Torres diz ao STF ver com 'perplexidade' suspeita de uso do governo para fins eleitorais
O ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que vê com “perplexidade” declarações de que “estaria sendo realizado o uso da máquina estatal para causar prejuízos ao processo eleitoral”.
O ministro prestou informações ao Supremo após decisão do ministro Gilmar Mendes. Neste sábado (29), Mendes deu três horas para que Torres prestasse esclarecimentos sobre afirmações apresentadas pelo PSB de que ele estaria usando recursos públicos para fins eleitorais, às vésperas do segundo turno.
Em pedido apresentado ao Supremo, o partido citou postagem do ministro em rede social neste sábado sobre operações com policiais federais em prol de “eleições limpas e seguras”. Para o partido, a intenção é “forjar um fato político às vésperas do segundo turno das eleições”.
À Corte, Torres disse que a operação deste domingo é como outras realizadas anteriormente.
“A Operação Eleições 2022, como ocorreu nas eleições anteriores, trata-se de uma operação conjunta dos órgãos de segurança pública dos Estados, além da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, para 'garantir a paz nas eleições' e que 'todos terão acesso às urnas e terão acesso aos locais de votação'”, diz o ministro na resposta ao Supremo.
A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal também responderam ao Tribunal Superior Eleitoral, atendendo à determinação do presidente da Corte, Alexandre de Moraes.
O ministro analisa um pedido do PT, que relatou a possibilidade de uso eleitoral dos recursos das duas forças de segurança.
O diretor-geral da PF, Márcio Nunes, considerou “descabida” o que chamou de “ilação” sobre um possível uso irregular das corporações.
“Neste momento, esta Instituição, a qual se trata de um órgão de Estado, com reconhecimento social incontestável, não pode se olvidar em ressaltar considerar descabida a imputação - verdadeira ilação – dos representantes que impetraram o pedido acerca da ‘instrumentalização da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal voltada a eventualmente interferir no processo eleitoral, durante o segundo turno das Eleições de 2022, no intuito de criar fatos políticos artificiais, em benefício da candidatura à reeleição ao cargo de Presidente da República do Sr. Jair Messias Bolsonaro, em detrimento ao seu adversário político, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva’”.
Já o diretor-geral da PRF, Silvinei Marques, afirmou que a atuação da polícia é no sentido de garantir segurança pra todos.
“Informamos também, que as orientações exaradas por esta Direção-Geral às Superintendências do Órgão objetivam o aperfeiçoamento das operações e o incremento dos resultados entregues à sociedade em geral, de forma que nenhuma diretriz passa pela salvaguarda de classes ou categorias específicas, muito pelo contrário, busca-se o estabelecimento de um segurança pública eficaz e eficiente para todos”.
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