Substituição de frota de ônibus em São Paulo para veículos não poluentes pode chegar a R$ 4,6 bi

O custo para substituir a frota dos ônibus em São Paulo para veículos não poluentes pode chegar a R$ 4,6 bilhões à prefeitura, que afirma estar avançando nas discussões do projeto que prevê a ampliação o transporte por modelos elétricos na cidade.

O prefeito, Ricardo Nunes, do MDB, disse nesta quarta-feira (9) que o dinheiro para a compra dos veículos deverá vir de um financiamento que pode ser do BNDES.

“São concessionárias da prefeitura e vai ter anuência da Secretaria da Fazenda para ver qual o melhor modelo financeiro de se implantar, isso que está estipulado da legislação. Pode ser o BNDES e pode ser que a Enel seja uma das financiadoras do sistema”, afirmou Nunes.

Ele não descartou que a quantia possa sair dos cofres públicos. “Se a Fazenda fizer um estudo de que compensa para a prefeitura fazer o investimento, para nós é interessante”, disse.

Ônibus em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 1 Ônibus em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Ônibus em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Na semana passada, o 💥️SP2 mostrou que o valor do subsídio pago pela prefeitura para as empresas de ônibus está em quase R$ 4,3 bilhões. Antes da pandemia, em 2023, o valor era de R$ 3,1 bilhões.

Na Câmara, vereadores da oposição reclamam da falta de transparência nesse processo.

“Se anunciou uma parceria com a Enel e uma empresa de ônibus, uma empresa chinesa, mas nós não sabemos os termos desse acordo, qual a parte dessas empresas, quanto a prefeitura vai arcar. Evidente que isso é necessário ser discutido porque é um dinheiro importante para a cidade e o dinheiro sai do bolso de todo mundo”, disse o vereador Antônio Donato (PT).

A troca dos ônibus a diesel por elétricos também vai provocar mudanças nas garagens das concessionárias que atuam na capital.

As empresas precisarão de pontos de abastecimento de energia específicos para esses veículos, que são de grande porte.

“Existe uma adaptação que precisa ser feita em relação aos tempos de carregar essa bateria e onde carregar essas baterias. A prefeitura precisa melhorar todo esse sistema, repensar de uma forma inteligente para que esses ônibus não fiquem sem bateria”, disse Glaucia Pereira, diretora do Instituto de Pesquisa Multiplicidade de Mobilidade Urbana.

Ainda segundo a diretora do instituto, apesar do alto valor, a troca dos ônibus precisa ser entendida como necessária.

“A gente sabe que muitas pessoas morrem na cidade ou têm problemas respiratórios por causa da poluição do ar. A gente precisa de fato começar a entender esses valores do transporte coletivo como investimento e não simplesmente como um gasto porque se não a gente nunca vai conseguir trocar essa frota e ter de fato uma mobilidade urbana mais sustentável.”

O Ministério Público instaurou um inquérito para investigar o prefeito Ricardo Nunes por suspeita de improbidade administrativa, depois que a prefeitura proibiu as empresas de ônibus de comprar veículos a diesel.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que "a substituição de ônibus a diesel por veículos com motores não-poluentes tem previsão legal, contratual e consta do Programa de Metas, amplamente divulgado pela gestão municipal, portanto público e transparente. Trata-se de uma medida fundamental para a redução da poluição na cidade e o cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas".

Sobre a mudança da frota de ônibus, o 💥️SP2 entrou em contato com a Spurbanuss, o sindicato das empresas de transporte coletivo, mas não houve resposta. A Enel disse ao 💥️SP2 que são conversas iniciais e que ainda não há nada de concreto em relação à eletrificação da frota de ônibus da capital paulista.

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