Segundo dia de julgamento de Flordelis tem depoimentos de filhos e mal-estar da ex-deputada

Réus: Marzy Teixeira, ao fundo, Rayane dos Santos, Simone dos Santos (de óculos). À frente, Flordelis e o filho André Luiz — Foto: Brunno Dantas/TJRJ 1 de 4 Réus: Marzy Teixeira, ao fundo, Rayane dos Santos, Simone dos Santos (de óculos). À frente, Flordelis e o filho André Luiz — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Réus: Marzy Teixeira, ao fundo, Rayane dos Santos, Simone dos Santos (de óculos). À frente, Flordelis e o filho André Luiz — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

O segundo dia de julgamento da ex-deputada federal Flordelis, acusada de ser a mandante da morte do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, também teve duração de mais de 11 horas e contou com o depoimento de três testemunhas na terça-feira (8), no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

A expectativa para este segundo dia de julgamento era ouvir boa parte das nove testemunhas de acusação, convocadas pelo Ministério Público, mas apenas uma da assistência de acusação e outras duas do MP foram entrevistadas.

Além da ex-parlamentar, outros quatros réus estão sendo julgados: a filha biológica de Flordelis Simone dos Santos, a neta Rayane dos Santos e os filhos adotivos André Luiz e Marzy Teixeira.

A morte de Anderson do Carmo ocorreu na noite de 16 de junho de 2023. O pastor foi morto, com mais de 30 tiros, na garagem da casa onde morava com a família, em Pendotiba, Niterói.

Flordelis e Anderson do Carmo — Foto: TV Globo 2 de 4 Flordelis e Anderson do Carmo — Foto: TV Globo

Flordelis e Anderson do Carmo — Foto: TV Globo

O segundo dia de julgamento começou com mais de uma hora de atraso porque André Luiz, um dos réus, não foi listado para a tranferência até o fórum pela 💥️Secretaria de Administração Penitenciária, o que fez com que o processo demorasse mais do que o previsto.

Após a chegada o réu, a sessão começou com a oitiva do inspetor Tiago Vaz de Souza, que foi convocado pela assistência de acusação, exercida pelo advogado Angelo Máximo.

Na sequência foi ouvida a primeira testemunha da acusação no dia, e quarta da lista de convocados.

Alexsander Felipe Matos Mendes, filho afetivo de Flordelis, que também era chamado de Luan no núcleo familiar da ex-deputada, pediu para ser ouvido sem a presença dos réus, o que foi feito por videoconferência.

Ele começou seu relato fazendo um panorama da casa da pastora.

Ele também falou de suas impressões assim que o pastor Anderson do Carmo morreu. Alexsander disse que foi até a casa da família em Niterói após o enterro, e contou que, Flordelis disse, abrindo os braços:

A segunda testemunha da acusação, terceira do dia, foi Wagner Andrade Pimenta, também filho afetivo da ex-deputada. Ele também pediu para ser ouvido por videoconferência.

Como era da primeira geração dos filhos afetivos de Flordelis, Wagner contou como chegou à casa da pastora, de sua convivência com Anderson de Carmo - que inicialmente era filho afetivo da ex-parlamentar -, e como ele foi alçado ao posto de namorado da pastora com 16, 17 anos.

Depois, Wagner - que também era conhecido como Misael no núcleo familiar da pastora -, falou sobre alguns rituais que presenciou na casa, inclusive da renomeação dos seus membros.

O segundo dia de julgamento também foi marcado por alguns atendimentos médicos. Na parte da manhã, Simone dos Santos, ré e filha biológica de Flordelis, pediu medicação para dor de cabeça.

Na parte da tarde, pouco depois do início do depoimento de Wagner Pimenta, Flordelis deixou o plenário para atendimento médico.

A ex-deputada teve um mal-estar, vomitou, mas conseguiu voltar a para o fim do depoimento.

Ao fim da sessão, o advogado de Flordelis comentou o episódio (💥) e disse que mesmo não estando bem, ela fez questão de voltar: "Ela não quis parecer que estava fugindo", disse Rodrigo Faucz.

Ele também disse estar ansioso para o início dos depoimentos das testemunhas de defesa, o que acredita que deve começar nesta quarta-feira (9).

"Vamos poder ouvir o outro lado também", disse ele acrescentando que se todos se ativerem às provas técnicas, seus clientes seriam inocentados.

No primeiro dia de julgamento, na segunda-feira (7), Flordelis chegou ao Fórum de Niterói por volta das 8h. No banco dos réus, a missionária chorava muito — sobretudo quando viu parentes na plateia.

A primeira testemunha a ser ouvida no julgamento foi a delegada 💥️Bárbara Lomba, responsável por parte do inquérito que investigou a morte de Anderson do Carmo.

O delegado 💥️Allan Duarte Lacerda, que concluiu as investigações como titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHSG), foi o segundo a depor.

Flordelis durante o primeiro dia de júri — Foto: Brunno Dantas/TJRJ 3 de 4 Flordelis durante o primeiro dia de júri — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Flordelis durante o primeiro dia de júri — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Ele narrou algumas supostas tentativas de envenenamento malsucedidas e que teriam sido promovidas por 💥️Marzy Teixeira, filha adotiva de Flordelis. Contou também que houve uma tentativa de contratação de pistoleiros para executar o pastor.

A terceira testemunha a ser ouvida foi 💥️Regiane Ramos Cupti. Ela é ex-patroa de Lucas César dos Santos, um dos filhos adotivos de Flordelis também envolvido no crime e já julgado.

Regiane contou como conheceu Lucas e acabou criando laços com ele, que tinha pena do jovem porque sempre andava sujo e maltrapilho e, que após contratá-lo para trabalhar em sua oficina, começou a saber o que acontecia na casa da ex-deputada federal.

Filho afetivo de Flordelis, Lucas Cezar dos Santos de Souza prestou depoimento no Conselho de Ética e Decoro que cassou a parlamentar — Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados 4 de 4 Filho afetivo de Flordelis, Lucas Cezar dos Santos de Souza prestou depoimento no Conselho de Ética e Decoro que cassou a parlamentar — Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Filho afetivo de Flordelis, Lucas Cezar dos Santos de Souza prestou depoimento no Conselho de Ética e Decoro que cassou a parlamentar — Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Uma dessas dinâmicas, segundo a testemunha, era a dos filhos preferidos, os “privilegiados”, que tinham roupas, comida e não trabalhavam na casa da ex-parlamentar, e os dos 💥️“escravos”, que trabalhavam, não tinha acesso à comida ou a uma de qualidade inferior e eram maltratados por Flordelis.

Entre os maus-tratos narrados pela testemunha, haveria ainda um 💥️taco de beiseball na casa que era usado para ameaçar os filhos que não obedecessem às ordens.

Lucas pertenceria a esse segundo grupo e, segundo relato de Regiane, começou a ser procurado por Flordelis e mais bem tratado para “matar o pastor ou arrumar alguém para matar”.

Regiane também citou que sofreu uma tentativa de atropelamento feita por uma das netas de Flordelis, e que a diretora 💥️Mariana Jaspe estava no local presenciado tudo.

As defesas dos réus exigiram a convocação de Mariana, que estava no plenário, o que acabou sendo acatado pela juíza Nearis Arce.

No local, Mariana contou que estava no carro com Rafaela, neta de Flordelis, gravando e que a mesma disse que teria que parar comprar mantimentos para levar para a visita da mãe. Ela concordou, e olhava pela lente da câmera quando viu Rafaela parar e com cara de assustada, sem, no entanto, fazer qualquer movimento brusco com o carro. À frente, na faixa de pedestre estaria Regiane.

Ao final, 💥️Mariáh Soares da Paixão, uma das promotoras do caso, dispensou a testemunha.

Antes da sessão, houve o sorteio dos jurados. Entre os 30 pré-escolhidos, foram 💥️sorteados sete: quatro homens e três mulheres, que vão acompanhar o julgamento e definir o destino dos réus.

O julgamento tem previsão de durar três dias. Neles, serão ouvidos, ao todo, mais de 30 testemunhas – entre acusação e defesa -, e os cinco réus julgados.

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