Velório de Gal Costa na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta sexta terá policiamento reforçado

Gal Costa após entrevista em São Paulo em agosto de 2005 — Foto: Eduardo Nicolau/Estadão Conteúdo/Arquivo 1 de 7 Gal Costa após entrevista em São Paulo em agosto de 2005 — Foto: Eduardo Nicolau/Estadão Conteúdo/Arquivo

Gal Costa após entrevista em São Paulo em agosto de 2005 — Foto: Eduardo Nicolau/Estadão Conteúdo/Arquivo

O policiamento na área da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na Zona Sul da capital, será reforçado nesta sexta-feira (11) para o velório do corpo da cantora Gal Costa.

A cerimônia será aberta ao público das 9h até 15h. Já o enterro será fechado para amigos e familiares. A entrada para o velório será pelo portão da Avenida Pedro Alvares Cabral, 201.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que na área da Alesp estarão equipes do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), Comando de Policiamento de Área Metropolitana e Assistência Policial Militar da Assembleia. A pasta não informou o tamanho do efetivo.

Gal morreu aos 77 anos, em São Paulo, nesta quarta-feira (9). A informação foi confirmada pela assessoria da cantora. Ela cancelou alguns shows, após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita.

Nesta quarta-feira (9), deputados estaduais da bancada do PT chegaram a pedir um posicionamento de ações da Polícia Militar na área da Alesp em um ofício ao general João Camilo Pires de Campos, secretário estadual de Segurança Pública.

A insegurança no local, segundo alguns deputados, é um problema antigo que foi agravado no começo do mês. O grupo de bolsonaristas chegou a fechar a entrada de acesso à Alesp e hostilizaram funcionários.

Os parlamentares temem pela segurança deles no local e solicitaram que policiais retirem bolsonaristas que estão há dias na avenida Sargento Mario Kozel Filho, entre a sede da Alesp e do Comando Militar do Sudeste, para pedirem por intervenção militar.

No ofício, os deputados ressaltam que o grupo de manifestantes "está causando inúmeros transtornos para o desenvolvimento normal do Parlamento Paulista e de toda a sociedade paulistana, já há decisão do Superior Tribunal Superior Eleitoral no sentido de que a Polícia Federal e as Polícias Militares, cada qual no seu âmbito de competência, tomem providências".

O documento também indaga se a Polícia Militar está agindo para finalizar as manifestações e se tem multado os veículos usados. Um ofício similar foi enviado para Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, nesta quinta-feira (10).

Questionada, a SSP informou ao💥️ g1 que não há interdição na avenida Sargento Mario Kozel Filho.

"A Polícia Militar, no local, garante a fluidez no trânsito e o direito à livre manifestação. Importante esclarecer que a PM liberou todos os bloqueios de vias da capital e em rodovias estaduais e federais que cruzam o Estado que estavam interditadas por manifestações contrárias ao resultado das eleições presidenciais", diz a nota.

Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945 em Salvador e foi a voz de clássicos da MPB como "Baby", "Meu nome é Gal", "Chuva de Prata", "Meu bem, meu mal", "Pérola Negra" e "Barato total".

Foram 57 anos de carreira, iniciada em 1965, quando a cantora apresentou músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Ela ainda era Maria da Graça quando lançou "Eu vim da Bahia", samba de Gil sobre a origem da cantora e do compositor.

Os músicos João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa, em agosto de 1971 — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo 2 de 7 Os músicos João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa, em agosto de 1971 — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

Os músicos João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa, em agosto de 1971 — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

Três anos depois, veio outro clássico: "Baby", de Caetano Veloso. A canção foi feita para Maria Bethânia, mas Gal a lançou em disco e a projetou no álbum-manifesto da Tropicália. "Divino maravilhoso" (de Gil e Caetano) foi outra da fase tropicalista.

💥️Bastidores dos últimos álbuns de Gal mostram como ela manteve o espírito tropicalista até o fim; ouça no podcast g1 ouviu

Ao longo dos anos 60 e 70, ela seguiu misturando estilos. Dedicou-se ao suingue de Jorge Ben Jor com "Que pena (Ela já não gosta mais de mim)" e foi pelo rock com "Cinema Olympia", mais uma de Caetano. "Meu nome é Gal", de Roberto e Erasmo Carlos, serviu como carta de apresentação unindo Jovem Guarda e Tropicália.

Ao gravar "Pérola negra", em 1971, ajudou a revelar o então jovem compositor Luiz Melodia (1951-2017). No mesmo ano, lançou "Vapor barato", mostrando a força dos versos de Jards Macalé e Waly Salomão.

A cantora Gal Costa durante ensaio no Rio de Janeiro em setembro de 1968 para a capa do disco 'Gal Costa', lançado em 1969, pela gravadora Philips — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo 3 de 7 A cantora Gal Costa durante ensaio no Rio de Janeiro em setembro de 1968 para a capa do disco 'Gal Costa', lançado em 1969, pela gravadora Philips — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

A cantora Gal Costa durante ensaio no Rio de Janeiro em setembro de 1968 para a capa do disco 'Gal Costa', lançado em 1969, pela gravadora Philips — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

Ela seguiu gravando várias músicas de Gil e Caetano, mas foi incluindo no repertório versos de outros compositores como Cazuza ("Brasil", 1998); Michael Sullivan e Paulo Massadas ("Um dia de domingo", de 1985); e Marília Mendonça ("Cuidando de longe", 2018).

Na longa carreira, Gal lançou mais de 40 álbuns entre discos de estúdio e ao vivo. "Fa-tal", "Índia" e "Profana" foram três dos principais.

Ela estava em turnê com o show "As várias pontas de uma estrela", no qual revisitava grandes sucessos dos anos 80 do cancioneiro popular da MPB. "Açaí", "Nada mais", "Sorte" e "Lua de mel" eram algumas das músicas do repertório.

Bem recebido pelo público e pela crítica, esse show fez com que a agenda de Gal ficasse agitada após a pandemia. A estreia aconteceu em São Paulo, em outubro do ano passado.

Além de rodar o Brasil, Gal entrou na programação de vários festivais e ainda tinha uma turnê na Europa prevista para novembro.

Ela deixa o filho Gabriel, de 17 anos, que inspirou o último álbum de inéditas. "A pele do futuro", de 2018, foi o 40º disco da carreira. "Está vindo a geração que salvará o planeta", disse ela ao g1, quando lançou o álbum.

O último álbum lançado foi "Nenhuma Dor", em 2023, quando Gal regravou músicas como "Meu Bem, Meu Mal", "Juventude Transviada" e "Coração Vagabundo", com cantores como Seu Jorge, Tim Bernardes e Criolo.

Caetano Veloso e Gal Costa no programa 'Saudade não tem idade' — Foto: Acervo Grupo Globo 4 de 7 Caetano Veloso e Gal Costa no programa 'Saudade não tem idade' — Foto: Acervo Grupo Globo

Caetano Veloso e Gal Costa no programa 'Saudade não tem idade' — Foto: Acervo Grupo Globo

A cantora Gal Costa, durante participação especial para o disco de Gilberto Gil 'Expresso 2222', gravado no estúdio da Rádio Eldorado em São Paulo em junho de 1972 — Foto: Solano José de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo 5 de 7 A cantora Gal Costa, durante participação especial para o disco de Gilberto Gil 'Expresso 2222', gravado no estúdio da Rádio Eldorado em São Paulo em junho de 1972 — Foto: Solano José de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo

A cantora Gal Costa, durante participação especial para o disco de Gilberto Gil 'Expresso 2222', gravado no estúdio da Rádio Eldorado em São Paulo em junho de 1972 — Foto: Solano José de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo

Gal Costa — Foto: Thereza Eugênia/Divulgação 6 de 7 Gal Costa — Foto: Thereza Eugênia/Divulgação

Gal Costa — Foto: Thereza Eugênia/Divulgação

Carro do serviço funerário na casa de Gal Costa, nos Jardins — Foto: TV Globo 7 de 7 Carro do serviço funerário na casa de Gal Costa, nos Jardins — Foto: TV Globo

Carro do serviço funerário na casa de Gal Costa, nos Jardins — Foto: TV Globo

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