido aguardando que Gilson saísse do carro e depois chamou a polícia.

Para Gisele, irmã do entregador, Gilson e o taxista discutiram por uma divergência sobre o caminho feito pelo motorista. Segundo ela, o taxista deve ter se aproveitado do fato de Gilson ter consumido bebida alcoólica naquele dia.

O Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, registrado no dia do suposto crime, só conta com a versão dada pelo taxista e informa que Gilson preferiu permanecer calado.

Já na audiência de custódia, o juiz disse que o caso revelava "elevada audácia e destemor do custodiado (Gilson)". Segundo o magistrado, a ocorrência demonstra a "periculosidade concreta de Gilson e a perspectiva de novas infrações penais".

Trabalhador com carteira assinada há um ano, Gilson teve o emprego confirmado pela empresa onde trabalha. Eles enviaram à Justiça uma declaração confirmando o vínculo. Contudo, a possibilidade de perder o emprego assusta o pai dele.

"Esse tempo todo ele está perdendo dias de trabalho. Quem garante que vai sair agora e a firma vai garantir emprego dele? Eu quero saber quem vai dar emprego pra ele? Agora o nome dele tá sujo. Ele é trabalhador de carteira assinada e vai ficar com nome sujo", comentou Gilmar.

Apesar de ter conseguido deixar a cadeia nesta sexta-feira, Gilson ainda vai precisar provar sua inocência. Contudo, o trabalhador acredita que o mais importante agora é retomar o trabalho e rever as três filhas.

"Só quero agora ficar com minha família, ver minhas filhas e esquecer que eu estive aqui. Só isso que preciso. E de um tempo para descansar", completou.

Gisele disse a reportagem que a família tem as provas para rebater a versão apresentada pelo taxista.

"Pelo que a gente já sabe, não tem nada que comprove que de fato o Gilson tentou dar voz de prisão pra essa pessoa. A família tem todos os extratos do dia que ele usou o cartão de crédito, as transferências que fez para uma outra conta pessoal. Então, temos as provas que comprovam a inocência dele", comentou Gisele.

Em nota, a Polícia Civil informou que não procede as informações de que Gilson não foi ouvido na delegacia. O órgão disse que o próprio assinou um termo se reservando ao direito de só falar em juízo e que isso foi feito na audiência de custódia.

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