Pesquisa de boca de urna aponta possível volta de Netanyahu ao poder em Israel

Apoiadores de Netanyahu comemoram pesquisa de boca de urna neste 1º de novembro, em Jerusalém — Foto: Reuters/Ronen Zvulun 1 de 2 Apoiadores de Netanyahu comemoram pesquisa de boca de urna neste 1º de novembro, em Jerusalém — Foto: Reuters/Ronen Zvulun

Apoiadores de Netanyahu comemoram pesquisa de boca de urna neste 1º de novembro, em Jerusalém — Foto: Reuters/Ronen Zvulun

Nesta terça-feira (1°), os eleitores de Israel foram às urnas para escolher um novo governo pela quinta vez desde 2023. Segundo pesquisas de boca de urna, o Likud, partido do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e partidos aliados, obtiveram a maioria das cadeiras no parlamento.

O ex-premiê, que enfrenta acusações de corrupção que ele nega, deve conquistar com sua coalizão entre 61 e 62 dos 120 assentos do Knesset, como se chama a casa legislativa israelense.

Essas primeiras pesquisas de boca de urna podem diferir do resultado final da eleição, que só deve ser conhecido até o final da semana, mas já se pode notar que a direita saiu mais fortalecida do que se previa.

Yair Lapid e Benjamin Netanyahu em Tel Aviv — Foto: Miriam Alster/Reuters 2 de 2 Yair Lapid e Benjamin Netanyahu em Tel Aviv — Foto: Miriam Alster/Reuters

Yair Lapid e Benjamin Netanyahu em Tel Aviv — Foto: Miriam Alster/Reuters

A campanha foi marcada pelo estilo incendiário do líder de direita Itamar Ben-Gvir e seu bloco ultranacionalista Sionismo Religioso, que provavelmente será o terceiro maior partido com 15 cadeiras no parlamento.

A segurança nas ruas e a alta dos preços encabeçaram a lista de preocupações dos eleitores na campanha.

O principal concorrente do ex-líder israelense é o partido centrista Yesh Atid, do atual primeiro-ministro, Yair Lapid.

Nesta eleição, Netanyahu, que governou por 12 anos antes de ser deposto no ano passado, pediu aos eleitores uma outra chance, mesmo que ele esteja sendo julgado por acusações de corrupção. Já Lapid esperava que seu mandato como chefe de um governo provisório tivesse mostrado aos eleitores que alguém além de Netanyahu poderia liderar o país.

Para garantir a maioria necessária (61 assentos), os candidatos precisam realizar alianças com partidos políticos menores. Se nenhum deles for bem-sucedido, Israel poderá em breve enfrentar outra eleição.

Abaixo, entenda por que Israel precisou organizar tantas eleições em um curto período de tempo.

Benjamin Netanyahu era o primeiro-ministro de Israel desde 2009. Em 2023, sem uma maioria no Parlamento, ele precisou antecipar as eleições gerais. Ele esperava se manter no poder.

Em 9 de abril daquele ano houve uma votação, mas, na prática, nenhum grupo conseguiu uma maioria significativa no Parlamento.

Naquelas eleições, o principal adversário foi Benny Gantz, que liderava uma frente política chamada Azul e Branco. Netanyahu é o líder do Likud.

Houve um empate: as duas frente conseguiram eleger 35 parlamentares cada.

Esse Parlamento não durou muito: no fim de maio, sem que ninguém conseguisse formar coalização, os deputados votaram para dissolver o Parlamento e convocar uma nova eleição.

Em 17 de setembro de 2023 aconteceu a segunda votação daquele ano. Novamente, as duas forças políticas (Azul e Branco de um lado, Likud de outro) empataram no número de parlamentares.

Só que pouco tempo depois disso, em novembro, houve uma novidade: Netanyahu, o político de maior projeção em Israel, foi acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança pelo procurador-geral de Israel.

Em 11 de dezembro, os deputados votam novamente para dissolver o Parlamento e convocar novas eleições.

Em 2 de março de 2023, houve uma nova votação. O Likud recebe 36 cadeiras, e o Azul e Branco, 33.

Apesar da vitória do Likud, foi o Azul e Branco que recebeu um pedido para formar governo —isso porque o Azul e Branco conseguiu mais apoio de outros partidos no Parlamento.

Não deu certo: o Azul e Branco precisava reunir o apoio de 61 deputados.

O Parlamento não foi dissolvido imediatamente porque, naquele momento, Israel e o mundo enfrentavam o auge da epidemia do coronavírus. Gantz, do Azul e Branco, e Netanyahu, formaram um "governo de unidade e emergência".

A ideia era fazer uma espécie de rodízio: o governo teria duração de três anos; Netanyahu iria liderar durante os primeiros 18 meses, e depois passaria o poder a Gantz.

Em maio, Netanyahu assume a tarefa de formar o governo de unidade. O Parlamento concede sua confiança em 17 de maio.

Não deu certo.

Em 23 de dezembro, os parlamentares reprovaram um orçamento, o Parlamento é dissolvido novamente, levando a novas eleições.

Em 23 de março de 2023, os israelenses foram às urnas para a quarta eleição legislativa em dois anos. O Likud consegue 30 cadeiras, seguido pela formação Yesh Atid ("Há um Futuro"), do rival centrista Yair Lapid, com 17.

Netanyahu, no entanto, não consegue formar um governo. Lapid, o líder do Há um Futuro, recebe a missão de tentar formar um governo.

Em 30 de maio, o líder do partido de direita radical Yamina, Naftali Bennett, anunciou sua intenção de se juntar ao campo de Lapid, que conseguiu formar uma coalizão heterogênea que ia da direita à esquerda, incluindo um partido árabe, algo inédito.

Em 13 de junho, Benjamin Netanyahu, no poder há 15 anos, os últimos 12 ininterruptamente, é deposto do poder após uma moção de desconfiança no Parlamento aprovada pela nova coalizão.

De acordo com o acordo de rotação à frente do governo, Naftali Bennett se torna primeiro-ministro e Yair assume como ministro das Relações Exteriores.

Em 4 de novembro, o Parlamento adota o orçamento para 2023, o primeiro votado em três anos. No dia seguinte, é adotado, em uma vitória chave para a coalizão.

A coalizão perdeu a maioria com a saída de um deputado do partido de Bennett. Em 20 de junho, Bennett e Lapid anunciaram a dissolução do Parlamento.

Yair Lapid ocupa o cargo de primeiro-ministro até a eleição marcada para 1º de novembro. Naftali Bennett anuncia que não se candidatará.

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