Prova moderna, contextualizada e exigente: veja as análises dos cursinhos sobre a 1ª fase da Unicamp 2023

Candidatos realizam a prova da 1ª fase do Vestibular da Unicamp 2023 — Foto: Leandro Ferreira 1 de 5 Candidatos realizam a prova da 1ª fase do Vestibular da Unicamp 2023 — Foto: Leandro Ferreira

Candidatos realizam a prova da 1ª fase do Vestibular da Unicamp 2023 — Foto: Leandro Ferreira

Diretores e professores de cursinhos da região de Campinas (SP) ressaltaram o caráter atual da primeira fase da Unicamp e destacaram que a prova aplicada neste domingo (6) foi exigente, com questões modernas e textos longos.

Para o diretor do curso Anglo, Sérgio Paganim, a prova foi moderna, contextualizada e rica em gêneros textuais, mas sem deixar de cobrar assuntos tradicionais do ensino médio, como funções, extrativismo, independência do brasil e reservas na Amazônia.

“Mas existe um grupo de questões que têm uma contextualização mais moderna, vamos dizer assim, mais social. Várias questões com pano de fundo de saúde pública, questões ligadas à Covid, aos manicômios no Brasil... questões ligadas à Cracolândia e ao HPV”.

Já sobre as questões mais modernas, Paganim cita assuntos como o cristianismo nas comunidades periféricas, datacenter e globalização, os imigrantes e a xenofobia, porte de armas e massacres nos Estados Unidos e até selfie e tweets como linguagens.

O diretor deu destaque especial a uma questão de química que aliou tabela periódica e poesia.

Coordenador do Curso Etapa, Edmilson Motta avaliou que a prova foi exigente e conseguiu trazer temas atuais em todas as disciplinas.

“Já era esperada uma prova exigente, a gente tem uma prova de 72 testes para cinco horas. É bastante tempo, então esse tempo a mais vai ser cobrado de alguma maneira. E realmente no ano passado aconteceu isso e nesse ano de novo, ele foi cobrado com uma prova mais exigente”.

“Mas que também tem outros aspectos que vão além da exigência, que é uma atualização, uma profundidade que realmente a Unicamp tem sido inovadora, tem sido em certa medida a frente dos outros exames no que se refere a isso”.

Para exemplificar, Motta lembrou das questões de geografia, biologia e química – nesta última, o fato dos gráficos apresentados terem sido extraídos de pesquisas, e não de livros didáticos tradicionais.

O coordenador do Poliedro Campinas, Vitor Ricci, reforçou o caráter político-social da primeira fase. “A Unicamp gosta de trazer esses assuntos do cotidiano para sua prova. Então a gente teve questão envolvendo transfeminismo, resistência à ditadura, cristianismo em regiões mais periféricas”.

“Então são aqueles temas do cotidiano para aquele aluno, aquele vestibulando que está atualizado, ligado no que está acontecendo poder identificar os assuntos durante a prova”, disse Ricci.

Apesar da característica marcante sobre as atualidades na prova, o professor pontua que a Unicamp não deixa de abordar temas tradicionais para a Unicamp.

Ricci também afirmou que a prova de matemática foi mais difícil e abstrata que nos anos anteriores. “A gente tinha questões mais trabalhosas”, resumiu. Por outro lado, a prova de física teve questões mais curtas.

O diretor pedagógico do curso pré-vestibular Oficina do Estudante, Anderson Rodrigues, considerou que a prova teve nível médio e foi parecida com a de edições anteriores, exceto para a disciplina de física, que chamou atenção.

"Costumava aparecer muitas tabelas, gráficos, nesta prova foi aplicação direta de fórmula", explicou ao destacar que, por outro lado, estes elementos foram verificados na a prova de química.

Durante a análise, considerou que o conteúdo de biologia foi um pouco mais complexo.

Candidatos realizam a prova da 1ª fase do Vestibular da Unicamp 2023 — Foto: Leandro Ferreira/g1 2 de 5 Candidatos realizam a prova da 1ª fase do Vestibular da Unicamp 2023 — Foto: Leandro Ferreira/g1

Candidatos realizam a prova da 1ª fase do Vestibular da Unicamp 2023 — Foto: Leandro Ferreira/g1

A Unicamp encerrou a 1ª fase do vestibular 2023 com abstenção de 💥️8,14%, índice superior aos 7,7% verificados na edição anterior, segundo a comissão que organiza a prova (Comvest). Nesta tarde, a universidade estadual avaliou 💥️56.611 dos 61.626 candidatos inscritos O diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto, destacou que não houve registro de incidentes.

Embora o índice de abstenção seja superior ao verificado no processo seletivo anterior, a comissão ressaltou que o percentual, em vestibulares passados, só havia sido inferior em 2015. A prova foi aplicada em 36 cidades de seis estados - confira a quantidade de ausentes em cada uma.

O exame foi aplicado em 36 cidades de seis estados. O menor índice de abstenção, de 💥️4,96%, foi verificado em Indaiatuba (SP), enquanto o maior, de 💥️23,08%, ocorreu em Fortaleza (CE). Segundo a Comvest, a Universidade Estadual do Ceará marcou o vestibular para o mesmo dia, e a Unicamp já havia divulgado o cronograma dela, de forma conjunta com outras instituições de São Paulo. A expectativa da Comvest é de que em próximas edições seja feito um alinhamento de datas.

Em Campinas, onde fica o principal campus da Unicamp, a abstenção foi de💥️ 9,59%. A universidade registrou nesta tarde 💥️8.658 candidatos presentes e 💥️918 ausentes.

A Unicamp manteve a tradição de estabelecer diálogos entre conteúdos do ensino médio e assuntos em destaque no cotidiano na 1ª fase do Vestibular 2023 ao abordar temas como transfeminismo, a presença do cristianismo em comunidades periféricas e o uso de selfies e linguagens da internet como recursos de comunicação. Confira aqui a lista de assuntos e a repercussão com estudantes.

O diretor da Comvest, — Foto: Rafael Smaira/g1 3 de 5 O diretor da Comvest, — Foto: Rafael Smaira/g1

O diretor da Comvest, — Foto: Rafael Smaira/g1

Freitas Neto ponderou que a prova foi elaborada com objetivo de ressaltar conhecimentos científicos, produções literárias e domínio sobre linguagens. Ele mencionou que é necessário estabelecer conexões entre conteúdos das escolas e os assuntos do momento, incluindo a forma interdisciplinar.

O exame também percorreu assuntos como resistência à ditadura no Brasil, pandemia, a saúde mental - uso de manicômios e hospícios no país, reservas extrativistas e Amazônia, além do uso de armas.

A coordenadora acadêmica da Comvest, Márcia Mendonça, frisou que a Unicamp elaborou questões com propósito de abordar todas as áreas de conhecimento, incluindo a contemporaneidade, e frisou caráter interdisciplinar das questões, conforme exigência da formação acadêmica na universidade.

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Candidatos realizam a prova da 1ª fase do Vestibular da Unicamp 2023 — Foto: Leandro Ferreira

Questionada sobre estudantes terem relatado cansaço por conta da extensão dos textos apresentados no vestibular, a Comves rebateu que o tempo foi suficiente e a prova apresenta 18 questões a menos do que outros processos seletivos que permitem cinco horas para resolução.

"Eu entendo a queixa do estudante, são cinco horas de exame, mas é uma prova equilibrada [...] Nenhum candidato foi impedido de terminar por causa do tempo", falou o diretor da comissão.

A avaliação seguiu o modelo da edição anterior do vestibular e teve 72 questões de múltipla escolha resolvidas pelos candidatos no período de cinco horas. O exame foi aplicado em 31 cidades de São Paulo, além de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Salvador (BA).

A lista de convocados para a 2ª fase do vestibular será divulgada em 3 de dezembro, informou a Comvest. Já as próximas provas do processo seletivo serão nos dias 11 e 12 - período em meio à realização da Copa do Mundo no Catar, entre 21 de novembro e 18 de dezembro. O calendário foi definido de maneira conjunta entre responsáveis pelos vestibulares das universidades públicas de São Paulo, para evitar que datas coincidam e ainda facilitar a participação de candidatos nos exames.

A primeira lista de aprovados será divulgada em fevereiro de 2023, com matrícula on-line entre os dias 7 e 9. O semestre letivo começa no mês de março e a Unicamp prevê até oito chamadas.

A sede da Comvest, na Unicamp — Foto: Rafael Smaira/g1 5 de 5 A sede da Comvest, na Unicamp — Foto: Rafael Smaira/g1

A sede da Comvest, na Unicamp — Foto: Rafael Smaira/g1

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