Obra do projeto Novo Rio Pinheiros causa interdição de três casas e danos a outras 20 na Zona Sul de São Paulo

Uma obra do projeto Novo Rio Pinheiros interditou três casas e danificou outras 20 na Zona Sul de São Paulo. Moradores dizem que a empresa contratada pela Sabesp não aceita os laudos de interdição feitos pela Defesa Civil.

Na Rua Waldemar Ortega, no Jardim Comercial, na Zona Sul, há um ano e dois meses os moradores sofrem com uma obra da Sabesp. O morador André Luis Paparella gravou o impacto que a obra causava na casa dele: as paredes chegavam a tremer.

A Defesa Civil esteve no local em 24 de maio deste ano e condenou a casa dele e a da vizinha, conforme o laudo. No entanto, o consórcio Córrego Cachoeira, que executa a obra, não concordou com a decisão.

Obra causa trantornos para moradores em SP — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 1 Obra causa trantornos para moradores em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

Obra causa trantornos para moradores em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

Três dias depois, um arquiteto da empresa enviou um e-mail informando que foi verificado que os imóveis "não apresentam risco de colapso até a presente data", e que caberia aos moradores fornecerem três orçamentos com profissionais da sua escolha, para realização das reformas".

“Confrontei esse e-mail com a Defesa Civil, e a Defesa Civil falou que eu não posso voltar. Eu não posso voltar, mas eu não posso morar aqui também, então preciso de um lugar pra morar. Aluguei uma casa, e eles falaram que o consórcio não arca com o aluguel, não paga o aluguel”, afirmou Paparella.

Kelly Andrade, pedagoga, também teve que sair da casa onde morava com a família havia 35 anos.

"Interditaram a nossa casa, nós tivemos que sair. Recebemos um mês de aluguel e, em conversa com o consórcio, ele nos garantiu que saímos no dia 20 e no dia 21 eles retornariam para demolir a frente para que meus pais pudessem tirar as coisas deles de dentro de casa. Mas até o momento isso não aconteceu", conta.

O pedreiro José Batista de Santana ainda mora na casa cheia de rachaduras, que também foi interditada pela Defesa Civil. E fica preocupado com a segurança do restante da família. Há cinco meses, ele convenceu a filha e os três netos a alugarem um espaço fora dali. Agora, eles têm R$ 600 a mais para bancar todo mês, de um custo que não estava previsto. “A casa está caindo, o que eu me preocupo é isso: arrumar a casa para não cair. E eu não tenho onde ficar.”

Na rua, não há nenhuma placa indicando os responsáveis pela obra nem o custo dela. No começo dos trabalhos, antes dos estragos, os moradores chegaram a fotografar uma placa que não tinha muita informação.

Ela trazia apenas que a ação era do Consórcio Córrego Cachoeira, a serviço da Sabesp. Tinha os símbolos da Prefeitura de São Paulo, do Novo Rio Pinheiros e do governo do estado.

"A Sabesp fez vistorias preliminares, vistorias cautelares, de onde foi necessário abrir um processo de ressarcimento. Esse processo está em andamento e todas as casas que estão nesse processo serão ressarcidas. Cada morador deverá receber o laudo com o orçamento a ser apresentado. E sobre a questão de ressarcimento do aluguel, quem precisou ser removido das casas será ressarcido até o momento do conserto do imóvel", disse Renato Frazão, superintendente de Empreendimentos da Sabesp.

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