Produção industrial cai 0,7% em setembro, aponta IBGE
Linha de produção em indústria de alimentos em São Paulo em registro feito em dezembro de 2023 — Foto: José Fernando Ogura/AEN/PR
A produção industrial brasileira caiu 0,7% na passagem de agosto para setembro, tendo retração em 21 dos 26 ramos industriais, apontam os dados divulgados nesta terça-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta foi a segunda taxa negativa consecutiva - em agosto, após revisão feita pelo IBGE, o recuo também foi de 0,7% - com queda acumulada de 1,4% nestes dois meses. No ano, o setor acumula queda de 1,1%.
Já na comparação com setembro do ano passado, a indústria apresentou crescimento de 0,4%. Com isso, o indicador acumulado em 12 meses ficou em -2,3%, mantendo trajetória ascendente, o que demonstra ligeiro ganho de fôlego.
Diante destes resultados, o patamar de produção da indústria brasileira ficou 2,4% abaixo do nível pré-pandemia e 18,7% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011.
Diante dos resultados negativos de agosto e setembro, a indústria brasileira fechou o terceiro trimestre do ano com queda de 0,3% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Entre o 4º trimestre do ano passado e o segundo trimestre deste ano, a produção industrial acumulou crescimento de 1,5%, insuficiente para reverter a perda acumulada nos três primeiros trimestres de 2023, que foi de -6,0%
Frente a agosto, a maior influência negativa partiu da indústria de produtos alimentícios, com queda de 2,9%, segunda taxa negativa seguida, acumulando perda de 6,1% nestes dois meses.
Macedo ponderou que estas duas quedas aconteceram após três meses seguidos de crescimento, período em que houve ganho acumulado de 6,7%.
"Produtos derivados de soja, açúcar e carnes de aves são itens importantes no entendimento dessa queda no setor alimentício em setembro”, destacou o pesquisador.
A segunda maior influência negativa em setembro oi do setor de metalurgia, com recuo de 7,9% em relação a agosto, a queda mais intensa desde janeiro de 2023, quando foi de -9,9%, nesse tipo de comparação.
“Mas é importante lembrar que esse segmento industrial vem de dois meses com resultados positivos, acumulando 2,4% nesse período", ressalvou Macedo.
Dentre os 26 ramos industriais pesquisados, apenas cinco apresentaram crescimento da produção na passagem de agosto para setembro, algo que não era visto desde o começo do ano.
“Esse perfil disseminado de queda na produção, com apenas 5 setores avançando seu ritmo produtivo, não era observado desde janeiro de 2022, quando apenas 4 segmentos industriais mostraram crescimento".
Entre as grandes categorias econômicas, todas mostraram recuo na produção em setembro.
A base baixa de comparação levou a indústria a apresentar crescimento de 0,4% na comparação com setembro do ano passado - naquele mês, a indústria havia recuado 4,1% na comparação com igual mês de 2023.
Houve crescimento em duas das quatro grandes categorias econômicas e em 12 dos 26 ramos pesquisados, mas partiu da indústria automotiva, com alta de 20,3%, a maior influência positiva sobre este resultado.
“O segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias é o que mais pressiona positivamente e mantém o total do setor industrial no campo de crescimento. Vale destacar a influência da base de comparação, uma vez que essa atividade recuou 8,8% em setembro do ano passado. Isso ajuda a explicar a magnitude de expansão observada nesse mês”, explico o gerente da pesquisa.
Segundo macedo, automóveis, autopeças e caminhões são os produtos com maior avanço na produção na comparação com setembro do ano passado.
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