Datafolha: comentaristas do g1 e da GloboNews analisam pesquisa presidencial desta quinta

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (27), encomendada pela Globo e pela "Folha de S.Paulo", aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 49% de intenção de votos no segundo turno e que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 44%. O segundo turno das eleições acontece neste domingo (30).

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O candidato petista manteve os mesmos 49% das pesquisas de 7/10, 14/10 e 19/10; enquanto Bolsonaro passou de 44% nos dois primeiros levantamentos, para 45% no terceiro, e voltou a 44% na pesquisa desta quinta-feira (27).

Para comentaristas do g1 e da Globonews, o cenário é de estabilidade, mesmo com acontecimentos recentes que poderiam ter impactado os números, como a prisão de Roberto Jefferson, aliado do presidente Bolsonaro, e as declarações de Paulo Guedes, ministro da Economia, sobre o salário mínimo. Veja abaixo:

"E foi um segundo turno cheio de notícias, né, como a gente dizia. Teve esse episódio do fim de semana, que foi o episódio do Roberto Jefferson, que havia a expectativa de que poderia influenciar de alguma maneira e é difícil, por esse levantamento, por o que a gente tem agora, ver qualquer tipo de mexida, né? Parece que mesmo com episódios que foram ruins para Bolsonaro, ele mantém os [eleitores] dele intactos, e Lula mantém os dele também."

"Parecia ter tido alguma coisa [...], uma mudança que tenha uma oscilação positiva para Bolsonaro, na semana passada, e os trackings mostravam alguma oscilação positiva para Bolsonaro que se estanca, que pode eventualmente ter se estancado por causa do episódio Roberto Jefferson e também por causa do episódio da economia. Acho que a gente superestima o do Roberto Jefferson, apesar da magnitude dele, mas para o eleitor ali, o que eles acompanham é a vida real, a economia, salário mínimo."

Na semana passada, o ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo estuda desvincular o reajuste do salário mínimo e de aposentadorias do índice de inflação do ano anterior, mas negou que o objetivo seja impedir o ganho real dos trabalhadores e pensionistas. Após a repercussão negativa da notícia, a pasta informou que a correção será no mínimo pelo índice da inflação.

"Estabilidade e uma diferença fora da margem de erro. É uma consistência, uma estabilidade muito característica de campanhas de segundo turno. Em todas as eleições presidenciais, as campanhas de segundo turno tiveram esse mesmo comportamento de estabilidade e também de números próximos."

Para o ex-diretor do Datafolha, nem o debate entre os dois candidatos, que acontece nesta sexta-feira (28) na Globo, pode impactar em alguma mudança.

"É um cenário de decisão tão consolidada, diferentemente de outras eleições [que] mesmo em segundo turno não havia esse nível, em eleições anteriores, de voto consolidado. Eu não vejo muitos argumentos que possam ser levados ao debate, argumentos democráticos e que sejam coerentes que possam mudar esse quadro."

Paulino também falou sobre as abstenções e votos em branco ou nulos. "É muito difícil que as abstenções tenham um poder de mudar os votos, a se manter na média das eleições passadas nesta eleição. [...] Quem vota branco e nulo também está muito decidido. É uma escolha, é uma intenção de voto também."

"É uma piscina parada. O segundo turno inteiro, embora com muita agitação política, segundo as medições do Datafolha, é uma piscina que não se mexeu quase nada."

O comentarista e colunista também citou a prisão de Roberto Jefferson, que, para ele, não impactou significativamente nos números de Bolsonaro.

"Parecem duas torcidas. Parece que não tem eleitor, parece que tem torcida. Porque a torcida do clube, o clube vai bem ou vai mal, você não muda de clube. Então parece que é mais ou menos assim: você tem a torcida do Lula, e Lula pode falar isso ou falar aquilo, atacar, não ir bem no debate, mas a torcida continua apoiando Lula. Igualmente a torcida do Bolsonaro: ele pode fazer, pode ter Roberto Jefferson, pode ter aquilo, aquilo outro, e ela continua torcendo para Bolsonaro."

Guedes também afirmou que o vencedor do debate tende a ser quem conseguir falar com eleitores de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), que ficaram em terceiro e quarto no primeiro turno.

"Então amanhã nós temos o último evento importante da campanha, que é o debate, e eu estava conversando com a Julia: qual é o critério de quem ganhou o debate? Se você já tem duas torcidas, acho que é muito difícil o Bolsonaro convencer o eleitor do Lula a votar nele, e o Lula o eleitor do Bolsonaro a votar nele. É a mesma coisa que convencer um flamenguista a virar botafoguense."

"Vai ganhar o debate quem falar para o eleitor de Simone Tebet no primeiro turno, do Ciro no primeiro turno e quem ainda está indeciso ou [quem vai votar] em branco. Amanhã quem falar para esses, já que tem uma diferença de 5%, vai ganhar o debate."

O comentarista e colunista citou conversas que teve com integrantes dos dois partidos antes da divulgação da pesquisa.

"A equipe do Lula acreditava que ele ia crescer um ou dois pontos percentuais, e Bolsonaro ia ficar estabilizado. E na campanha de Bolsonaro, a avaliação deles era a seguinte: 'olha, Bolsonaro vai ficar estabilizado e Lula também'. O que aconteceu aqui, acho que dá para falar que é um cenário de estabilidade, porque não dá nem para garantir que houve um aumento."

"Apesar de todas essas questões que aconteceram, isso mostra o que a gente vem falando desde o início da eleição: o eleitor que vota em Bolsonaro e que vota em Lula está muito solidificado. Pode acontecer chuva, trovoadas

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