Dólar fecha em leve alta depois de Fed elevar os juros nos EUA
Dólar opera em baixa nesta quarta-feira — Foto: Alexander Mils/Pexels
Na volta do feriado de Dia de Finados, o dólar fechou em leve alta com investidores repercutindo a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que elevou as taxas de juros nos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, a um patamar entre 3,75% e 4,00% ao ano, o maior nível desde 2008.
A moeda norte-americana subiu 0,13%, cotada a R$ 5,1253. Veja mais cotações.
Na terça-feira, último pregão antes do feriado, o dólar caiu 0,91%, cotada a R$ 5,1186. 💥️Com o resultado, a moeda acumulou queda de 3,31% na semana, de 0,78% no mês e de 8,06% no ano frente ao real.
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O motivo para a desvalorização do real ante o dólar neste pregão vem do exterior. Na quarta-feira (2), o Fed elevou seus juros, conforme era amplamente esperado pelo mercado.
Em comunicado enviado pela instituição e coletiva de imprensa realizada pelo presidente do Fed, Jerome Powell, o banco informou que os próximos meses devem contar com novas altas nos juros, mas em um ritmo menor. Entretanto, esses aumentos devem continuar por mais tempo do que era esperado, já que o Fed enxerga "riscos em cortes prematuros", explicam analistas do BTG Pactual.
Com o período de elevação das taxas americanas mais longo, os títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, passam a entregar retornos mais atrativos para os investidores. Assim, o dinheiro que poderia ser investido em ativos de risco, como o real, migram para os títulos americanos, beneficiando a cotação do dólar frente outras moedas.
Os juros também subiram no Reino Unido. Pela manhã, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) elevou suas taxas, por decisão unânime, em 0,75 ponto percentual, a 3% ao ano, como forma de combate à inflação.
Ainda na Europa, a Eurostat informou que o desemprego na zona do euro caiu de 6,7% para 6,6% em setembro, menor nível desde o início da série histórica, em 1998.
No cenário interno, as atenções permanecem voltadas ao cenário pós-eleitoral. Os investidores seguem especulando sobre quem deve ser o ministro da Economia escolhido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
"O mercado gostaria com certeza de ter claridade sobre quem vai ser (o Ministro da Fazenda). Até porque a escolha do ministro por si só já é uma sinalização importante de que o que quer que venha a substituir o teto de gastos possa ser razoavelmente crível e sustentável", disse à Reuters o economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel.
Ajudam a tranquilizar os mercados os recentes acenos de Lula em relação à responsabilidade fiscal, com o petista dizendo que isso faz parte de sua agenda, disse Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Grupo Travelex Confidence, bem como a eleição, no primeiro turno, de um Congresso moderado e alinhado a pautas liberais.
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), encontrou-se nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, no que foi a primeira reunião para tratar da transição para o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alckmin foi escolhido por Lula para coordenar a equipe de transição. Ciro, por sua vez, chefia os trabalhos pelo lado do governo Bolsonaro.
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