Inadimplência volta a ser recorde; veja dicas para renegociar dívidas e limpar seu nome
O segmento de bancos e cartões é o responsável pela maioria das dívidas dos brasileiros. — Foto: Divulgação Bahamas
O volume de famílias com contas atrasadas no país voltou a subir em outubro e atingiu a maior taxa anual em seis anos. Segundo dados apurados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias inadimplentes atingiu 30,3% no mês – um aumento de 0,3 ponto percentual na comparação mensal e de 4,6 p.p. na relação com igual período de 2023.
O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) também apresentou uma piora no quadro anual.
Segundo a pesquisa, a proporção de endividados atingiu 79,2% no mês passado – em outubro de 2023, essa taxa estava em 74,6%. Na relação mensal, por sua vez, houve uma queda de 0,1 ponto.
Este cenário geralmente leva os devedores a uma bola de neve, em que uma dívida puxa a outra e os leva a terem seus "nomes sujos" – o que significa ter o Cadastro de Pessoa Física (CPF) inscrito em um banco de dados de restrição ao crédito, como Serasa e SPC.
Com o CPF negativado, a pessoa tem dificuldade em conseguir crédito, e com isso, pode não conseguir comprar um produto a prazo, fazer um financiamento de imóvel ou até mesmo obter um cartão de crédito.
Antes de ter o CPF negativado, geralmente o consumidor recebe um comunicado da loja ou banco. A empresa também manda aviso de dívida para as entidades de proteção ao crédito (como Serasa, ou SPC Brasil), que enviam uma correspondência ao consumidor, alertando que seu nome será incluído no cadastro de inadimplentes, caso não quite o débito.
2 de 3 Comunicados de entidades de proteção ao crédito alertam para débitos. — Foto: Ely Venâncio/EPTVComunicados de entidades de proteção ao crédito alertam para débitos. — Foto: Ely Venâncio/EPTV
Algumas pessoas têm dúvidas se já estão num cadastro de inadimplentes com CPF negativado. O Serasa, Boa Vista SCPC e SPC Brasil são três dos principais órgãos de proteção ao crédito no país. Cada um deles possui informações sobre determinadas empresas. Isso quer dizer que, mesmo que você esteja regular em um deles, pode estar negativado em outro.
💥️Confira abaixo como checar gratuitamente se está com nome sujo. Para as consultas por site ou aplicativos, é necessário um cadastro prévio.
💥️Serasa
site da Serasa;Pelo aplicativo para celular - disponível para download na Google Play e na Apple Store;Por telefone, pelo número 0800 591 1222.
💥️Boa Vista SCPC
site do Boa Vista SCPC;Pelo aplicativo para celular - disponível para download na Google Play e na Apple Store.
💥️SPC Brasil
site do SPC Brasil;Pelo aplicativo para celular - disponível para download na Google Play e na Apple Store.
Com o nome incluído em um cadastro de proteção ao crédito, o consumidor dificilmente conseguirá ter acesso a crédito no mercado. Portanto, 💥️uma vez com o nome sujo, é preciso regularizar a situação.
A primeira coisa a fazer é checar se a dívida é devida – se foi feito negócio com a empresa que negativou o nome ou se o pagamento, de fato, não foi efetuado.
Se a pessoa não fez nenhum contrato de acordo com a empresa que enviou seu CPF para o cadastro de restrição ao crédito, são grandes as chances de que ela tenha sido vítima de uma fraude, ou seja, alguém utilizou seus dados para ter acesso a crédito no mercado.
💥️Neste caso, é preciso entrar em contato com a empresa para informar o ocorrido e solicitar a exclusão do cadastro. O consumidor também pode acionar órgãos de defesa ao consumidor, bem como entrar em contato diretamente com a gestora do banco de dados. Ela também pode ingressar com uma ação judicial para pedir a regularização de seu cadastro e cobrar indenização por dano moral.
Se a pessoa de fato fez negócio com a empresa responsável pela restrição de seu nome ao crédito, mas não reconhece a dívida por já tê-la pago, 💥️terá que comprovar o pagamento do débito. Para isso, deverá entrar em contato com a empresa, comunicar o pagamento e solicitar a exclusão de seu nome.
Quando a pessoa reconhece a dívida, no entanto, precisa negociar. Em caso de parcelamento da dívida, a retirada do CPF do cadastro deve ser feita logo após o pagamento da primeira parcela.
Um dos caminhos para limpar seu nome é o pagamento da dívida para regularização do débito. O consumidor pode 💥️procurar diretamente os estabelecimentos que estão devendo para fazer a negociação.
Um outro caminho é utilizar serviços, como o Serasa Limpa Nome, que teve início no último dia 1º e segue até o dia 5 de dezembro. Entre as novidades desta edição estão a possibilidade do pagamento via PIX, baixa da negativação em até 24 horas e descontos que podem chegar a 99% do valor das dívidas. Essas negociações podem ser feitas pelos canais digitais da Serasa:
feiraolimpanome.com.br;Pelo aplicativo Serasa, disponível para download no Google Play e App Store ;Pelo telefone 0800 591 1222 ;Pelo WhatsApp 11 99575-2096.
3 de 3 Tenda do Feirão Limpa Nome da Serasa, no Largo da Batata, Zona Oeste da cidade de São Paulo. — Foto: GloboNews/ReproduçãoTenda do Feirão Limpa Nome da Serasa, no Largo da Batata, Zona Oeste da cidade de São Paulo. — Foto: GloboNews/Reprodução
Também é possível realizar a consulta e a negociação das dívidas presencialmente nas mais de 6 mil agências dos Correios distribuídas pelo país que oferecem as mesmas condições, porém, é preciso pagar uma taxa de R$ 3,60. Para conferir mais informações, clique aqui.
Órgãos como o Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e Procons de todo o país costumam realizar feirões - inclusive online - com o intuito de promover a negociação dos consumidores com instituições. O Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira começou no dia 1º e segue até o final do mês.
Para participar da campanha o interessado deve acessar a página do mutirão na internet. Nela, é possível encontrar orientações sobre como organizar as suas finanças e conseguir negociar a dívida em atraso, além de ter acesso aos canais diretos dos bancos e acesso à plataforma de mediação ConsumidorGovBr, sistema criado pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) que conta com a adesão de mais de 160 instituições financeiras. O banco tem o prazo de 10 dias para analisar a solicitação e apresentar uma proposta.
O Procon-SP, inclusive, mantém o Programa de Apoio ao Superendividado (PAS - clique aqui para ver como recorrer ao serviço) com o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), que tem como objetivo auxiliar os consumidores superendividados, orientando e promovendo a renegociação de dívidas com os seus credores.
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