PM vai afastar policiais envolvidos em morte de fisiculturista em SP; Ouvidoria irá investigar caso

A Ouvidoria da Polícia Militar vai investigar os cinco policiais que estavam presentes na morte do fisiculturista Reinaldo Armando Vettilo Junior, de 39 anos.

Reinaldo morreu depois de ser imobilizado pelos PMs. Imagens gravadas por celulares de testemunhas mostram um dos PMs estrangulando a vítima com o joelho. Isso contraria a versão apresentada pelos policiais no boletim de ocorrência, de que o fisiculturista teria morrido depois de um disparo de arma de eletrochoque. A família diz que os PMs cometeram excessos.

1 de 2 Fisioculturista morre após ser imobilizado por PMs — Foto: Reprodução/TV Globo

Fisioculturista morre após ser imobilizado por PMs — Foto: Reprodução/TV Globo

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou também nesta terça que a PM decidiu afastar os cinco policiais envolvidos no caso. A pasta solicitou também as gravações feitas pelas câmeras dos uniformes dos agentes.

O ouvidor da PM, Elizeu Soares Lopes, informou ainda que pediu para que a Corregedoria da PM, o DHPP e o Ministério Público apurem o caso. Ele quer entender em quais circunstâncias Reinaldo morreu.

Testemunhas contaram que os PMs foram chamados para a ocorrência no condomínio da Vila Andrade, na noite do último sábado (29). Contaram ainda que o fisiculturista foi atingido por uma arma de choque elétrico e que o homem morreu depois que um dos policiais pressionou o joelho sobre o pescoço dele.

Segundo o irmão da vítima, Fábio Henrique Vettilo, “no momento em que ele estava encurralado, um policial atirou, deu um primeiro tiro de choque de taser nele. Ele gritou muito, um outro atirou novamente, ele começou a gritar de dor e, nesse momento, ele tentou correr. Aí ele tomou o terceiro tiro de taser e caiu. Já naquele momento os policiais foram todos em cima dele”.

A família disse que foi informada pelo médico do Hospital do Campo Limpo, para onde Júnior foi socorrido, que ele morreu por asfixia mecânica, mas o laudo oficial do Instituto Médico Legal (IML) diz que a causa da morte ainda precisa ser esclarecida.

A SSP explicou que as imagens das câmeras dos policiais ficam em um banco de dados e são acessadas quando necessário. Além disso, afirmou que pediu exame necroscópico do fisiculturista e a perícia das armas usadas na ocorrência. A PM também abriu uma investigação interna para apurar o caso. A TV Globo questionou se os oficiais envolvidos foram afastados, mas, até a última atualização desta reportagem, não houve resposta.

De acordo com o boletim de ocorrência, Reinaldo Armando Vettilo Junior morava com a namorada em um apartamento. Os dois se envolveram em uma briga, e ele a colocou para fora do imóvel vestindo apenas calcinha e sutiã.

Os vizinhos que estavam no salão de festas viram a situação e tentaram conter Reinaldo. A polícia foi chamada, e imagens de celular mostram os policiais militares chegando.

No vídeo, é possível ver que dois agentes apontaram a arma para o fisiculturista, que colocou a mão na cabeça. Depois, um deles foi para cima do homem e o imobilizou. Um dos PMs pressionou o joelho sobre o pescoço dele. Em determinado momento, o homem parou de responder.

A família diz que foi informada pelo médico do Hospital do Campo Limpo que Reinaldo morreu por asfixia mecânica. Mas o laudo oficial diz que a causa da morte ainda precisa ser esclarecida.

No boletim de ocorrência, consta que um policial atirou nele com uma arma de choque, uma pistola taser, que não foi suficiente pra contê-lo e que outros disparos foram feitos.

Consta também que "os policiais militares faziam uso de câmeras corporais, que não foram apresentadas para que as imagens fossem analisadas".

2 de 2 PMs são acionados para ocorrência de briga, e homem morre em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

PMs são acionados para ocorrência de briga, e homem morre em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

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