Roberto Jefferson descumpre decisão da Justiça e atira contra PF: leia perguntas e respostas sobre prisão de ex-deputado

O ex-deputado Roberto Jefferson atirou em policiais federais que foram cumprir o mandado de prisão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no começo da tarde deste domingo (23), na cidade de Comendador Levy Gasparian (RJ).

Jefferson, que teve revogada a prisão domiciliar por descumprir medidas, resistiu, atirou com fuzil e jogou 3 granadas contra agentes da Polícia Federal, mas acabou se entregando após 8 horas resistindo contra a decisão do Judiciário.

💥️Abaixo, vejas as respostas das seguintes perguntas sobre o caso.

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Roberto Jefferson é ex-deputado federal e presidente afastado do PTB. Ele ficou conhecido nacionalmente após delatar o esquema de compra de votos no Congresso Nacional no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, batizado pelo próprio Roberto Jefferson de "mensalão".

Em agosto de 2023, Roberto Jefferson, que se tornou apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso💥pela Polícia Federal no inquérito que investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital voltada a ataques à democracia. Em janeiro deste ano, a prisão dele foi transformada em domiciliar.

Jefferson tentou ser candidato à Presidência da República pelo PTB nas eleições deste ano, mas, por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro de candidatura.

Jefferson, então, indicou como substituto o desconhecido Padre Kelmon, que representou o partido no primeiro turno das eleições. No debate com candidatos à Presidência, organizado pela Globo, no fim de setembro, Padre Kelmon fez dobradinha com o presidente Jair Bolsonaro, candidato a reeleição, para atacar o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

Não, ele estava em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira, determinada no inquérito que investiga uma suposta organização criminosa que atenta contra o Estado Democrático de Direito.

Roberto Jefferson foi preso em agosto do ano passado no âmbito do inquérito das milícias digitais e as atividades de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito. No mesmo mês, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra o ex-presidente do PTB pelos crimes de homofobia, calúnia e incitação ao crime de dano contra o patrimônio.

Em janeiro deste ano, a prisão preventiva de Roberto Jefferson foi substituída por prisão domiciliar. O ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da defesa, que alegou que o ex-deputado estava debilitado em razão de doença grave.

O ex-deputado estava em prisão domiciliar, que foi revogada porque as restrições impostas foram desrespeitadas, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, o ministro Alexandre de Moraes, em uma decisão proferida no sábado (22), determinou que o ex-deputado retornasse ao regime fechado.

Inicialmente, Moraes tinha expedido um mandado de prisão contra Jefferson por ele ter violado medidas de prisão domiciliar. Depois, o ministro mandou prendê-lo em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio, após Roberto Jefferson atirar contra agentes da Polícia Federal.

Em sua decisão, Moraes listou os descumprimentos: "receber visitas e passar orientações a dirigentes do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); conceder entrevista ao Canal Jovem Pan News no YouTube; promover, replicar e compartilhar notícias fraudulentas “que atingem a honorabilidade e a segurança do STF e de seus ministros, atribuindo e/ou insinuando a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte."

Moraes também transcreveu falas de Roberto Jefferson para justificar sua decisão, como os xingamentos à ministra Cármen Lúcia.

No domingo (23), uma equipe da Polícia Federal saiu do Rio com destino à casa de Roberto Jefferson, em Comendador Levy Gasparian, no Sul Fluminense. Os agentes chegaram à residência às 11h. Roberto Jefferson resistiu à prisão por 8 horas.

Sem sair de casa, Roberto Jefferson disparou de fuzil cerca de 20 vezes e atirou três granadas na direção dos agentes.

A viatura da PF foi atingida na lataria e no para-brisa. O impacto das balas estilhaçou o vidro, e estilhaços feriram o delegado Marcelo Vilella e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira.

Roberto Jefferson confirmou os disparos, mas disse, antes de se entregar, que não foram direcionados aos agentes. "Não atirei em ninguém para pegar. Atirei no carro e perto deles", afirmou o ex-parlamentar.

Sim, segundo a corporação. Até a última atualização desta reportagem, não se sabiam quantos tiros foram dados. Os agentes não invadiram a propriedade.

Sim, dois agentes da Polícia Federal ficaram feridos após o ataque de Roberto Jefferson. Eles receberam atendimento médico e passam bem.

O repórter cinematográfico Rogério de Paula, da Inter TV, afiliada da TV Globo, foi agredido por apoiadores de Roberto Jefferson e do presidente Jair Bolsonaro (PL). Rogério, de 59 anos, levou um soco, caiu no chão, bateu a cabeça e teria tido um início de convulsão. A câmera que ele usava quebrou. O cinegrafista foi levado para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Três Rios

Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar foram ao local para negociar uma rendição, que só aconteceu após oito horas.

Sim. Depois de resistir, agentes conseguiram prendê-lo. O ex-deputado chegou no início da madrugada desta segunda-feira (24) ao Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, cerca de 14 horas depois de receber voz de prisão da PF e de reagir a tiros e granadas.

Roberto Jefferson chega ao Rio após ser preso — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 1 Roberto Jefferson chega ao Rio após ser preso — Foto: Reprodução/TV Globo

Roberto Jefferson chega ao Rio após ser preso — Foto: Reprodução/TV Globo

Não. E ainda não se sabe como o ex-deputado adquiriu o fuzil e as granadas usadas no ataque. Também não se sabe se o arsenal, todo ou parte, estava regular. Segundo o blog do Valdo Cruz, ministros do STF defenderam que haja uma apuração "rigorosa" sobre como Roberto Jefferson, em prisão domiciliar, conseguiu manter em sua residência itens como fuzil e granadas. Para esses ministros, houve uma "falha grave" e é preciso apurar as responsabilidades pelo fato.

Ao blog, ministros do STF disseram ser preciso apurar quem ajudou Roberto Jefferson a manter o armamento em casa, uma vez que estava na condição de preso.

"Alguém entregou essas armas para ele. Afinal, quando o réu foi para prisão domiciliar, as regras mandam fazer uma inspeção na residência em busca de materiais proibidos, como armas", disse ao blog um ministro.

Bolsonaro repudiou as ofensas a Cármen Lúcia e o ataque contra a PF, mas criticou o STF na mesma frase. "Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", escreveu Bolsonaro no Twitter.

Na mesma rede social, Bolsonaro disse que determinou "a ida do Ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio".

O presidente também se referiu a Roberto Jefferson como criminoso e somente à noite, após o ex-deputado se entregar para a polícia, Bolsonaro prestou solidariedade aos policiais feridos. Assista:

Depois, o presidente participou de uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube. Ele leu o que tinha escrito no seu perfil no Twitter e disse que não tem nem foto com Roberto Jefferson, apesar dos registros feitos no Palácio do Planalto e divulgados na época pelo próprio ex-deputado e pelo PTB.

Padre Kelmon, que foi candidato à Presidência da República pelo PTB, partido de Jefferson, e ficou conhecido após participação em debate presidencial do 1º turno, foi até o condomínio do ex-parlamentar como forma de apoio. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Padre Kelmon negociando com o Bope e entregando para polícia duas armas que seriam de Roberto Jefferson.

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