‘Nunca pensei um dia chegar a vocês para falar sobre a dor de perder Gal’, diz Maria Bethânia

A cantora 💥️Maria Bethânia falou no começo da tarde desta quarta-feira (9) sobre a morte de Gal Costa, aos 77 anos. O falecimento foi confirmado pela assessoria da artista. Bethânia lembrou a importância da intérprete para a história da música brasileira.

Maria Bethânia, que mora no Rio de Janeiro, ainda afirmou que, mesmo longe, sempre manteve a admiração por Gal.

“Uma amiga que, mesmo longe, sempre mantive a admiração e respeito. Que Deus a receba na sua mais pura luz. É triste demais, difícil demais. Muito duro”, completou Bethânia.

Gal costa — Foto: Arquivo pessoal 1 de 4 Gal costa — Foto: Arquivo pessoal

Gal costa — Foto: Arquivo pessoal

A Estação Primeira de Mangueira também prestou homenagem a Gal Costa. Ela foi enredo da escola em 1994, junto com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia.

"Uma perda irreparável pra Cultura Brasileira. Gal Costa, uma das cantoras mais importantes da música popular nos deixou. Sua voz preenchia os espaços e tocava no fundo da alma com seu timbre único. Usou sua arte para lutar e defender ideais progressistas. Esteve de mão dada ao povo e se tornou um ídolo do país", afirmou a escola de samba.

A Prefeitura do Rio de Janeiro também se manifestou nas redes sociais sobre a morte de Gal Costa.

"O Brasil perde uma das maiores vozes da música popular brasileira. Gal Costa, as dunas de Ipanema seguem sendo suas", afirmou a mensagem, que se solidarizou com Salvador pela perda.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também lamentou.

"Que tristeza. Que perda. Justo agora quando o Brasil volta a sorrir! Vá em paz! A gente fica com sua poesia e seus ensinamentos! 'Toda vez que o amor disser 'vem comigo'. Vai sem medo de se arrepender. Você deve acreditar no que é lindo. Pode ir fundo! Isso é que é viver!", disse Paes.

O governador Cláudio Castro se solidarizou com os fãs da cantora.

"Uma legião de fãs fica órfã hoje com a perda de uma das mais belas vozes da MPB. Gal Costa marcou a história da música, uma estrela que deixa uma importante contribuição para a arte e que será sempre lembrada. Meus sentimentos à família e aos amigos", disse Castro.

Gal Costa — Foto: Arquivo pessoal 2 de 4 Gal Costa — Foto: Arquivo pessoal

Gal Costa — Foto: Arquivo pessoal

💥️Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945 em Salvador e foi a voz de clássicos da MPB como "Baby", "Meu nome é Gal", "Chuva de Prata", "Meu bem, meu mal", "Pérola Negra" e "Barato total".

Foram 57 anos de carreira, iniciada em 1965, quando a cantora apresentou músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Ela ainda era Maria da Graça quando lançou "Eu vim da Bahia", samba de Gil sobre a origem da cantora e do compositor.

Três anos depois, veio outro clássico: "Baby", de Caetano Veloso. A canção foi feita para Maria Bethânia, mas Gal a lançou em disco e a projetou no álbum-manifesto da Tropicália. "Divino maravilhoso" (de Gil e Caetano) foi outra da fase tropicalista.

Ao longo dos anos 60 e 70, ela seguiu misturando estilos. Dedicou-se ao suingue de Jorge Ben Jor com "Que pena (Ela já não gosta mais de mim)" e foi pelo rock com "Cinema Olympia", mais uma de Caetano. "Meu nome é Gal", de Roberto e Erasmo Carlos, serviu como carta de apresentação unindo Jovem Guarda e Tropicália.

A cantora Gal Costa, durante participação especial para o disco de Gilberto Gil 'Expresso 2222', gravado no estúdio da Rádio Eldorado em São Paulo em junho de 1972 — Foto: Solano José de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo 3 de 4 A cantora Gal Costa, durante participação especial para o disco de Gilberto Gil 'Expresso 2222', gravado no estúdio da Rádio Eldorado em São Paulo em junho de 1972 — Foto: Solano José de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo

A cantora Gal Costa, durante participação especial para o disco de Gilberto Gil 'Expresso 2222', gravado no estúdio da Rádio Eldorado em São Paulo em junho de 1972 — Foto: Solano José de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo

Ao gravar "Pérola negra", em 1971, ajudou a revelar o então jovem compositor Luiz Melodia (1951-2017). No mesmo ano, lançou "Vapor barato", mostrando a força dos versos de Jards Macalé e Waly Salomão.

Ela seguiu gravando várias músicas de Gil e Caetano, mas foi incluindo no repertório versos de outros compositores como Cazuza ("Brasil", 1998); Michael Sullivan e Paulo Massadas ("Um dia de domingo", de 1985); e Marília Mendonça ("Cuidando de longe", 2018).

Na longa carreira, Gal lançou mais de 40 álbuns entre discos de estúdio e ao vivo. "Fa-tal", "Índia" e "Profana" foram três dos principais.

Ela estava em turnê com o show "As várias pontas de uma estrela", no qual revisitava grandes sucessos dos anos 80 do cancioneiro popular da MPB. "Açaí", "Nada mais", "Sorte" e "Lua de mel" eram algumas das músicas do repertório.

Bem recebido pelo público e pela crítica, esse show fez com que a agenda de Gal ficasse agitada após a pandemia. A estreia aconteceu em São Paulo, em outubro do ano passado

Gal Costa após entrevista em São Paulo em agosto de 2005 — Foto: Eduardo Nicolau/Estadão Conteúdo/Arquivo 4 de 4 Gal Costa após entrevista em São Paulo em agosto de 2005 — Foto: Eduardo Nicolau/Estadão Conteúdo/Arquivo

Gal Costa após entrevista em São Paulo em agosto de 2005 — Foto: Eduardo Nicolau/Estadão Conteúdo/Arquivo

Além de rodar o Brasil, Gal entrou na programação de vários festivais e ainda tinha uma turnê na Europa prevista para novembro.

Ela deixa o filho Gabriel, de 17 anos, que inspirou o último álbum de inéditas. "A pele do futuro", de 2018, foi o 40º disco da carreira. "Está vindo a geração que salvará o planeta", disse ela ao g1, quando lançou o álbum.

O último álbum lançado foi "Nenhuma Dor", em 2023, quando Gal regravou músicas como "Meu Bem, Meu Mal", "Juventude Transviada" e "Coração Vagabundo", com cantores como Seu Jorge, Tim Bernardes e Criolo.

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