Elon Musk e Twitter: a cronologia da primeira negociação até a compra da rede social
Elon Musk — Foto: Reuters
Depois de 💥️6 meses de idas e vindas, o bilionário Elon Musk concluiu a compra do Twitter na noite da última quinta-feira (27). Poucas horas antes, Musk tinha divulgado uma carta direcionada a anunciantes em que confirmava a aquisição.
O fundador da SpaceX e da Tesla pagou US$ 44 bilhões (R$ 235 bilhões) pela nova aquisição, segundo a agência Reuters.
Em julho, quando Musk desistiu do negócio, o Twitter o processou. Por determinação judicial, ele tinha até esta sexta-feira (28) para concluir a compra. Do contrário, um novo julgamento seria marcado para novembro.
💥️Confira a seguir a cronologia do caso:
Respondendo a um seguidor no Twitter, rede em que ele tem mais de 110 milhões de seguidores, Musk afirma que cogita criar uma rede social para promover "liberdade de expressão" na internet. O executivo também fez uma série de enquetes em seu perfil sobre o papel do Twitter como uma "arena" que deveria permitir opiniões divergentes.
Nesse momento, o bilionário já havia comprado ações da empresa, mas a notícia só seria divulgada semanas depois.
O fundador da Tesla se torna o maior acionista individual da rede social, com 9,2% das ações da companhia.
Musk é apontado como membro do conselho de diretores do Twitter um dia após divulgar sua participação na empresa. O magnata respondeu um post do CEO da rede social, Parag Agrawal, prometendo "melhorias significativas" para a plataforma.
No dia em que sua avaliação seria considerada para o conselho do Twitter, o magnata desiste de ter uma cadeira no grupo que lidera a rede social. O anúncio da desistência foi feito pelo então CEO da rede social, Parag Agrawal.
O bilionário faz uma proposta para adquirir completamente o Twitter por mais de US$ 44 bilhões, segundo um documento regulatório da rede social. O conselho da companhia disse que avaliaria a oferta.
Um dia depois de sua oferta, Elon Musk diz em uma entrevista que tem um "plano B" caso não consiga comprar o Twitter. Ele alega que "fazer dinheiro" com a rede social não está no centro da negociação e disse que a plataforma é arena importante para a liberdade de expressão no mundo.
Bots ou robôs são contas controladas por um programa de computador que pode fazer todas as ações de um usuário comum: curtir conteúdos, seguir outros usuários, publicar e retuitar postagens.
Elon Musk afirma em um documento apresentado à SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) que conseguiu quase US$ 46,5 bilhões para financiar a operação.
O bilionário diz que pretende destinar US$ 21 bilhões de sua fortuna para comprar Twitter e que o valor restante será conseguido por meio de dois empréstimos com o banco Morgan Stanley, um de US$ 13 bilhões e outro de US$ 12,5 bilhões.
O Twitter anuncia que fechou um acordo definitivo para ser comprado por Musk. A transação é estimada em US$ 44 bilhões.
Com a compra, o Twitter se tornará uma companhia de capital fechado, ou seja, deixará de negociar ações na bolsa. É dito ainda que os acionistas vão receber US$ 54,20 por cada ação comum, o que significa um prêmio de 38% sobre o preço dos papéis em 1º de abril.
A imprensa dos Estados Unidos destaca que Musk poderia reduzir os salários dos executivos e do conselho da empresa de mídia social. Esse teria sido um dos argumentos usados para convencer os banqueiros a emprestarem o dinheiro para a compra do Twitter.
Segundo a Reuters, pessoas "familiarizadas com o assunto" informaram que o magnata chegou a falar que poderia reduzir os salários dos executivos e do conselho da empresa de mídia social, em um esforço para tirar custos da rede social, e desenvolveria novas maneiras de monetizar tuítes.
O Twitter estima que menos de 5% de sua base de usuários é formada por contas falsas ou voltadas para publicar spam.
A informação foi apresentada no relatório de resultados trimestrais da companhia. Segundo o documento, a rede social tem 229 milhões de usuários ativos. Segundo Musk, o Twitter ainda precisa apresentar números que comprovem essa informação.
Um fundo de pensão da Flórida processa o bilionário e a rede social argumentando que Musk tinha acordos com outros grandes acionistas, incluindo seu consultor financeiro Morgan Stanley e o criador da plataforma, Jack Dorsey, para apoiar a compra
Por isso, a compra não pode ser concluída antes de 2025.
Em uma conferência, Elon Musk diz que voltaria atrás na suspensão do ex-presidente americano, Donald Trump, do Twitter.
"Eu reverteria a suspensão permanente [de Trump]", afirma Musk em evento do Financial Times. O magnata diz que ele e Jack Dorsey, cofundador do Twitter, concordam que não deve haver banimentos permanentes na rede social.
O Twitter comunica a demissão dos chefes das áreas de consumo e receitas. A empresa também anuncia uma pausa nas contratações e uma revisão nas vagas em aberto, segundo a agência de notícias Reuters.
Respondendo a um seguidor no Twitter, o cofundador e ex-CEO da rede social, Jack Dorsey afirma que nunca mais quer ser CEO da plataforma. Antes de Elon Musk comprar ações, Dorsey era o maior acionista individual da companhia e membro de seu conselho de administração.
"O acordo (para a compra) do Twitter está temporariamente suspenso por pendências em detalhes que sustentam que contas falsas de fato representam menos de 5% dos usuários", afirma o empresário em um post na rede social.
Depois do anúncio, as ações do Twitter caíram em torno de 20% nas negociações prévias à abertura da Bolsa de Wall Street, segundo a France Presse.
Horas depois, Musk volta a tuitar que segue "comprometido com a compra" da rede social.
O bilionário anuncia que sua equipe fará uma análise com amostra com 100 perfis do Twitter para ver quantos são falsos.
Musk afirma nas redes sociais que a equipe jurídica do Twitter o acusou de violar um acordo de confidencialidade ao revelar que o tamanho da amostra para as verificações da plataforma sobre bots e contas falsas era de 100 perfis. Para a empresa, esse dado é interno e confidencial.
Musk usa um emoji de cocô para ironizar o presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, sobre como é feita a estimativa de contas falsas na rede social.
2 de 3 Elon Musk rebate Parag Agrawal, CEO do Twitter sobre métricas para contas falsas — Foto: Reprodução/TwitterElon Musk rebate Parag Agrawal, CEO do Twitter sobre métricas para contas falsas — Foto: Reprodução/Twitter
O presidente-executivo do Twitter aponta ainda que as estimativas sobre contas de spam estão bem abaixo dos 5% divulgados pela empresa, mas afirma que não pode revelar a projeção exata.
Musk respondeu com o emoji e questiona: "Então, como os anunciantes sabem o que estão recebendo pelo seu dinheiro? Isso é fundamental para a saúde financeira do Twitter".
O empresário diz que deixará de usar empréstimos que estariam vinculados às suas ações da montadora Tesla como garantia para financiar a compra do Twitter. De acordo com Musk, os US$ 6,25 bilhões (R$ 30 milhões, na cotação de 25 de maio) que seriam obtidos dessa forma virão de sua própria fortuna.
Acionistas do Twitter processam Elon Musk, acusando-o de manipular o mercado para ter uma redução de sua oferta de US$ 44 bilhões ou margem para negociar um desconto.
Segundo a ação judicial, o bilionário tuitou e fez declarações com o objetivo de criar dúvidas sobre o negócio, o que vem agitando a rede social há semanas.
Em carta enviada ao Twitter, um representante do bilionário diz que a empresa se recusou a fornecer as informações que solicitou repetidamente desde 9 de maio de 2022 para facilitar a sua avaliação de contas falsas e de spam.
Reportagem do jornal americano "Washington Post" informa que o conselho de administração do Twitter planeja apresentar mais dados internos ao bilionário para avançar no acordo de venda da rede social.
O Twitter diz que planeja realizar uma votação de acionistas até o início de agosto sobre a venda da empresa.
O conselho do Twitter recomendou por unanimidade que os acionistas aprovem a proposta de venda de US$ 44 bilhões da empresa para Musk.
"Se a fusão for concluída, você terá direito a receber US$ 54,20 em dinheiro, sem juros e sujeito a quaisquer impostos retidos na fonte aplicáveis, para cada ação de nossas ações ordinárias de sua propriedade (a menos que tenha exercido adequadamente seus direitos de retirada)", disse a rede social aos acionistas.
O bilionário informa em carta que desistiu do acordo de compra do Twitter. Em documento enviado à SEC, órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, ele afirmou que houve uma violação de várias disposições do acordo.
"A análise preliminar dos consultores de Musk das informações fornecidas pelo Twitter até o momento faz com que ele acredite fortemente que a proporção de contas falsas e de spam incluídas na contagem de usuários relatada é muito superior a 5%", afirmam advogados do bilionário.
O Twitter diz que a empresa vai recorrer à Justiça para fazer valer o negócio firmado com Musk.
Da mesma forma que Musk alegou violação de contrato para desistir do Twitter, a rede social também o acusa de quebrar o acordo. O Twitter processa Elon Musk, pedindo à Justiça que ordene a conclusão do negócio pelo bilionário.
O julgamento do processo do Twitter contra Elon Musk será julgado em outubro deste ano, decidiu uma juíza do estado norte-americano de Delaware após primeira audiência realizada na terça-feira (19).
O Twitter e Musk apresentaram propostas concorrentes para a data do julgamento. O bilionário pediu um julgamento de duas semanas em fevereiro de 2023 enquanto o Twitter pediu quatro dias no final de setembro.
A juíza Kathaleen McCormick disse que as partes são capazes de lidar com um julgamento acelerado e, como uma empresa de capital aberto, o Twitter precisa ter o assunto resolvido logo.
A juíza McCormick determinou que o Twitter entregue para Musk documentos internet ligados a seu ex-gerente da divisão de consumo, Kayvon Beykpour, que deixou a empresa em maio de 2022.
A ordem foi tomada após o bilionário afirmar que Beykpour era um dos executivos "mais intimamente envolvidos" com o cálculo da quantidade de contas falsas na plataforma. Musk também pediu acesso a documentos relacionados a outras 21 pessoas, mas não foi atendido.
Musk intimou formalmente o cofundador do Twitter, Jack Dorsey, para que ele apresente dados sobre usuários ativos da plataforma. A convocação também solicitou informações sobre métricas alternativas que o Twitter considerou para calcular a quantidade de usuários.
3 de 3 Jack Dorsey, ex-CEO do Twitter. — Foto: Lucas Jackson/ReutersJack Dorsey, ex-CEO do Twitter. — Foto: Lucas Jackson/Reuters
No limite previsto no acordo aprovado pelo conselho de administração do Twitter, acionistas da empresa aprovaram a proposta de Musk para pagar US$ 54,20 por ação. Na ocasião, cada papel da companhia era vendido na bolsa por cerca de US$ 41.
Os jornais americanos Bloomberg e Washington Post informaram que Musk voltou atrás e aceitou comprar o Twitter pelo valor da proposta original. As reportagens foram baseadas em fontes que estariam acompanhando a negociação.
O bilionário publicou um vídeo em que entra com uma pia na sede do Twitter em São Francisco, nos Estados Unidos. No tuíte, ele usou a expressão "let that sink in" – "sink" significa pia em inglês. A expressão equivale a algo como "deixe a ficha cair".
Em resposta a seu vídeo, Musk afirmou que estava "conhecendo muita gente legal no Twitter hoje".
'O pássaro foi libertado', diz Elon Musk após divulgar uma carta aos acionistas do Twitter confirmando a compra da rede social.
Como primeiras medidas, Musk demite o presidente-executivo, Parag Agrawal, o diretor financeiro, Ned Segal, e o chefe de assuntos jurídicos e de políticas, Vijaya Gadde.
Anteriormente, o empresário os tinha acusado de enganar ele e investidores da plataforma sobre o número de contas falsas na mídia social.
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