Família de mulher que morreu após cair de ônibus luta por justiça; outros dois casos ocorreram em menos de uma semana
Malu morreu após ser jogada para fora de um ônibus em uma curva no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo pessoal
Os dois casos de pessoas que morreram após caírem de ônibus no Rio de Janeiro trazem para a engenheira 💥️Adriana Vianna uma sensação de tragédia que poderia ter sido evitada. Há pouco mais de um mês, a irmã dela, a secretária-executiva 💥️Marluce Rodrigues da Silva, a 💥️Malu, de 34 anos, atirada de um coletivo no dia 28 de setembro na Rua Teles, em Campinho. O caso aconteceu antes das mortes de 💥️Charles da Conceição, na última terça-feira (1º), e de 💥️Maria da Glória, dois dias depois.
“Eu estou lutando por justiça para que não aconteça com mais pessoas”, disse Adriana.
Ela conta que, no dia 28 de setembro, Malu pegou um ônibus da linha 371 (Praça Seca-Praça da República), da 💥️Viação Novacap, para ir trabalhar. Testemunhas contaram que o veículo estava bem cheio, como costumava acontecer.
Em uma curva mais brusca, na Rua Teles, os passageiros foram empurrados em direção ao acesso de deficientes. A porta se abriu, e Malu foi atirada para fora. Ao cair, ela bateu com a cabeça.
Por meio de nota, a Viação Novacap afirmou que lamenta profundamente o acidente o ocorrido e iniciou procedimentos internos para a apuração das responsabilidades sobre o caso, enquanto aguarda a conclusão da investigação policial.
O acidente aconteceu por volta das 7h20. Testemunhas contaram para a família que Malu foi socorrida por uma ambulância que estava próxima e levada para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte do Rio.
Em um dos registros feitos sobre o caso, o motorista do ônibus afirma que parou o veículo imediatamente e prestou socorro para a passageira.
Adriana conta que Malu foi levada para a UTI da unidade de saúde, em estado muito grave. No dia 30 de setembro, foi declarada a morte cerebral.
No atestado de óbito de Malu, a causa da morte é traumatismo craniano com hemorragia.
2 de 3 Malu morreu após ser jogada para fora de um ônibus em uma curva no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo pessoal
Malu morreu após ser jogada para fora de um ônibus em uma curva no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo pessoal
Os órgãos de Malu foram doados porque era um desejo que a secretária já tinha manifestado.
Segundo Adriana, a Novacap, responsável pelo veículo, não prestou nenhum tipo de auxílio durante este o período que Malu ficou internada.
“Um descaso danado. Desde o primeiro dia eu liguei para dar assistência. Nem no hospital eles foram”, disse a irmã da vítima.
Mais de um mês depois do acidente que vitimou a irmã, Adriana fez o percurso tentando entender o que aconteceu.
“Eu saltei no lugar onde ela caiu. Eu quero entender o que aconteceu. Porque eu nunca tinha visto aquilo”, contou a irmã.
3 de 3 Malu e a irmã, Adriana, que busca justiça pela morte da jovem que morreu depois de cair de um ônibus no Rio — Foto: Arquivo pessoalMalu e a irmã, Adriana, que busca justiça pela morte da jovem que morreu depois de cair de um ônibus no Rio — Foto: Arquivo pessoal
A morte de Malu veio em um momento que a família estava em luto por uma outra perda. Em março, a mãe de Adriana e Malu já havia morrido.
Malu era secretária-executiva no Hospital Gaffrée e Guinle e estava cursando a terceira pós-graduação. A última postagem dela nas redes sociais, inclusive, foi uma homenagem para a mãe.
"Hoje, sempre e pra sempre será o seu dia! Nosso anjo, continue olhando por nós. Te amo, mãe!", disse Malu.
Outros dois casos de queda de ônibus foram registrados nos últimos dias.
“Se não tiver punição, vai acontecer de novo. Vai acontecer com outras pessoas. Ela era nova, queria casar e ter filhos. Estava estudando e tinha um trabalho bom”, disse a irmã de Malu.
Na terça, Charles da Conceição morreu depois de cair de um ônibus lotado e em movimento no Centro do Rio. Ele estava próximo da porta do coletivo e caiu depois de uma curva fechada feita pelo motorista.
O passageiro estava na linha Troncal 7 (Central-Cosme Velho). A 6ª DP (Cidade Nova) investiga o caso. Em depoimento, o motorista do coletivo disse que a porta estava com defeito e ônibus estava muito cheio.
Dois dias depois, Maria da Glória, uma idosa cadeirante de 69 anos, também morreu após ser arremessada para fora de um ônibus em movimento em Vila Valqueire, na Zona Oeste da capital fluminense.
A mulher pegou um ônibus da linha 783, que faz o trajeto entre Marechal Hermes e Praça Seca e, em uma curva, a porta se abriu e ela caiu do ônibus. Ela deixa três filhos, cinco netos, um bisneto e um genro.
O g1 entrou em contato com a Polícia Civil e a RioÔnibus, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
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