Justiça aceita denúncia contra mulheres que exploravam menores no Leblon; três aliciavam os próprios filhos
Menor pede comida nas ruas do Leblon, na Zona Sul do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo
A juíza Gisele Guida de Faria, da💥️ 1ª Vara Especializada de Crimes contra a Criança e o Adolescente, aceitou nesta segunda-feira (31) a denúncia do 💥️Ministério Público ( MP) contra as seis mulheres presas no início de outubro por explorar mão de obra infantil no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Suene dos Santos Pereira, Taynara Cristina Domingues da Silva, Leandra Santos Pinheiro da Silva, Priscila Monique de Oliveira Siqueira, Paloma Cristina Lopes e Valéria dos Santos são acusadas de abandono de incapaz e exploração de mão de obra infantil.
Segundo a denúncia do MP, desde 2023 as mulheres - que possuem relação de parentesco com as vítimas, como mãe ou “tia de consideração” - submetiam as crianças a intensas jornadas de trabalho durante o horário escolar e também no período noturno, trabalhando, muitas vezes, no frio e debaixo de forte chuva e com roupas inadequadas.
Na mesma decisão, a juíza aceitou o pedido de liberdade provisória das acusadas, que terão que cumprir medidas cautelares como comparecimento bimestral no juízo e manter o endereço sempre atualizado.
No dia 6 de outubro, seis mulheres foram presas por exploração de mão de obra infantil no Leblon, na Zona Sul do Rio. Os menores, desde crianças de colo até adolescentes, estariam sendo obrigados a vender balas, pedir dinheiro, comida e fraldas a pessoas na rua.
De acordo com as investigações da 14ªDP (Leblon), elas ficavam de longe, sentadas, enquanto os menores ficavam vulneráveis, sozinhos. Um adolescente falou que eles ficavam sem comer, pois a prioridade de alimentação era dos adultos. Ele disse ainda que eram levados mesmo quando as mulheres não podiam ir.
Imagens registradas na terça-feira (4) mostraram que as crianças estariam sendo obrigadas a pedir até em dias de chuva.
Ainda de acordo com os investigadores, elas ficavam distantes, deixando-as vulneráveis. A técnica seria usada pelas mulheres para gerar pena em quem passava.
2 de 2 Em depoimento, um dos adolescentes contou que era levado para pedir dinheiro todos os dias da semana, menos às segundas-feiras — Foto: Reprodução/ TV Globo
Em depoimento, um dos adolescentes contou que era levado para pedir dinheiro todos os dias da semana, menos às segundas-feiras — Foto: Reprodução/ TV Globo
Em depoimento, um dos adolescentes contou que era levado para pedir dinheiro todos os dias da semana, menos às segundas-feiras. Ele contou que as crianças eram entregues pelas mães a adultos, que as exploram, obrigando a mendigar, pedir comida e fraldas.
O menor contou ainda que, muitas vezes, as crianças ficavam sem comer. E que a obrigação deles era alimentar, primeiro, quem os explora.
Ele afirmou ainda que chegavam a ficar no Leblon das 9h às 23h e que, quanto menor fosse a criança, mais dinheiro conseguia.
O adolescente contou que chegou a arrecadar R$ 700 em um dia.
Em depoimento, uma das mães afirmou que o filho não teve aula nos últimos dias e confirmou que ele estava fazendo a venda de chocolates. Outra afirmou que tanto elas quantos os filhos, habitualmente, fazem a venda de mercadorias, no caso panos de prato e balas.
As seis mulheres foram indiciadas por quatro crimes: associação criminosa, abandono de incapaz, exposição vexatória e abandono intelectual.
Na delegacia, as crianças receberam refeições e depois parentes próximos foram ao local e as levaram para casa.
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